O jornalismo tapioca praticado atualmente no Brasil – baseado no conceito de que a verdade factual não importa, importa sim o tamanho da letra da manchete e quantas vezes ela é repetida antes de ser rapidamente esquecida – em sua versão praticada por colunistas que pensam exatamente como seus patrões gostariam que eles pensassem, utiliza-se com certa frequência da artimanha “geléia de tapioca”.
Consiste em produzir um texto com tamanha concentração de manipulações, distorções, falácias, maldades, grosserias e, não raramente, mentiras deslavadas, que a simples resposta pontual a cada um de seus equívocos demanda um enorme esforço, de modo que um texto de 20 linhas, para ser respondido, exige algumas páginas de fundamentação racional. A “geléia de tapioca” tem como objetivo ocupar os adversários – já que o jornalismo tapioca, ao contrário do jornalismo propriamente dito, é claramente partidário – e fazê-los perder tempo.
A coluna de Fernando Rodrigues na FSP de hoje é um exemplo clássico de “geléia de tapioca”, um amontoado de desonestidades intelectuais, grosserias e manipulações, temperado com os clichês. Respondê-lo é inútil como cortar cabeças da Hidra, pura perda de tempo.
Continua no blog do Luís Nassif.