Enquanto o governo gaúcho deve apresentar hoje (10/10) o projeto de lei do marco institucional das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), funcionários da TVE-RS, que pode ser atingida pela nova legislação, pedem assinaturas da sociedade em um documento que condena a possível transformação do status público da emissora. O abaixo-assinado, direcionado à Assembléia gaúcha e lançado no último domingo (07/10) em Porto Alegre, afirma que os servidores da Fundação Cultural Piratini – que engloba a TVE e a FM Cultura – estão preocupados com os desgastes que vêm sofrendo a rede.
“O orçamento vem sendo reduzido a cada ano e os equipamentos não têm manutenção. Por causa disso, a programação foi afetada e o sinal da TV já não chega a boa parte do interior do Estado do RS”, afirma o documento, que já apresenta mais de 900 assinaturas. No texto, os organizadores lembram que, em maio deste ano, foi lançado um manifesto público para denunciar a precarização do serviço no canal e sugerir alternativas econômicas por meio de mudanças no modelo de gestão.
Em 04/10, o presidente da Fundação Piratini, Luiz Fernando Moraes, afirmou ao Comunique-se que ainda não existe qualquer decisão a respeito do futuro da emissora, mas que a necessidade de mudanças na administração era incontestável. “Não podemos garantir audiência engessados em um modelo de gestão pública, pois na comunicação é preciso constante renovação tecnológica e agilidade. Mesmo que não se trate de uma rede comercial, estamos inseridos em um mercado de comunicação e precisamos ter agilidade compatível com essa atividade”, afirmou Moraes na semana passada, quando anunciou a instalação de um novo equipamento transmissor até o final do ano na TVE. Na ocasião, o presidente da Fundação garantiu que os investimentos extras em infra-estrutura – R$ 1,5 milhão no governo passado e R$ 600 mil em 2007, apenas para aquisição e implantação do maquinário – não tinham relação com as eminentes mudanças políticas.
Novos cenários
Paralelamente aos temores por parte dos funcionários, novos cenários e faixas de horário vão sendo definidos na TVE. Entre as atrações atingidas pela reformulação estão TVE Repórter, Jornal da TVE, Frente a Frente, Radar, Cidadania, TVE em Dia, Contra Plano e Produto Independente. Segundo Moraes, trata-se da execução de uma estratégia de melhoria prevista desde o início de sua gestão, que está funcionando graças à mobilização de todos os funcionários. “Trata-se de um esforço conjunto para qualificar o nosso produto final”, afirma.
Leia abaixo parte do texto do abaixo-assinado, disponível no site www.petitiononline.com/TVE_FM:
"A TVE (canal 7) e a Rádio FM Cultura (107.7), emissoras da Fundação Piratini, vêm sofrendo um período de desgastes que pode culminar na sua extinção. O orçamento vem sendo reduzido a cada ano e os equipamentos não têm manutenção. Por causa disso, a programação foi afetada e o sinal da TV já não chega a boa parte do interior do Estado do RS. Para piorar, há falta de pessoal: não foram chamados todos os aprovados no último concurso, que sequer foi renovado. Devido às más condições de trabalho, muitos profissionais de alta qualificação se demitiram. Preocupados com essa situação, os funcionários lançaram um Manifesto denunciando a precarização do serviço e, principalmente, sugerindo alternativas para viabilizá-las economicamente, propondo uma mudança radical no modelo de gestão em maio de 2007 (...).
Veja o restante do texto no Comunique-se.