sábado, 1 de dezembro de 2007

Cerveja Livre Produzida no Brasil

Free Beer (ou cerveja livre) é o nome de uma cerveja cuja receita é licenciada sob a Creative Commons, ou seja, dentro de certos limites, pode ser copiada, alterada e/ou redistribuída (não necessariamente nesta mesma ordem). De origem dinamarquesa a Free Beer tem sido comparada ao Linux e à Wikipedia, devido a possibilidade de qualquer um poder utilizar sua receita gratuitamente, ou mesmo alterá-la.

No Brasil a Free Beer está sendo produzida pela Cervejaria Germânia, e passará a ser comercializada em um evento em São Paulo a partir de 27/Nov/2007. A versão da cerveja comercializada no Brasil é a 3.4, infelizmente a receita desta versão ainda não foi publicada, mas tenho certeza que será providenciada antes do seu lançamento oficial.

O texto continua no Doses Diárias.

41% da televisão privada é garantido por dinheiro público

Esta informação você jamais verá na chamada "mídia democrática" brasileira. Uma pesquisa recente do Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom) mostrou que 1.604 prefeituras municipais de vários Estados brasileiros detêm outorga de retransmissão de canais de TV privados. A informação é da Agência Pulsar Brasil.

Ao todo, estas prefeituras detêm 3.270 retransmissoras, das quais 95% estão conectadas às empresas privadas de mídia televisiva do País, especialmente a TV Globo. As retransmissoras são estações de TV de abrangência local que reproduzem a programação das grandes empresas nacionais de mídia. Na prática, o que ocorre com isso é que os poderes públicos municipais estão usando infra-estrutura e dinheiro da sociedade para uma atividade empresarial privada.

Alguns exemplos encontrados pela pesquisa mostram como as grandes cadeias de mídia dependem das prefeituras para chegar ao país inteiro. Globo, Record, Bandeirantes, SBT e Rede TV! têm 41% em média de sua abrangência nacional garantidos por esta estrutura pública. A pesquisa fez uma comparação com as empresas públicas de comunicação. A TV Cultura de São Paulo e a Radiobrás têm 10% de sua abrangência nacional garantidos por prefeituras.

Para James Göergen, da Epcom, trata-se de uma situação de “exploração semi-privada das estruturas públicas”.

Continue lendo no Diário Gauche.

Carteiraço

Segundo informa o jornalista santiaguense Júlio Prates, o deputado estadual Marco Peixoto (PP), que no último processo eleitoral "teve vazada a informação de que - ao longo de quatro anos de mandato na Assembléia Legislativa - não havia apresentado sequer um projeto-de-lei", foi autuado pela Brigada Militar de Santiago, RS, na última sexta-feira, 23, dirigindo em alta velocidade em perímetro urbano.

Marco Peixoto teria sido flagrado pelos radares da BM a 124 km/h. Como se vê, a velocidade do deputado em vias públicas parece ser inversamente proporcional ao seu desempenho como parlamentar.

Ainda segundo Prates, o referido representante do povo teria se recusado a apresentar documentos sob o olímpico argumento de que seria
deputado e que, por tal motivo, "não devia explicações a brigadianos".


Via La Vieja Bruja.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Anatomia do Traffic Shaping

O pessoal da Electronic Frontier Foundation, grupo de ativistas que defende a liberdade e a privacidade dos internautas, fez um raio-x das peripécias da Comcast, operadora que está atrasando e bloqueando os downloads dos usuários.

A empresa é responsável pelo segundo maior ISP dos Estados Unidos e oferece planos “combo” de TV paga e banda larga.

A pesquisa da EFF analisou dificuldades vividas por usuários das redes BitTorrent, Gnutella e de quem fez downloads pesados via FTP ou via HTTP mesmo. A situação é bastante complicada. A técnica usada pela Comcast se confunde com os ataques hackers usando spoofing.

A operadora faz uma degradação seletiva de pacotes de dados espionando o conteúdo trocado pelos usuários, uma espécie de filtragem que não apenas atrasa os downloads como também impede que eles aconteçam e prejudica o funcionamento de vários programas.



O texto continua no blog do Juliano Barreto, na INFO Exame.


Murdoch reconhece "controle editorial" sobre apoio político de seus jornais

O magnata da imprensa Rupert Murdoch reconheceu diante de uma comissão do Parlamento britânico que detém "controle editorial" sobre a linha política nacional e européia de dois tablóides britânicos de sua propriedade.

