sábado, 21 de janeiro de 2017

O mistério que Teori deixou para sempre sem resposta


Por que esperou Cunha terminar o trabalho sujo?
Por que esperou Cunha terminar o trabalho sujo?

Por Paulo Nogueira*
De Teori Zavasvki, indicado por Dilma em 2012, esperava-se que reforçasse as ideias progressistas no STF.
Isso acabou não acontecendo. Teori se tornaria sob esta ótica uma decepção, mais uma das más escolhas de Dilma (e Lula) para o Supremo.
Compare. Nos Estados Unidos, o presidente Roosevelt só conseguiu colocar em prática seu New Deal quando, com as trocas que pôde fazer, dotou a Suprema Corte de juízes afinados com seu ideário igualitário, na década de 1930.
Esta grande lição de Roosevelt — montar um Supremo alinhado com a presidência — foi ignorada por Lula e por Dilma, com as conhecidas consequências. (...)
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Crise Política - Dilma: "A democracia tem sido corroída pelo Estado de Exceção"


Será?

'Só eleições diretas vão garantir a retomada do crescimento e da geração de empregos e o reencontro com a democracia no Brasil' (Presidenta Dilma)

O Brasil caminha para um futuro incerto, a depender do governo ilegítimo, que tem mostrado sua verdadeira face, frustrando as esperanças da sociedade. A solução passa por eleições diretas para presidente, substituindo o governo ilegítimo. Essa é a condição imprescindível para o País sair da crise e retomar o rumo da democracia, do crescimento e da geração de empregos. 
Passaram-se apenas seis meses desde que o golpe parlamentar interrompeu o meu mandato, consagrado por 54,5 milhões de votos. Tramaram um golpe que contou com o apoio de oposicionistas, traidores e parte da mídia e lançou o País em um período de incertezas e retrocessos.
Violentaram a Constituição de 1988, por meio de um golpe parlamentar que fragilizou as instituições e precipitou o Brasil no abismo da crise institucional.
Tudo é possível quando um mandato presidencial é desrespeitado. O impeachment sem crime de responsabilidade escancara as portas para o avanço da crise política e institucional.
Daí os conflitos institucionais que se aprofundam e o choque entre Legislativo e Judiciário. As relações de harmonia e equilíbrio entre os Poderes, exigidas pela Constituição, estão comprometidas.
Em apenas 90 dias, muito do que alertei ao longo do processo de impeachment tornou-se real. As contradições se acentuaram e conturbaram o cenário político, econômico e social. As ações para estancar a “sangria” da Operação Lava Jato têm se mostrado ineficazes. Movimentos sociais, estudantes, professores e cidadãos sofrem com a repressão às suas manifestações.
Assistimos, estarrecidos, ocupações de escolas e universidades por jovens em defesa de seu futuro serem coibidas com violência, enquanto manifestantes que invadem o Congresso, pregando a volta da ditadura, são tratados com complacência. Os sinais de deterioração dos direitos sociais estão evidentes.
Reconheço, ainda assim, que nenhum de meus mais pessimistas prognósticos previa o escândalo gerado pelo episódio do apartamento de luxo em área histórica de Salvador. E que isso merecesse do ocupante da Presidência da República mais atenção do que os problemas reais do nosso povo, como o desemprego crescente ou a paralisação das obras de integração do São Francisco, para citar apenas dois exemplos.
A democracia tem sido corroída pelo Estado de Exceção. A interrupção ilegal do mandato de uma presidenta é o mais destruidor dos elementos desse processo, pois contamina as demais instituições.
Daí a distorção dos fatos por setores da mídia oligopolista, ou a decisão do Tribunal Federal da 4ª Região que autorizou medidas excepcionais, como a suspensão da lei e da Constituição em nome do caráter excepcional da Lava Jato.
Outro sinal é a perseguição implacável ao presidente Lula, submetido à “justiça do inimigo”, na qual a regra é destroçar a vítima. (...)
CLIQUE AQUI para continuar lendo o artigo assinado pela Presidenta Dilma na Revista Carta Capital.
locarconio.com

Por que se chama FEMInismo e não Igualitarismo?

About Heidy Simons

Autora: June Leeloo
Autora: June Leeloo
Às vezes, quando se tenta desprestigiar o movimento de alguma maneira ou pelo menos por em dúvida sua validade, sempre surge a mesma questão...
“Se o que se busca é a igualdade por que não se chama algo assim como igualitarismo? A palavra FEMInismo discrimina os homens porque não os inclui, só nomeia as mulheres"
Em primeiro lugar, antes de opinar sobre um tema é bom pelo menos se saber algo sobre ele... assim se surge um debate construtivo e se estabelece um contexto comum.
A mim pessoalmente me incomoda esta pergunta, já que tenho a sensação de que qualquer termo que comece com Fem- parece que incomoda. Que incita a que se inicie uma guerra de sexos ou um debate pelo menos. É curioso que nos digam que a palavra "feminismo" exclui os homens porque não os nomeia quando sempre a história da humanidade tem sido a história "do homem" e quando nos queixamos nos dizem que somos umas exageradas... O socialismo também busca a igualdade entre todos os seres humanos, e não os vejo queixarem-se tanto do nome.
recuerda_igualitarismofeminismo

Iniciaremos sempre com definições de nossa quiçá tão querida e não tão feminista RAE: 

igualdade
Do lat. aequalĭtas, -ātis.
  1. f. Conformidade de algo com outra coisa na natureza, forma, qualidade ou quantidade.
  2. f. Princípio que reconhece a equiparação de todos os cidadãos em direitos e obrigações. 
Bem, como vemos, igualdade é equiparação, isto é que algo NO é igual, que não tem as mesmas características se se compara com outro ou outros. E quer possuir essas mesmas características. Uma vez que se fazem as ações oportunas são IGUAIS/SEMELHANTES/EQUIVALENTES.
Por tanto o igualitarismo pediria a semelhança e equivalência de direitos e obrigações em todas as situações da vida.
O problema e a genialidade de gênero, é que NÃO somos iguais. Não temos nem as mesmas características físicas, nem biológicas, nem as mesmas necessidades, nem as malditas vontades de ser iguais aos homens...

