O regime de Washington e as direitas locais lançaram uma contra-ofensiva integral
Ante os contínuos triunfos eleitorais das forças populares e progressistas e o êxito de seus governos no combate ao neo-liberalismo ao elevar o bem-estar de nossos povos, Washington e as direitas locais optaram pelo judicialismo. Lançaram uma contra-ofensiva integral baseada no esquema das revoluções coloridas de Eugene Sharp, fundador líder da organização direitista Open Society, cujo histórico golpista e desestabilizador ocorre em toda a geografia planetária onde queira que haja governos que não são do agrado dos EEUU.
Evidenciando uma vez mais em nossa história que somente respeitam as regras da democracia representativa quando os favorecem, o imperialismo ianque e as direitas iniciaram uma cadeia de golpes de Estado contra os governos progressistas. A primeira vítima foi a pequena Honduras, onde derrubaram Manuel Zelaya (2009) pela força das armas, e para isso contaram com o apoio judicial, parlamentar e midiático. Seguiram os golpes contra o presidente Fernando Lugo no Paraguai (2012) e contra sua homóloga Dilma Roussef (2016) no gigantesco Brasil. Mas também tem havido várias tentativas de golpe contra os governos populares. O caso paradigmático é Venezuela por ter utilizado quase a totalidade dos recursos da guerra não convencional, híbrida ou de quarta geração. Para somente mencionar algumas ações muito relevantes, se produziu o golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez em 2002, precedido de um locaute (patronal) e seguido aos poucos meses da greve petroleira, que paralisou a principal indústria do país a um custo de bilhões de dólares. O golpe chegou a tirar Chávez do governo mas durou escassas 48 horas ao reinstalar o líder venezuelano logo após um contundente contra-golpe popular-militar sem precedentes. Ali se consolidou a unidade cívico-militar que venceu as numerosas tentativas de derrubar o chavismo, encarnado nos últimos anos pelo presidente Nicolás Maduro. Entre elas, as ferozes guarimbas de 2014 e 2017, o recrudescimento sem limites da criminosa guerra econômica e midiática e a recentemente frustrada tentativa de magnicídio contra o mandatário venezuelano. Não foi por acaso, este estava para lançar uma verdadeira revolução econômico-financeira dentro da revolução, que golpeará duramente a especulação contra a economia popular e romperá com o dólar como moeda de câmbio.
Também foram objeto de graves tentativas de golpe os presidentes Evo Morales (2008) e Rafael Correa (2010), os que, dada sua essência, não podem mesmo qualificar-se senão como golpes de Estado de nova geração. Ambos requereram uma ação enérgica da Unasur, hoje em processo de liquidação pelo atual governo equatoriano e outras administrações de direita da América do Sul.
Por sua vez, Lula está preso depois de um processo armado cujo único objetivo é impedir o político mais popular do país que participe das eleições para presidência em outubro deste ano. Submetido a um descomunal linchamento midiático internacional o governo golpista lhe proíbe manifestar-se nos meios, participar nos debates e sequer ter acesso livre ao telefone ou às redes sociais. Não obstante, continua sendo o líder em todas as pesquisas e já alcança uma intenção de voto de 39 por cento, muito acima de seus eventuais rivais. Apesar dos sonoros protestos e questionamento dentro e fora do Brasil busca-se a ilegalização de sua candidatura.
Algo parecido ocorre com o ex-presidente Correa, contra quem se desenrola um processo judicial espúrio e que, após meses de guerra midiática, pretende-se detê-lo pelo governo reconvertido a neo-liberal por Lenín Moreno mediante uma ordem internacional de captura. A direita teme que Correa seja o vitorioso de uma futura eleição.
Logo após numerosas montagens midiáticas e judiciais continua a perseguição contra Cristina Fernández de Kirchner, principal referencia do campo popular argentino, cujas propriedades estão ameaçadas de invasão, que, segundo o plano direitista, seria seguido da perda de foro parlamentar. Apesar disso, lidera as pesquisas para as eleições de 2019 e se as eleições fossem hoje derrotaria claramente o presidente Mauricio Macri, motivo principal de um maior enfurecimento contra ela. Necessitamos uma contra-ofensiva popular muito inteligente e criativamente organizada para derrotar aqueles que pretendem manter a ditadura oligárquica sobre os povos latino-americanos.
@aguerraguerra
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