Murdoch, de origem australiana e dono do grupo News Corporation, reconheceu que decide que partido devem apoiar o sensacionalista The Sun - jornal de maior tiragem da Inglaterra - e o dominical News of the World em caso de eleições gerais e também em temas relacionados à União Européia, informa hoje a agência britânica PA.

O Sun e o News of the World sempre mantiveram postura hostil com relação a Bruxelas e à moeda comum européia, ao mesmo tempo em que apoiaram a Guerra do Iraque, aliando-se à postura do presidente americano, George W. Bush.

O texto continua no Comunique-se. Mas parece que quem acompanha os veículos da News Corporation não tinha dúvidas.

Capitalismo sem risco

Em excelente entrevista a O Globo o investidor Eike Batista criticou a falta de espírito capitalista dos empresários brasileiros. "Eles não têm cultura de risco", diz Eike, que na segunda-feira pagou mais de R$ 1,5 bilhões pelo direito de explorar blocos de gás na costa marítima. Eike ainda ironizou as constantes reclamações dos empresários sobre carga tributária. "Então manda eles para o Canadá...Quando todo mundo estiver pagando a conta, aí você vai ver todo mundo se organizar. É que aqui a maior parte não paga", diz. Aqui, n'O Filtro

O teatro da CPMF

NASSIF:

A FIESP lançou a campanha contra a CPMF para marcar posição política. Acho que não esperava que pegasse.
O PSDB impôs algumas condições para valorizar a votação, já que seus governadores necessitam dessa aprovação.

De jogo de cena em jogo de cena, o tema pegou. Agora, toca a manter o jogo de cena e recuar nem tão rapidamente que pareça fuga, nem tão lentamente que pareça provocação.

Ontem o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, disse que se o governador acenar com parcela maior da CPMF na Saúde, o partido apóia. Aécio, Serra, Yeda, todos estão tremendo de receio de não passar a prorrogação da CPMF.

Só FHC, que não tem responsabilidades de governo, quer ver o circo pegar fogo.


Acrescento:

Se alguém tem renda mensal de 30 mil reais e compra um litro de leite, paga o mesmo imposto sobre essa aquisição de alguém que quem tem renda mensal de 300 reais. A CPMF é realmente mais justa, pois sua incidência é diretamente proporcional ao volume de dinheiro movimentado.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Chávez e Fidel são pintados em 'A Última Ceia'

Homem passa por imagem de 'A Última Ceia' com novos personagens, com exceção de Jesus Cristo, pintada em Caracas, na Venezuela; Hugo Chávez está sentado bem à direita da foto. Também aparecem Mao, Fidel Castro, Marx, Lenin, Simon Bolívar, entre outros (Foto: Rodrigo Arangua/AFP). Saiu no G1.

ONDE ESTÃO AS CANSADAS?

Enquanto Ana Maria Braga esfrega sua genitália em um poste (vide http://www2.virgula.com.br/virgulando/interna.php?ID=50746), Ivete Sangalo agora faz leilão de gado.

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Dólar, o rejeitado

O mundo abandona a moeda americana, que derrete à luz do dia. Será esse o começo do fim do império?

Durante décadas, aquele papel esverdeado com a foto de um sujeito meio careca, meio cabeludo significou bem mais do que um simples mecanismo de pagamento. O dólar, com a face de Benjamin Franklin e a inscrição In God We Trust (Em Deus Nós Confiamos) no verso, representava a grande reserva de valor mundial. Era um dinheiro que poderia repousar debaixo do colchão e continuar valendo a mesma coisa muitos anos depois. Graças a essa solidez, a riqueza árabe se converteu em petrodólares, as exportações asiáticas geraram trilhões investidos em títulos americanos e os Estados Unidos desfilaram vitoriosos como o império econômico global. Na semana passada, porém, essa realidade parecia desmoronar, com a surra que o dólar tomava de várias moedas. O euro, que nasceu a US$ 0,85, era negociado a US$ 1,50 e ninguém enxergava o fundo do poço. Num encontro em Cingapura, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, elevou a tensão ao sinalizar que poderá aplicar suas divisas – uma montanha de US$ 1,4 trilhão – em euros ou ienes. “Estamos preocupados em preservar o valor das reservas”, disse ele. Dias antes, na Arábia Saudita, exportadores de petróleo começaram a discutir fórmulas de fixar o preço do barril com base numa cesta de moedas – e não mais em dólar, apenas. Nada, porém, causou tanto impacto quanto a decisão da modelo brasileira Gisele Bündchen, que exigiu ser paga em euros ao assinar um contrato com a multinacional americana Procter & Gamble. O estrago foi tão grande que a debâcle do dólar passou a ser chamada de “efeito Gisele” Ela fez mais para restabelecer a verdade no mundo do que qualquer economista”, avalia o banqueiro Paulo Guedes, fundador do Pactual e um dos sócios da gestora de recursos Fidúcia.

