RS URGENTE: "Jackson Muller, biólogo demitido da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) do RS: “Saí por ter punido a principal empresa responsável pelo maior dano ambiental ocorrido no Estado. Pergunte ao Renato (Breunig, presidente da Fepam). Fui demitido pelo representante da empresa que puni”."A história em detalhes você encontra no RS Urgente.
sábado, 17 de fevereiro de 2007
Ambiente: meleca público-privado no RS
Walter Salles: Os idiotas
Um texto de um ano atrás de Walter Salles:
Praia de Lopes Mendes, Ilha Grande, domingo de manhã. Como é uma área de proteção ambiental, não há carros. Chega-se até ali caminhando por uma longa e bem-preservada trilha através da mata atlântica ou pelo mar, de barco.Publicado ano passado no Animot (ver postagem).
Por causa das férias escolares, há muitas crianças na areia. De repente, o cenário se transforma numa cena de "Apocalypse Now", de Francis Ford Coppola. Um helicóptero dá um rasante na praia. Depois chega outro, e logo mais um terceiro. Ferindo a lei, pousam ao lado da areia, perto de uma pequena igreja construída pelos pescadores da região -uma das únicas edificações da praia.
Os passageiros saltam. Você já os viu naquelas revistas que glorificam "celebridades". Caminham pela praia, dão um rápido mergulho, mas não ficam. Logo partem para atazanar uma outra freguesia, não sem antes darem novos rasantes na praia. O negócio não é desaparecer na geografia de um lugar. O negócio é ser visto.
Não interessam as tradições do local. Interessa, ao contrário, trazer consigo o mundo em que essas pessoas vivem. É um pouco como George Bush, da primeira vez que foi a Roma, já na Presidência do país mais poderoso do mundo. Levou toda sua comitiva para comer no McDonald's. Em Roma, como os americanos.
Ir à praia de helicóptero, no Brasil de hoje, não é uma exclusividade do litoral fluminense. Em Trancoso, na Bahia, um helicóptero pousou na semana retrasada em plena praia do Espelho, lançando areia sobre os banhistas que lá estavam. Saudável reação: foi apedrejado. Até na distante Barra Grande, península de Maraú, Bahia, helicópteros também começaram a pousar em área pública -as praias- pela primeira vez.
[...] Não é à toa, aliás, que helicópteros são expostos na Daslu, ao lado de calcinhas subfaturadas. Estão na moda.
Há algo de sintomático nisso. Em primeiro lugar, a já cansativa confusão entre o público e o privado [...]. Hoje, o que é privado é defendido a unhas e dentes, atrás de vidros blindados, em ruas com cancelas e seguranças. O que é público é constantemente conspurcado. Não importa se uma praia é área de proteção ambiental. [...]
[...]
Um economista do MIT, Lester Thurow, sustenta a tese de que "o que falta na América Latina é elite. O que existe é oligarquia. As oligarquias desfrutam ou herdam o poder, mas não entendem as responsabilidades públicas inerentes a ele". Ou seja: querem os privilégios, mas não os ônus. Querem a gravata da Gucci, mas não os impostos de importação, que se convertem em saúde, educação etc. Depois, reclamam da falta de segurança, da inoperância dos governos, apadrinham uma creche para apaziguar a consciência e, ato final, compram um helicóptero para sobrevoar os nossos Haitis. [...]
Para finalizar: muitas vezes me perguntam por que o cinema brasileiro fala tão pouco de suas elites. A resposta é simples: porque não é fácil falar de classes dominantes tão caricatas. Pena que Buñuel não esteja mais entre nós. Nem Tomas Gutierrez Alea, cujo olhar cáustico também teria dado conta do recado. Sobra Lars von Trier, que fez um filme sobre um bando de pessoas que fazem de tudo para chamar a atenção. Chama-se "Os Idiotas".
Walter Salles, 49, é cineasta, diretor, entre outros filmes, de "Central do Brasil" e "Diários de Motocicleta". (Folha)
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
A mídia apaga, o SIVUCA cresce
LC Azenha:
Podem escrever aí: o SIVUCA vai se tornar a referência brasileira entre as redes de sites.Vi o Mundo: Upgrade geral
Isso não é mérito nosso, não.
É que a mídia brasileira é tão ruim que qualquer coisa que a gente escrever é melhor que o amontoado de besteiras que são publicadas e transmitidas pela oligarquia midiática.
Como todos sabemos, o baronato é apenas representativo do atraso do atraso do atraso do atraso.
domingo, 11 de fevereiro de 2007
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