sábado, 21 de fevereiro de 2015

"Não sei se recebi dinheiro de Yousseff", diz Bolsonaro

“O Alberto Youssef já disse que no meu partido (PP) só sobrariam dois que não receberam. Eu não sei quem são os dois, mas, se eu recebi algum dinheiro, o partido não levou meu voto para o Executivo”, diz Bolsonaro à coluna Poder Online, do Portal IG. Deputado dizer que não sabe o que os outros fizeram pode ser verdade, afinal quem participa de esquemas mantém segredo entre os participantes. Agora, dizer que não sabe se ele próprio fez uso do dinheiro que ele mesmo tem falado que é de corrupção, já é um pouco demais.
A declaração de Bolsonaro mostra que, para financiar campanhas e se eleger, o deputado conviveu bem melhor do que se imaginava com o dinheiro da corrupção. Na melhor das hipóteses, fechando os olhos para a real origem do dinheiro que financiava suas campanhas.
Desde 1993, Bolsonaro é filiado ao PP (a sigla já mudou de nome algumas vezes), com um intervalo entre 2003 e 2005, quando integrou o PTB de Roberto Jefferson, e de uma brevíssima passagem pelo PFL, retornando ao PP ainda em 2005.
Durante todo esse tempo, Bolsonaro conviveu muito bem com Paulo Maluf, José Janene, entre outros nomes de seu partido envolvidos em escândalos. Só se manifesta contra a corrupção, ou a suspeita de, quando atinge seus adversários políticos.

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A disputa desigual entre Ali Kamel e Miguel do Rosário

Há uma injustiça básica numa batalha legal que envolva o diretor de telejornalismo da Globo e um blogueiro.
É o milhão contra o tostão.
Todas as circunstâncias estão a favor do grandalhão. É muito mais fácil um juiz decidir pelo homem da Globo, a despeito do mérito do caso.
Quem quer desagradar a Globo? Que juiz não tem receio de retaliações? E para quem é mais fácil contratar o melhor advogado da praça?
É uma situação extraordinariamente desigual.
Tudo isto posto, toda a minha simpatia vai, naturalmente, para Miguel do Rosário, do Cafezinho, no embate jurídico ao qual foi forçado por Ali Kamel, da Globo.
Claro que Kamel tem o direito de se defender caso se sinta ofendido na honra. Mas “sacripanta”, como Rosário chamou Kamel, é tão ofensivo assim?
O melhor sinônimo para sacripanta é hipócrita. Isso justifica a ira de Kamel?
Há um problema na Justiça brasileira que é o comportamento diante de casos de mídia. Reina uma completa incoerência nas sentenças.
Rosário foi condenado a pagar 20 000 reais – coloque aí mais 10 000 em despesas legais – pelo “sacripanta”. (Rosário foi obrigado a fazer uma vaquinha para pagar a conta. Quem quiser contribuir, clique aqui.)
Augusto Nunes, da Veja, foi absolvido depois de chamar Collor de bandido, chefe de bando e coisas do gênero.
Não adiantou Collor haver colocado, na ação que moveu, que fora absolvido pelo mesmo STF que Nunes e outros colunistas conservadores tanto adularam no Mensalão.

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A caminho do terror econômico

Determinados acontecimentos históricos tem uma reconhecida capacidade de iludir seus contemporâneos.
O mais recente envolve a multa de R$ 4,47 bilhões que o Ministério Público pretende aplicar contra seis empresas envolvidas na Operação Lava Jato. O MP também pretende impedir que participem de licitações, que recebam benefícios fiscais e juros subsidiados em seus investimentos.
Diante da estatura dessas empresas, entre as maiores do país, estamos falando de propostas que extrapolam o universo jurídico.
São medidas que, se forem aceitas pela Justiça, envolvem um caso de terrorismo, que consiste em manipular fatos econômicos para se obter objetivos políticos, gerando efeitos que vão muito além dos cidadãos acusados, prejudicando os trabalhadores e suas famílias, afetando ainda o nível de emprego e o desenvolvimento do país.