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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Policiais Desempregados

Temos curso superior, fizemos concurso há dois anos. Passamos. Somos 253 novos Escrivães da Polícia Civil. O Estado contratou longo processo seletivo e usou dinheiro público na nossa formação. Há oito meses, exigiu que deixássemos nossas cidades, famílias e empregos. Cumprimos. Até pagamos o aluguel do salão de eventos da formatura. A governadora foi à solenidade, mas não anunciou a tão esperada nomeação. Estamos desempregados.

Dica de Adeli Sell.

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terça-feira, 27 de novembro de 2007

Bolívia: Mídia que ajuda a atirar gasolina na crise aposta num país "balcanizado" bem na fronteira do Brasil

VI O MUNDO:

Em recente artigo publicado na imprensa brasileira, o historiador Moniz Bandeira falou sobre a "Balcanização da Bolívia", ou seja, o processo pelo qual o país seria dividido. Bandeira fez referência direta ao embaixador americano na Bolívia, Phillip Goldberg:

"Esse diplomata tem experiência em conflitos étnicos e tendências separatistas, que irromperam no Leste europeu após a desintegração da Iugoslávia. Ele trabalhara na questão da Bósnia, no Departamento de Estado, de 1994 a 1996; fora assistente especial do embaixador Richard Holbrooke, o artífice da desintegração da Iugoslávia; e servira como chefe da Missão dos EUA em Prístina, Kosovo (2004-06), onde orientou a separação dos Estados da Sérvia e Montenegro, após haver sido ministro conselheiro na Embaixada dos Estados Unidos em Santiago do Chile (2001-04)."

De acordo com o artigo, publicado na "Folha de S. Paulo", "a suspeita em La Paz é de que ele (o embaixador) foi designado a fim de conduzir o processo de separação de Santa Cruz de la Sierra, caso ela ocorra, após a aprovação da nova Constituição e em meio à exacerbação das tensões étnicas, sociais e políticas, aguçadas pelo choque de interesses econômicos das distintas regiões da Bolívia", concluiu Luiz Alberto Moniz Bandeira.

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Os donos do mundo: a Folha erra e insiste no erro

Em sua coluna do último domingo (25), o ombudsman da Folha de S.Paulo, Mário Magalhães, criticou a série de matérias publicadas pelo jornal na semana passada, nas quais insistiu na tese de que o PT teria recebido R$ 500 mil de uma empresa para beneficiá-la em um pregão da Caixa Econômica Federal.
A tese da Folha não se sustentava e foi cabalmente desmentida por todas as instituições envolvidas na matéria, incluindo a própria Polícia Federal, suposta fonte dos repórteres da Folha.
Leia abaixo a nota publicada por Mário Magalhães.