Uma coisa é igualdade, e outra coisa é EQUIDADE:
equidade
nome feminino
  1. Qualidade que consiste em dar a cada um o que se merece em função de seus méritos e condições.
“é um país de desigualdade aquele onde não há equidade na distribuição da riqueza e da cultura"
  1. Qualidade que consiste em não favorecer no trato a uma pessoa prejudicando a outra.
O termo "feminismo" não busca excluir, nem muito menos rechaçar o homem. Simplesmente, visibiliza os 50% da população sistematicamente ignorada até recentemente.  E dar visibilidade como mínimo com o termo é básico, porque pretender denominar "igualitarismo" ao feminismo anula o que realmente se pretende (e não, não é estar por cima dos homens) e invisibiliza novamente, negando a causa, negando a submissão e a opressão, negando a necessidade de reconhecer a mulher socialmente como tal, não "igualaria" ao homem.
O feminismo busca a equidade, isto é, segundo as características de cada pessoa, que tenha seus direitos sem que isto seja desconsideração de outra pessoa.
Um exemplo muito fácil de entender seria sobre o tema das regras. Ainda que para muitas pessoas seja um tema tabu, as mulheres a cada mês durante alguns dias sangramos pela vagina. Não é algo do que escandalizar-se, nem estamos doentes, é algo natural. Para algumas pessoas é extremamente doloroso e incômodo, para não mencionar que é bastante caro: o material higiênico (compressas e tampões) tem um imposto de luxo. É justo? Não é razoável que se pedir que se rebaixe o preço de algo que é de primeira necessidade ainda que seja para UM gênero?  (isto é, a metade da população mundial). Uma política feminista seria tirar o imposto de luxo dos tampões e compressas: não menosprezar os direitos de ninguém ainda que beneficie a um só gênero. Porém, se um Estado que se supõe que vela pelos direitos e liberdades de seus cidadãos não pensa nisto, está sendo discriminatório e injusto.

O feminismo não pode se chamar igualitarismo porque não busca que TUDO seja igual, que a mulher se adapte às normas e regras masculinas da sociedade, senão que cada um tenha seus próprios direitos e liberdades segundo suas características.
O feminismo não se chama humanismo e nem igualitarismo porque feminismo, humanismo, e igualitarismo são três teorias distintas. Houve algo antes do feminismo que promovesse e exigisse igualdade de direitos para todas as pessoas independentemente  de seu sexo? Pois não, não houve.
O humanismo é um ramo da filosofia (e da ética) que advoga pela igualdade, tolerância e laicidade (o que se conhece comumente como "a separação da igreja e Estado"). O humanismo reconhece que os seres humanos não "necessitam" da religião para desenvolver sistemas morais ou estabelecer um comportamento moral. Os humanistas advogam pela educação, a tolerância, a política representativa (em contraposição à monarquia) e a liberdade de pensamento (em contraposição ao dogma religioso). Muitos humanistas eram também grandes misóginos e sua concepção da igualdade se limitava à igualdade entre os varões.
O igualitarismo é uma forma de filosofia política que defende que todos os seres humanos são iguais em essência e por tanto tem o mesmo direito a iguais recursos como os alimentos, a moradia, o respeito, o status social). Pode-se facilitar a todo mundo os mesmos elementos e perpetuar a desigualdade e/ou a iniquidade. O igualitarismo, ainda sendo um conceito ético fundamental, não tem geralmente em conta as desigualdades através de uma perspectiva interseccional.
Como registro histórico da necessidade de que se chame feminismo: o termo procede de uma palavra inventada para designar de forma depreciativa aqueles homens que apoiavam a causa das cidadãs. O adjetivo "feminista" foi utilizado pela primeira vez com fins políticos e jornalísticos por Alexandre Dumas filho em seu panfleto 'O homem-mulher' de 1872, texto antifeminista que debate entre outros temas, a questão do adultério e se posiciona contra o divórcio.
Para assumir que é necessário o feminismo, há que ser consciente primeiramente que não vivemos num mundo nem "igualitário" e nem equitativo. Que historicamente a mulher tem vivido numa situação de submissão, subjugação e ocultamento. Assim como temos assumido que existe o racismo, pode-se ser consciente de que existe a misoginia sem que isto seja uma ataque a ninguém.
Da mesma maneira gostaria de esclarecer ainda que seja muito óbvio que o Feminismo não é contrário ao machismo.  O Feminismo NÃO busca a superioridade em todos os aspectos da vida da mulher sobre o homem, nem existe hoje sistema hembrista (*) algum que faculte poder às mulheres para discriminar sistematicamente os homens. A definição é: machismo.
  1. nome masculino
Atitude ou maneira de pensar de quem sustenta que o homem é por natureza superior à mulher.
E o feminismo é:
feminismo
nome masculino
Doutrina e movimento social que pede para a mulher o reconhecimento de algumas capacidades e alguns direitos que tradicionalmente estiveram reservados para os homens.



(*) hembrista  - Hembrismo é um neologismo em espanhol usado para referir-se à misandria ou desprezo aos homens.


http://www.locarconio.com/2017/01/por-que-se-llama-feminismo-y-no-igualitarismo/