sábado, 23 de fevereiro de 2013

A ilha, seu povo, seu sonho

Mauro Santayana

Podemos  discordar do regime político de Cuba, que se mantém sob o domínio de um partido único. Mas é preciso seguir o conselho de Spinoza: não lisonjear, não detestar, mas entender. Entender, ou procurar entender. A história de Cuba — como, de resto, de quase todo o arquipélago do Caribe e da América Latina — tem sido a de saqueio dos bens naturais e do trabalho dos nativos, em benefício dos colonizadores europeus, substituídos depois pelos anglossaxões. 

E, nessa crônica, destaca-se a resistência e a luta pela soberania de seu povo não só contra os dominadores estrangeiros mas, também, contra  seus vassalos internos. 


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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

'Black sites'


O Open Society Institute, estabelecido pelo investidor e filantropo George Soros para "promover os direitos humanos e o governo democrático", agora tem alcance mundial e acaba de publicar um relatório assustador sobre as atividades secretas de detenção e extradição não judicial da Agência Central de Inteligência (CIA), desde os ataques terroristas aos EUA em 11 de setembro de 2001.

O relatório "Globalizing Torture" é um estudo detalhado e bem documentado sobre aquilo que o ex-vice-presidente americano, Dick Cheney, descreveu como "o lado escuro", no qual, como ele disse, "temos de viver nas sombras do mundo da inteligência".

Depois do 11 de Setembro, a CIA realizou detenções secretas, e terroristas foram encarcerados em prisões da agência, conhecidas como "black sites", fora dos EUA. Nelas, eram usadas as chamadas "técnicas amplificadas de interrogatório", que envolviam tortura e outros abusos. 



Texto de Kenneth Maxwell, publicado na Folha de São Paulo, disponível no Colagens do Umbigo e da Mosca Azul


O relatório completo, de mais de 200 páginas, está disponível em inglês no sítio da Open Society.

Na surdina, Congresso pode dar um golpe nos trabalhadores


Para atender à determinação do Supremo Tribunal Federal, de que o veto de Dilma Rousseff à alteração das regras de distribuição de royalties do petróleo só possa ser analisado após a análise de outros 3 mil vetos, o Congresso está desenterrando alguns esqueletos. Alguns com cara de bem feia.
Há parlamentares que, na surdina, estão se articulando para que um dos vetos presidencial, em especial, seja derrubado: o que trata da chamada Emenda 3.
A emenda, que integrou o projeto que criou a Super Receita, propõe que auditores fiscais federais não possam apontar vínculos empregatícios entre empregados e patrões, mesmo quando forem encontradas irregularidades. Apenas a Justiça do Trabalho, de acordo com o texto, é que estaria autorizada a resolver esses casos. Na prática, a nova legislação tiraria o poder da fiscalização do governo, o que dificultaria o combate ao tráfico de pessoas, ao trabalho escravo, ao trabalho infantil e a terceirizações ilegais que burlam direitos do trabalhador.
Originalmente, a emenda foi proposta atendendo à solicitação de empresas de comunicação e de entretenimento que contratam funcionários por meio de pessoas jurídicas, conhecidas como “empresas de uma pessoa só”. O problema é o efeito colateral que isso pode criar para o restante da sociedade.
O Congresso Nacional aprovou a emenda, mas o então presidente Lula a vetou em março de 2007. Na época, trabalhadores foram às ruas para apoiar o veto – milhares de metalúrgicos fizeram passeatas na região do ABC, metroviários cruzaram os braços e bancários protestaram na capital paulista. Com as manifestações, a medida foi posta em compasso de espera, uma vez que assustaram deputados e senadores favoráveis à medida. Agora, como parte da discussão sobre o pacote de vetos, reapareceram articulações, contando com a breve memória do brasileiro e com a dificuldade de analisar atentamente uma única matéria quando são milhares os vetos discutidos ao mesmo tempo.

O texto completo está no blog do Sakamoto

Paulo Moreira: com Mensalão, orquestraram um golpe contra Lula

O julgamento do mensalão “transcende. Implica em dar um golpe em um movimento histórico do povo brasileiro, que produziu líderes, que produziu expressões”, defendeu o jornalista Paulo Moreira Leite ao falar sobre a Ação Penal 470, apelidada pela imprensa de “Mensalão”, na noite desta quarta-feira (19), em São Paulo.

Vanessa Silva
Lançamento livro
Paulo Moreira Leite, concede entrevista coletiva a blogueiros, sobre seu livro "A outra história do Mensalão"

Durante o lançamento do seu livro “A outra história do Mensalão – As contradições de um julgamento político”, o jornalista, que foi diretor da Época e redator-chefe da Veja versou sobre as incômodas verdades do processo, a necessidade de democratizar a mídia, e suas motivações pessoais para a prática do jornalismo.    