Nota do ombudsman

Folha erra e insiste nos erros

A Folha apurou uma informação valiosa para o último domingo: as empresas ABC Industrial e Nacional Distribuidora de Eletrônicos doaram R$ 500 mil ao PT.
Elas são ligadas à Cisco, gigante mundial do mercado de redes de computadores cujas importações no Brasil aparentemente foram feitas com valores subfaturados.
Policiais federais que investigam a fraude contaram, sem que seus nomes fossem revelados, que as duas firmas não têm condições de arcar com tamanho desembolso. E que o pagamento se deu em troca de favorecimento a outra empresa próxima da Cisco, a Damovo, em leilão eletrônico da Caixa Econômica Federal.
O jornal descobriu que foram encontrados os recibos das doações, o PT as confirmou e disse que são legais.
As informações têm interesse público. Porém a manchete foi "Cisco usou laranja para doar R$ 500 mil ao PT, afirma PF". Como evidenciou nota posterior da Polícia Federal, a instituição nada afirmou. Informações em "off" foram tratadas pela Folha como declarações oficiais. Um engano no qual o jornal reincidiu.
Na segunda-feira, a reportagem "Caixa alterou edital de concorrência que diz não ter mudado" concluiu: "Na retificação foram retiradas do edital características técnicas dos equipamentos - e foi graças à sua proposta técnica, e não ao preço menor, que a Damovo venceu o pregão".
Mais: "Em troca [da doação ao PT] a Caixa alterou edital para que a Damovo, distribuidora da Cisco, vencesse um leilão". A CEF respondeu que a mudança ocorreu em leilão que a Damovo perdeu, não no que ganhou. O jornal não teve como contestar, contudo não se corrigiu. Pior que errar é insistir no erro. No submundo dos agrados a partidos, não duvido de nada. Mas o jornalismo deve ser fiel aos fatos. E os fatos contradizem a Folha.
Recebido de João Lobo, por email. Jens, pela cópia.


Mulheres negras novamente o tema do Jô Soares

BLUE BUS:

Jô Soares voltou a falar de mulheres negras no programa de ontem. O Ministério Público do Rio de Janeiro informou, ontem, que está investigando o Programa do Jô que pode ter desrespeitado as comunidades negras ao se referir às mulheres africanas, em entrevista exibida dia 18 de julho passado.

No programa que foi ao ar ontem à noite, Jô Soares voltou a falar da mutilaçao clitoriana de mulheres negras na entrevista com o professor Marcelo Paixao, coordenador do Observatório Afro-Brasileiro.

Se o Jô falou pra tornar o assunto mais natural, tentando amenizar a situaçao, acho que ele se deu mal. O professor Paixao ficou muito constrangido e foi outra saia justa.

A vida como ela é

Cena do programa em que Navarro pediu a mão de Svetlana. (Foto: Reprodução/El País)

No dia 14 de novembro, a russa Svetlana Orlava participou do programa “El Diario de Patricia”, da TV espanhola Antena 3, no qual são debatidos os conflitos cotidianos de seus convidados. Sabendo apenas que receberia a mensagem de alguém próximo, ela aceitou o convite. Mas assim que o programa começou, a voz do homem que dizia querer homenageá-la fez com que a feição de curiosidade de Svetlana desse lugar a uma expressão de pavor.
“Te amo. Te amo. A vida é uma só e quero vivê-la contigo. Para sempre. Quero que se case comigo”, pediu de joelhos Ricardo Navarro, de 30 anos. Mas apesar da torcida da platéia e da insistência da apresentadora Patricia Gaztanaga, Svetlana balançou a cabeça, recusando o pedido.
E o que aparentava ser mais uma cena explícita de romance, escondia um passado sombrio de maus-tratos e agressões. Por uma ordem judicial, Navarro deveria manter uma distância de 500 metros da ex-namorada. Mas não foi o que aconteceu. Cinco dias após o programa, segundo o jornal espanhol "El País", Navarro se dirigiu à casa de Svetlana, mãe de um menino de dois anos, e a matou com facadas na região do pescoço. Do G1

Segurança no RS e a cobertura do grupo RBS

A dissertação de mestrado de Marja Pfeifer Coelho (Fabico/UFRGS), comparando o tratamento midiático dado às CPIs durante os governos Antônio Britto e Olívio Dutra traz um rico material histórico sobre o tema. Ilumina o passado e o presente. Ao recuperar editoriais, artigos e matérias publicados pelos jornais ZH e Diário Gaúcho na cobertura da CPI da Segurança, mostra a gritante diferença de tratamento em relação ao que ocorreu naquele período e o que acontece hoje. A denúncia do sucateamento das polícias, do desrespeito aos policiais, macheteada sem parar naquela época, desapareceu do noticiário justamente no momento em que policiais civis e militares fazem paralisações, passeatas e protestos contra o desmonte do serviço público de segurança no Estado. Os textos que passarei a publicar falam por si. Que cada um tire a sua conclusão. Os primeiros da série seguem abaixo:

“Poucos temas têm ocupado tanto a atenção dos cidadãos gaúchos como os relacionados à segurança pública. Historicamente encarado como exceção dentre os principais Estados brasileiros devido aos reduzidos níveis de criminalidade, o Rio Grande do Sul enfrenta hoje um paradoxo inquietante. Enquanto o crime organizado se sofistica e fortalece, os órgãos de prevenção e de repressão passam a impressão de terem sido superados pela agilidade das organizações criminosas” (ZH, 19/04/2001, Editorial).