Funcionária da Petrobras desmente "rotina de medo" de matéria do Globo

Antes de tudo, gostaria de deixar bem claro que não estou falando em nome da Petrobras, nem em nome dos organizadores do movimento “Sou Petrobras”, nem em nome de ninguém que aparece nas fotos da matéria. Falo, exclusivamente, em meu nome e escrevo esta carta porque apareço em uma das fotos que ilustram a reportagem publicada no jornal O Globo do dia 15 de fevereiro, intitulada “Nova Rotina de Medo e Tensão”.

Fico imaginando como a dita jornalista sabe tão detalhadamente a respeito do nosso cotidiano de trabalho para escrever com tanta propriedade, como se tudo fosse a mais pura verdade, e afirmar com tamanha certeza de que vivemos uma rotina de medo, assombrados por boatos de demissões, que passamos o dia em silêncio na ponta das cadeiras atualizando os e-mails apreensivos a cada clique, que trabalhamos tensos com medo de receber e-mails com represálias, assim criando uma ideia, para quem lê, a respeito de como é o clima no dia a dia de trabalho dentro da Petrobras como se a mesma o estivesse vivendo.

Acho que tanta criatividade só pode ser baseada na própria realidade de trabalho da Letícia, que em sua rotina passa por todas estas experiências de terror e a utiliza para descrever a nossa como se vivêssemos a mesma experiência. Ameaças de demissão assombram o jornal em que ela trabalha, já tendo vários colegas sendo demitidos[1], a rotina de e-mails com represálias e determinando que tipo de informação deve ser publicada ou escondida devem ser rotina em seu trabalho[2], sempre na intenção de desinformar a população e transmitir só o que interessa, mantendo a população refém de informações mentirosas e distorcidas.


Confira no Jornal GGN uma reprodução de redes sociais. 

O escândalo HSBC coloca em xeque a liberdade de expressão

No Brasil, os jornais GloboFolha Estadão deram uma cobertura microscópica ao escândalo HSBC, como já comentou neste Observatório o colega Luciano Martins Costa. A situação mais embaraçosa é a da Folha de S.Paulo, que participou da investigação sobre o HSBC coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo, mas preferiu a omissão quando o problema esbarrou nos interesses comerciais da imprensa.


Confira no Observatório da Imprensa

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Condenação do STJ a PHA é o dobro das impostas à Veja

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a decisão de segunda estância, condenando o jornalista Paulo Henrique Amorim a indenizar Gilmar Mendes, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em R$ 50 mil, por publicação ofensiva veiculada no blog Conversa Afiada.
 
A decisão colegiada da Quarta Turma do STJ correu na terceira instância, na última quinta-feira (12). Acima dela, apenas o próprio Supremo Tribunal Federal. Por isso, não há mais chances de recorrer, pois caberia ao STF optar por aceitar julgar o caso ou não, uma vez que a última instância analisa apenas questões de ordem constitucional.


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Caso HSBC: quanto há de independência na ‘mídia independente’?

Quanto há de independência real na imprensa que os suspeitos de sempre gostam de chamar, peitos estufados, de “independente”?
O episódio da estrepitosa demissão de um colunista do jornal britânico Daily Telegraph joga luzes sobre este assunto.
Peter Oborne disse que saía porque a cobertura do jornal do caso HSBC é uma “fraude contra os leitores”.
O que o jornal não quer arriscar, segundo ele, é a publicidade milionária que o banco lhe garante.
Na Era Digital, anúncios são cada vez mais escassos para a mídia impressa – e o preço a pagar por isso é o que se está vendo no Telegraph.
A independência da mídia “independente” termina na necessidade de agradar seus anunciantes.

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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O espírito antidemocrático da mídia nos ataques aos advogados

A falta de informação jurídica mínima produziu um escândalo do nada, comprovando que, na atual luta política, o padrão dos jornais é o que mais se aproxima do conhecimento e das práticas das republiquetas bolivarianas. O desapego aos valores democráticos e aos direitos individuais é típico de uma pré-história latino-americana, um período que se pensava estar relegado ao lixo da história.
Provincianos, anacrônicos, despreparados, gostam de invocar os valores norte-americanos naquilo que têm de superficial, deixando de lado os princípios fundadores da democracia, além de exibir um desconhecimento gigantesco de regulamentos públicos.

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