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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Morrer aos poucos


O técnico de computadores Carlos Alexandre Azevedo morreu no sábado (16/2), após ingerir uma quantidade excessiva de medicamentos. Ele sofria de depressão e apresentava quadro crônico de fobia social. Era filho do jornalista e doutor em Ciências Políticas Dermi Azevedo, que foi, entre outras atividades, repórter daFolha de S. Paulo.
Ao 40 anos, Carlos Azevedo pôs fim a uma vida atormentada, dois meses após seu pai ter publicado um livro de memórias no qual relata sua participação na resistência contra a ditadura militar. Travessias torturadas é o título do livro, e bem poderia ser também o título de um desses obituários em estilo literário que a Folha de S.Paulo costuma publicar.
Carlos Alexandre Azevedo foi provavelmente a vítima mais jovem a ser submetida a violência por parte dos agentes da ditadura. Ele tinha apenas um ano e oito meses quando foi arrancado de sua casa e torturado na sede do Dops paulista. Foi submetido a choques elétricos e outros sofrimentos. Seus pais, Dermi e a pedagoga Darcy Andozia Azevedo, eram acusados de dar guarida a militantes de esquerda, principalmente aos integrantes da ala progressista da igreja católica.

Contra a democracia


Um dos pilares do paradigma liberal é a crença de que livre-mercado e democracia são termos que nunca podem entrar em contradição.
Segundo essa vulgata, por meio do livre-mercado garante-se a liberdade individual de empreender e defender seus próprios interesses.
Neste mundo, ser livre equivaleria a poder estabelecer contratos de maneira "não coercitiva", seja para vender a força de trabalho, seja para alugar o útero, seja para contrair matrimônio, seja para relacionar-se com o Estado por meio dos impostos ou para tomar empréstimos no banco. Diga-se de passagem, todas essas ações são, para os liberais, pensadas a partir de uma mesma lógica unidimensional.
Nesse contexto, "democracia" só pode significar "o regime que não interfere nos contratos firmados por pessoas livres". Quanto menos interferência estatal, mais liberdade; é o que diz o velho man-tra. No entanto, foi esse mantra que levou o mundo a uma das piores crises do capitalismo. Por isso, sair da crise só será possível à condição de pararmos de nos deixar enfeitiçar por ele.


O texto de Vladimir Safatle, publicado na Folha de São Paulo, está disponível no Colagens do Umbigo e da Mosca Azul

Governador do Pará à época do massacre de Eldorado do Carajás morre em Belém

Morreu na manhã desta terça-feira (19), em Belém, ex-governador do Pará Almir José de Oliveira Gabriel, 80. O político, que estava internado com problemas pulmonares no hospital geral da Unimed, no centro da capital paraense, ficou à frente do Estado pelo PSDB durante dois mandatos e foi durante a sua gestão que aconteceu o massacre de 19 sem-terra em Eldorado do Carajás, em 1996.


Confira no UOL Notícias

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Suicida-se filho do jornalista Dermi Azevedo, torturado pela ditadura quando bebê

O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) emitiu neste domingo (17) uma nota em solidariedade à família do jornalista e cientista político Dermi Azevedo, pela morte de seu filho Carlos Alexandre Azevedo. Carlos se suicidou com uma overdose de remédios no domingo (17). Com apenas um ano e oito meses de idade, ele foi preso e torturado em 1974, ao lado da mãe, no prédio do Deops, em São Paulo.


Confira no Sul21.

'Prisioneiro X' de Israel 'vazou informações secretas'


O programa de TV australiano que divulgou a identidade do chamado "prisioneiro X" de Israel deu mais detalhes sobre os motivos que teriam levado à sua prisão.
De acordo com o programa Foreign Correspondent, do canal ABC News, Israel aprisionou secretamente Ben Zygier, um australiano que trabalhava para o Mossad (serviço secreto israelense) porque acreditava que ele tivesse divulgado detalhes sobre seu trabalho.
De acordo com o programa, Israel suspeitava que Zygier havia informado a Asio, agência de segurança da Austrália, sobre operações secretas do Mossad.
Na semana passada, o canal identificou Zygier como o "prisioneiro X", cuja existência Israel nunca reconheceu. O australiano teria se enforcado meses depois de seu caso ter emergido em 2010.
O programa australiano é objeto de um debate intenso na mídia israelense, depois que o governo proibiu a publicação de detalhes do caso.
As ordens foram flexibilizadas em seguida e membros do Parlamento israelense exigiram o fim da censura à mídia no país.


Confira na BBC Brasil

Agentes externos complicam negociação na Síria, diz relator da ONU

Os interesses geopolíticos regionais têm contribuído de forma crucial para aumentar a intensidade da guerra civil síria, avalia o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Síria, instaurada pela ONU para investigar e registrar violações de direitos humanos no conflito do país árabe, que está prestes a completar dois anos.


Confira na BBC Brasil

Por que falam tanto de Yoani?


Yoani Sanchez, a blogueira cubana, recebe uma cobertura enorme da mídia brasileira e internacional por uma razão: ela critica Cuba.

Por isso ela será tratada como estrela pop na turnê mundial que começa agora, entre os brasileiros. (O governo cubano deu uma absurda contribuição à aura de ‘martírio’ de Yoani com sua indefensável política restritiva para viagens e para o livre debate político, mas isto é outro assunto.)