Do RS Urgente. Confira.

O Ditador Amigo (2): Pervez Musharraff fecha redes de TV paquistanesas nos Emirados Árabes

O Governo dos Emirados Árabes Unidos cassou o sinal de duas redes de televisão paquistanesas que transmitiam de seu território e faziam oposição ao presidente do Paquistão, Pervez Musharraf. A ação de fechar os canais "Geo TV" e "ARY" seguiu uma solicitação do governo paquistanês. Os dois transmitiam de Dubai desde que seu sinal foi suspenso pelo regime de Musharraf, no dia 03/11, quando o presidente decretou o estado de exceção no Paquistão.

Após o decreto, os canais de televisão locais e internacionais desapareceram dos aparelhos de TV paquistaneses, devido às restrições à imprensa impostas pelo governo ditatorial. O Estado proibiu qualquer conteúdo que pudesse atingir a honra do presidente ou do exército.

Os canais privados foram obrigados a assinar um código de conduta de 14 páginas para poder retomar suas transmissões. Alguns deles, como o "Dawn" e o "Aaj", aceitaram a imposição. "Geo" e "ARY", porém, se recusaram.

Os dois canais continuavam sendo vistos no Paquistão via internet ou satélite. Em seu site, a "Geo TV" acusou diretamente o general Musharraf de pedir que as autoridades dos Emirados Árabes impedissem novas transmissões a partir de Dubai, onde a rede tem estúdios.

Segundo o presidente da emissora, Imran Aslam, como o canal podia ser captado no Paquistão por parabólicas, as autoridades proibiram a importação de antenas e outros equipamentos para receber sinais por satélite. Além disso, técnicos do governo procuraram bloquear a transmissão via internet.

"Estamos surpresos com as autoridades de Dubai, que se desenvolveu como uma célula de livre-comércio e comunicações", disse um comunicado do Comitê para a Proteção dos Jornalistas, em Nova York.

"Pedimos às autoridades do Paquistão e dos Emirados que retirem a ordem imediatamente e permitam que os canais privados de televisão informem sem serem submetidos a restrições", disse no comunicado o diretor-executivo da organização, Joel Simon.

Os principais partidos da oposição condenaram o fechamento da rede. Em Karachi, no sul do Paquistão, houve uma passeata de jornalistas em protesto contra o fechamento.

O general Musharraf prometeu em várias ocasiões respeitar a liberdade de informação no Paquistão. Mas nos últimos tempos vinha exigindo "responsabilidade" da imprensa.

Do Comunique-se.

O Ditador Amigo (1): O Paquistão quebrado em dois ou três

Repórter veterano e Prêmio Pulitzer, Steve Coll aproveita a atual edição da New Yorker para comentar o dilema paquistanês:

O país vive duas crises simultâneas. A mais visível é a entre Musharraf, judiciário e políticos civis, que não se entendem a respeito de eleições e divisão de poder – uma disputa entre líderes incapazes de chegar a um acordo que culminou, há duas semanas, na declaração do estado de emergência, seguido por um ataque do exército a ativistas de direitos humanos, jornalistas independentes e militantes políticos. Este desentendimento se sustenta, em parte, pela competição por espaço de duas forças: os militares, que formam uma instituição ampla, de classe média e evidentemente não-democrática; e o Partido do Povo, uma instituição igualmente ampla e não-democrática (jamais houve eleições internas), um tanto mais pobre. O Partido do Povo começou como um movimento socialista rural liderado pelo pai de Benazir Bhutto, que foi enforcado pelo Exército, e governou o país por três vezes; quando Bhutto tornou ao Paquistão, no mês passado, seus seguidores foram em massa a Karachi para mostrar que ainda podem governar as ruas. A luta entre o Partido e o Exército, no entanto, dificilmente provocará uma grande transformação – as prisões, as nuvens de gás lacrimejante e as bordoadas com cassetete são apenas o episódio mais recente desta história pátria de política disfuncional.

