sábado, 11 de junho de 2016

Um mês de Temer, amanhã. E tudo em compasso de espera, exceto a mesquinharia




Por Fernando Brito*
O “choque de credibilidade” que o Governo Temer traria ao país, ao que parece, era só “cosquinha”.
Em um mês de usurpação, o que foi feito?
O “rombo” nas contas públicas, ao menos sob a ótica contábil, aumentou. Há um “exagero” quase que unanimemente reconhecido, alinhado à “máxima” de Henrique Meirelles de que deve-se prometer pouco para entregar mais.
Mas, de fato, com a onda de reajustes de diversas categorias – muitas delas as de mais elevados padrões salariais – é certo que os gastos públicos vão aumentar.
Os badalados cortes nos cargos comissionados têm efeito meramente pirotécnicos: não chegam a representar 0,1% da folha de pessoal.
Bolsa e dólar andaram “de lado” e a saída financeira de capital cresceu muito, chegando a US$ 11,43 bilhões  no final do mês.
A inflação subiu e, francamente, alguém andou fumando algo estragado se enxerga alguma possibilidade de queda brusca nas suas taxas. O IGP-M, que de certa forma a antecipa por dar peso maior aos preços por atacado, teve a maior valor – 1,12% – para o mês de junho, na sua primeira prévia, da última década.
E, francamente, dizer que os números podem ficar “no azul” no último trimestre é uma mistificação, porque significa compará-los  com os do desastre dos meses finais de 2015.
Também não ajudam as apreensões internacionais: queda recorde nas reservas cambiais da China, ameaça de saída do Reino Unido da Zona do Euro (o chamado Brexit) e os sinais de que, depois de meses de “ensaios”, o Federal Reserve americano pode mesmo subir seus juros.
Menos ainda as críticas e o noticiário sobre golpe e corrupção no novo Governo coopera para fechar os 70 ou 80 bilhões de dólares vindos do exterior que o Brasil precisa para fechar suas contas. O primeiro leilão de concessões,  de portos, não teve interessados.
Um mês passado significa também, no mínimo, mais três ou quatro antes que se possa consumar o afastamento de Dilma, o que permitiria a adoção dos “pacotes de maldades” que ainda fazem o governo “bater cabeça” internamente. Porque é cada vez mais pressionado a fazê-lo logo, já e não é por outro motivo que os grandes jornais espalham editoriais exigindo a eliminação do “fator Cunha”.
Então além das declarações de otimismo e confiança, as medidas que este governo tomou para a “salvação nacional”, pode-se  dizer,  foram compostas principalmente  as de cortar as viagens, a comida e agora até a hospedagem de Dilma Rousseff.
Ah, bom, agora sim a economia brasileira vai se recuperar!
*Via Blog Tijolaço

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Mobilizações tomam conta do país durante a semana; dia 10 tem greve geral e ato nacional


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Movimentos acreditam que o crescimento das manifestações é o único caminho para derrotar o golpe
São Paulo – RBA- Os movimentos populares, a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo e partidos progressistas realizam, durante toda esta semana, manifestações contra o governo provisório de Michel Temer. As manifestações culminarão, na sexta-feira (10), com uma greve geral convocada pela CUT e pelo PT. No mesmo dia será realizado um ato unificado nacional, liderado pelas duas frentes, contra o afastamento da presidenta Dilma Rousseff.

O PT orienta os militantes, principalmente os que atuam diretamente no movimento sindical, “a ajudarem na preparação para uma greve geral contra o golpe, pelo 'fora, Temer' e por nenhum direito a menos”, segundo texto publicado pelo presidente nacional do partido, Rui Falcão, no site da legenda.

“Com menos de um mês da aplicação do golpe, a conta já chegou aos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. O presidente ilegítimo e golpista, Michel Temer, não esconde o que estava por trás do afastamento ilegal da presidenta Dilma Rousseff: reforma da Previdência, com arrocho nos direitos dos trabalhadores, desvinculação do orçamento da educação e saúde, suspensão de programas sociais como Minha Casa, Minha Vida, Fies, ProUni e Pronatec, criminalização e perseguição dos movimentos sociais”, diz a convocatória do ato.
No Rio de Janeiro, o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas faz na tarde-noite de hoje (6) o lançamento da campanha "Se é público é para todos", com a participação de intelectuais, sindicalistas e políticos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é esperado no evento. Desde as 18h30, é realizado o segundo ato "Volta, Dilma", na Praça dos Três Poderes, em Brasília, organizado pelo Núcleo em Defesa da Democracia.
Os movimentos acreditam que o crescimento das manifestações é o único caminho  para derrotar o golpe. “Mesmo pessoas que já foram à rua contra Dilma não foram pedindo o Temer. E com o ataque brutal que esse governo interino e ilegítimo começa a praticar contra os direitos sociais, isso seguramente vai aumentar as mobilizações”, disse o coordenador da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, na semana passada. “O terreno é mais fértil do que nós, da Frente Brasil Popular, supúnhamos. O governo interino, com sua inabilidade, está ajudando muito”, afirmou o ex-presidente do PSB Roberto Amaral, no mesmo dia (leia aqui).
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