No Brasil, sabemos que escrever contra Lula encurta o caminho rumo a colunas no Globo, na Veja, no Estadão e na Folha. Ou a participações na CBN e na Globonews, e assim a vida caminha.

No mundo, escrever contra Cuba, ainda mais se você é cubano e ainda mais se você vive lá, como Yoani, é garantia de ampla cobertura da mídia americana, cuja repercussão é planetária.

Ao longo dos anos, esse tipo de conteúdo serviu aos interesses americanos de fazer propaganda contra qualquer coisa parecida com socialismo.


Confira no Diário do Centro do Mundo.

Companhia aérea Iberia vive a maior greve em sua história

Os 20 mil trabalhadores da companhia aérea espanhola Iberia foram convocados a partir de hoje e até sexta-feira 22 de fevereiro para a maior greve na história da companhia, com cinco dias de paralisação.

Além disso, é só o início de algumas mobilizações que se estendem até março, com mais dois novos rodízios de cinco dias de greve.

A greve, aderida tanto pelos funcionários de voo como de terra da Iberia, afetará também algumas das 120 companhias às quais presta serviços de assistência em terra (handling), entre as quais as mais prejudicadas são as de seu próprio grupo: Iberia Express, Vueling e Air Nostrum.

No total, o grupo deixará em terra durante estes cinco dias de interrupções mais de 1.220 voos, dos quais 415 correspondem à Iberia (39% dos 1.062 programados); 354 da Vueling (29% do total); 357 da Air Nostrum, e 96 da Iberia Express (30%).


Confira no UOL Economia.
QUEM É YOANY SÁNCHEZ?




Iroel Sánchez
Com o título “Yoani Sánchez: Bloguera ou mercenária? “, o jornalista brasileiro Altamiro Borges publicou uma caracterização da multipremiada blogger que se soma à  informação que nos últimos dias vários espaços alternativos do Brasil têm difundindo sobre este mediático personagem.
Complementando o trabalho de Altamiro, quem preside o Centro de Estudos de Meios Alternativos Barão de Itararé na cidade de São Paulo e é autor, entre outros títulos, do livro A ditadura da mídia, e de outros jornalistas brasileiros, La pupila insomne elaborou  este dossiê.

1. Empregada da SINA:
-Yoani Sánchez (YS) se reúne frequentemente e recebe instruções da Repartição de Interesses dos EUA (SINA) em Havana. 


Vejam mais (MUITO MAIS) em PÁTRIA LATINA

Charge de Osval

Charge de Osval vista em REBELION.ORGhttp://www.rebelion.org/ (18.02.2013)

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A turnê mundial de Yoani Sánchez

Depois de cinco anos de espera, Yoani Sánchez conseguiu, por fim, a autorização para viajar ao exterior. Depois da reforma migratória vigente desde 14 de janeiro de 2013, que permite a todos os cubanos deixar o país sem outra formalidade além da obtenção de um passaporte e um visto, a mais famosa opositora do governo de Havana inicia no Brasil uma turnê mundial que a levará a vários continentes. O cineasta Dado Galvão a receberá em Recife, onde participará da apresentação do documentário Conexão Cuba Honduras 1.

Sua turnê se parece com a de um chefe de Estado ou a de uma estrela da música, e os recursos dedicados a ela são impressionantes. De fato, “uma programação muito intensa” espera a jovem opositora de 37 anos 2. Tem conferências previstas no México, onde será a convidada de honra da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), que terá sua reunião semestral em Puebla; nos Estados Unidos, com encontros em Nova York, onde será recebida na redação do New York Times; Washington e Miami, Argentina, Canadá, Peru, Espanha, Itália, Alemanha, República Checa, Países Baixos e Suíça 3.



Confira no Opera Mundi

Partido 'Apolítico e Apartidário...'




por FrancoAtirador, em comentário aqui

Antigamente, na época em que o acesso à escola e aos tratamentos médicos, no Brasil, era limitado a uma elite sócio-econômica, as campanhas eleitorais – todas demagógicas – sempre incluíam genericamente “Saúde” e “Educação” como “as prioridades das prioridades” no rol de promessas dos candidatos, pois “Doença” e “Ignorância” sempre renderam votos.

Com o passar do tempo, fundamentalmente a partir da Constituição Federal de 1988, a universalização da prestação desses serviços públicos absolutamente essenciais à toda população – ainda que o atendimento estatal e privado, nesses setores, seja vergonhosamente insuficiente até os dias atuais – somada ao advento da concentração populacional urbana nas grandes cidades, causada pela concentração de terras e o êxodo rural, que trouxe indubitavelmente conseqüências drásticas ao cotidiano dos cidadãos, outras demandas como “Segurança” e “Transporte vieram concorrer com aquelas já desgastadas propostas dos candidatos demagogos que costumeiramente prometem, elegem-se e não cumprem as promessas de véspera de eleição.

Porém estes são assuntos que restringem-se às administrações dos estados e municípios.

É claro que, nesse ínterim, as soluções para os problemas econômicos nacionais, que dizem respeito diretamente à vida dos trabalhadores, como “Desemprego” e “Inflação”, também estiveram, estão e estarão na ‘Relação Geral da Demagogia BraZileira’. (...)

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