Mais preocupante é a guerra civil de baixa intensidade na fronteira oeste do país, um conflito que envolve o Exército, dominado pela etnia punjabi, contra muçulmanos na região controlada pela etnia patane, que é tribalizada, uma gente conservadora que ajudou na expulsão da União Soviética do Afeganistão e deu origem ao Talibã. O último levante pantane, que se voltou tanto contra políticos seculares paquistaneses quanto contra seus aliados ocidentais, começou já há muitos anos. O Talibã que não se rende e proselitismo por parte de uma liderança da al-Qaeda que está se reagrupando, incluindo provavelmente o próprio Osama bin Laden, estão entre as causas. Mas contribuem para a equação antipatia aos EUA, ajuda de funcionários da inteligência paquistanesa e, talvez, até mesmo gente do exército, que sempre conteve os radicais muçulmanos, além da persistente inabilidade do próprio Musharraf de conseguir criar uma coalizão entre os patanes seus aliados que poderiam conter os islâmicos.

No Paquistão, embora ruidosos, os radicais islâmicos são franca minoria. Os serviços de inteligência podem tê-los como aliados – já que terroristas ajudam na luta contra a Índia na região fronteiriça da Caxemira –, mas são minoria. O governo Musharraf se mostrou de todo incompetente para lidar com o problema e, pior, soldados do Exército já foram obrigados a se render em batalha aos guerrilheiros patanes. É humilhante.

Musharraf está fora – só ele não sabe. A dúvida é quanto tempo terá de sobrevida. O problema, agora, é encontrar um plano B.



Do weblog do Pedro Dória.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Mudanças no Voto Eletrônico

Comissão de Deputados Federais propõe mudanças no sistema eleitoral. Relatório inclui importantes alterações, como a impressão do voto em papel (que tornará possível ao eleitor checar seu voto, viabilizará recontagem dos votos e auditoria da apuração -- conferências atualmente impossíveis) e a identificação do eleitor através de foto no título eleitoral.

* Relatório da Subcomissão do Voto Eletrônico
* RELATOR QUER PAPELZINHO NA URNA ELETRÔNICA
* Reforma da urna: Projeto de Lei prevê voto em trânsito e foto no título
* Relatório da Subcomissão do Voto-e - comentários

Chapa que combatia cotas apanha (no voto) na UFRGS

VI O MUNDO:

A chapa que combateu as cotas com algumas manifestações consideradas racistas pelos adversários foi derrotada na maior eleição da História recente no Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A chapa 1 obteve 55,3% dos votos, contra 31,6% da chapa 3, formada pelas juventudes de partidos como o PFL, PSDB, PMDB, PPS, PDT, PP e um estudante que se dizia fascista. A chapa 2, "Quem vem com tudo não cansa", teve 3,9% dos votos e a chapa 4, "Roda Viva", obteve 9,2%. Houve 5.042 votos.

"Eles cresceram muito durante o período em que foram aprovadas as cotas na UFRGS com um discurso que abria larga margem a manifestações racistas, que de fato ocorreram com frequência: desde pichações no campus da Universidade a declarações de trote segregado ano que vem, estudantes que queiram cartão 'personalité' e diploma vip", explicou um integrante da chapa vencedora, a "Todos Iguais, Braços Dados ou Não", que consegue sua quarta vitória consecutiva.

Segundo Rodolfo Mohr, a eleição mostra que "estudantes de todos os cantos do país estão rechaçando a burocracia e o retrocesso dos DCEs, como vimos nas recentes vitórias de chapas comprometidas com a Educação Superior Pública e de Qualidade na Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal do Paraná, Universidade Estadual de Maringá, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal de Minas Gerais.

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Confederaçao de jornalistas boliviana pede ética no trabalho

BLUE BUS:

Documento da Confederación de Trabajadores de la Prensa de Bolívia aqui afirma que muitos jornalistas do seu país nao estao trabalhando à altura da situaçao atual - "Em linhas gerais, nosso diagnóstico revelou que a imprensa escrita tem distorcido informaçoes. Cremos que fazer um jornalismo melhor significa também olhar a notícia com ética. Se os jornalistas praticarem esse conjunto de passos nao teremos mais uma cobertura política unilateral, que destaca apenas o lado negativo e nao registra os avanços". A quem interessa essa posiçao radical da grande midia corporativa em toda a America Latina em todos os paises da regiao? Alguem maior que nós estaria sustentando isso?

Quem quis o 3º mandato foi FHC

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 770


. O Presidente Lula deu uma entrevista ao Globo.

. Um terço da entrevista foi a Miriam Leitão, Fabio Giambiagi e Paulo Guedes, uma vez que só tratou dos gastos públicos.

. “Gastos públicos” é uma “idéia fixa” dos neo-liberais, como se sabe: matar o Estado de inanição, menos naquelas linhas de crédito que beneficiem as empresas “escolhidas” pelo Estado neo-liberal.

. Como foi na privatização da Cemig, por exemplo.

. Outro terço da entrevista foi concedido a Miriam Leitão e a Rubens Barbosa, porque só tratou da Venezuela.

. A Venezuela, como se sabe, é outra “idéia fixa” dos neo-liberais, porque eles batem na Venezuela “by proxy” – tudo o que eles dizem da Venezuela e do Presidente Chávez é o que gostariam de dizer do Brasil do Presidente Lula e não conseguem.

. Como diz o Presidente Lula: o que é que me interessa o regime político do Afeganistão ? Da Austrália ? Do Azerbaijão ?

. O outro terço da entrevista tocou no assunto que, de fato, merecia destaque, se o Globo não fosse do PIG.

. Disse o Presidente Lula: “Não quero que publiquem isto, é apenas uma informação: quem defendeu terceiro mandato foi Fernando Henrique Cardoso, que defendeu o terceiro mandato do Fujimori (ex-presidente do Peru). Ou vocês se esquecem que publicaram isso ?” (*)

. Na edição que está nas bancas, a revista Carta Capital, numa reportagem de Leandro Fortes (“Eterno factóide”), diz: “O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além de ter sido beneficiado com a manobra da reeleição, colocada em prática via mudança da Constituição, foi um dos avalistas internacionais do terceiro mandato de Alberto Fujimori, do Peru. Tanto, e de tal forma, que Fujimori, atualmente às vésperas de ser julgado por crime de corrupção, tráfico de armas e genocídio pela Justiça peruana, arrolou FHC como testemunha. “ (!) (*2)

. Para adicionar algumas informações ao que dizem o Presidente Lula e Leandro Fortes.

. A Embaixada do Brasil em Lima era uma sub-estação do gabinete de Vladimiro Montesinos, o Beria/Fernandinho Beira-Mar de Fujimori.

. A Embaixada do Brasil em Lima articulou entusiasmadamente o apoio de FHC ao terceiro mandato de Fujimori.

. O Governo dos Estados Unidos – que já sabia da ligação de Montesinos com o tráfico de drogas ... – condenou o terceiro mandato de Fujimori.

. Nas Américas, FHC foi o ÚNICO chefe de Estado que deu apoio ao terceiro mandato de Fujimori.

. Quer dizer, Fujimori era o “SCC” de FHC – “Se Colasse, Colava” ...

***
(*) Nos tempos em que os bichos falavam e havia um mínimo de pudor, os jornalistas respeitavam o pedido de off dos entrevistados. Continuam a respeitar, quando interessa. Quem inaugurou a prática insalubre de quebrar o off do Presidente Lula foi a Folha, numa entrevista a Kennedy Alencar. Agora, o Globo. Bem fazia o Presidente Tancredo Neves, que dizia aos jornalistas que lhe perguntavam se determinada declaração era em off: “Meu filho, tudo o que eu digo é para publicar.” Ou o Presidente Lula diz o que diz, porque já sabe que os jornalistas do Globo e da Folha não merecem mesmo confiança, ou o Franklin Martins podia contar umas histórias do Dr. Tancredo para ele...
(*2) Essa eu quero ver: o Farol de Alexandria depor a favor de Fujimori. Ou ele vai dizer ao oficial de Justiça que não está ?
Saiu no Conversa Afiada, blog do PHA

FHC agora lembra do ''povo'' e destila preconceito contra Lula

O presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, desfiou um rosário de preconceitos e ódio revanchista ao discursar durante o 3º Congresso Nacional do PSDB, nesta sexta-feira, em Brasília. FHC defendeu a aproximação do partido com o povo, visando ganhar as eleições presidenciais de 2010, e, indiretamente, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva despreza a educação. O Planalto reagiu e acusou FHC de não agir como se espera de um ex-presidente. O jornalista Paulo Henrique Amorim bateu duro e viu racismo e preconceito social na fala de FHC.

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Chávez ocupa as manchetes, mas o Chile gasta seis vezes mais que o Brasil em armas

O Centro de Política Internacional de Washington divulgou em agosto passado uma análise sobre os gastos militares na América do Sul, assinada por Raúl Zibechi, que colabora com o semanário uruguaio Brecha e é pesquisador e professor da Multiversidade Franciscana da América Latina. Reproduzo abaixo:

"A recente viagem do presidente Hugo Chávez à Russia foi vista como parte de uma corrida armamentista em que o líder bolivariano está engajado. Porém, os fatos indicam que a Venezuela está bem atrás dos maiores aliados de Washington na região, Colômbia e Chile, na compra de armas.

Embora a Venezuela conquiste as manchetes, não é o que país da região que lidera a compra de armamentos. Em anos recentes, o Chile comprou armas no valor de U$ 2,7 bilhões, a Venezuela U$ 2,2 bilhões e o Brasil, bem atrás, ocupa a terceira posição com U$ 1,34 bilhão. Uma recente reportagem da revista Military Power Review afirma que o Chile passou de quarto para terceiro no ranking de "capacidade militar" da América do Sul, tomando a posição da Argentina e se aproximando do Peru, que manteve o segundo lugar.

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domingo, 25 de novembro de 2007

Sergio Leo, o chato, e a arte contemporanea, essa incompreendida

"Senhor, o senhor está intervindo na obra, e para isso tem de ter a tinta"

Era um dos seguranças do CCBB de São Paulo, às minhas costas, enquanto eu, seguindo instruções da Yoko Ono, escritas na parede da exposição, acrescentava "cores para São Paulo" em uma das duas telas exibidas no local, e repletas de pichações dos visitantes/colaboradores da obra interativa.

O problema e razão da intervenção do segurança é que eu não estava seguindo exatamente o planejado pelos burocratas do CCBB. Quando cheguei perto da tal obra, não vi tinta disponível nenhuma, mas reparei que, no piso emborrachado haviam caído gotas do guache usado na tela. Foram essas bolinhas de guache que eu passei a retirar do chão com um cartão, e umidificando-as levemente, acrescentar ao trabalho proposto pela Yoko. Para desespero do segurança.

"Não há tinta, o senhor tem de esperar o arte-educador para intervir na obra"


E a conversa sobre arte interativa e controle segue no Sítio do Sérgio Léo.

A era da infoestética

Lev Manovich é autor do livro “The Language of New Media” (A Linguagem das Novas Mídias), traduzido em inúmeras línguas, do chinês ao árabe, e considerado um verdadeiro tour de force dos estudos sobre a cultura digital.

Baseado nos estudos que realizou em Moscou a respeito da história da arte e da computação, bem como em sua experiência com a teoria cinematográfica, Manovich foi responsável por fazer uma relação teórica entre o trabalho do cineasta russo Dziga Vertov no filme “O Homem da Câmera” com a forma de produção não-linear das mídias digitais. Ele também estabeleceu uma relação conceitual entre as ferramentas tecnológicas e as teorias da imagem em movimento, criando um método de análise estrutural das novas mídias que passou a levar em consideração o contexto e a historicidade dos aparatos tecnológicos e a estética digital.

Essa leitura vai além da simples descrição, sintoma que afeta muitos textos sobre as novas mídias. Ela procura perceber um certo espírito do tempo, além de evitar circunscrições temáticas. Um dos exemplos de sua ousadia é a crítica ao conceito de interatividade. Aclamada como a solução para a passividade do leitor, a interatividade, porém, carrega consigo o problema da repetição ativa e reativa de comandos predeterminados, confinando o usuário numa infinita rede de escolhas que nada mais é do que uma quimera inflada pela apologia das novas tecnologias pensadas como emancipação.

Atualmente, Manovich é professor no Departamento de Artes Visuais da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) e diretor do Laboratório para Análise Cultural no Instituto da Califórnia para Telecomunicações e Tecnologias da Informação (Calit2). Em 2008, ele virá ao Brasil, como curador da exposição “Motion Graphics e Novas Mídias, com co-curadoria feita por Jane de Almeida e por mim.

Na entrevista a seguir, realizada em seu estúdio, Manovich fala do seu novo livro “Info-Aesthetics” (Infoestética), que será lançado pela MIT Press, e de suas impressões sobre as novas mídias nos dias de hoje.


A entrevista segue este texto na revista eletrônica Trópico.