sábado, 26 de janeiro de 2008

ELIANE CANTANHÊDE E URIBE, TUDO A VER

ELIANE CANTANHÊDE E URIBE, TUDO A VER


por ALTAMIRO BORGES Uma das colunistas prediletas da famíglia Frias, Eliane Cantanhêde não esconde as suas opções políticas. No artigo “Chávez e Farc, tudo a ver”, publicado na Folha de S.Paulo, ela bombardeou as negociações encabeçadas pelo presidente da Venezuela, que resultaram na libertação de Clara Rojas e Consuelo González, seqüestradas há muitos anos pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. A jornalista acusou Hugo Chávez de ser um “aliado das Farc”, que “agem fora da lei, seqüestram e matam”. No velho estilo das intrigas midiáticas, bem ao gosto do “eixo do mal” do carrasco George Bush, ainda insinuou que o governo Lula é cúmplice do abjeto “terrorismo”. “Por mais que o Brasil se esforce para minimizar as pretensões de... Leia aqui o restante da matéria!


Ou seja, continue lendo no Vi o Mundo

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

BLOG CRIADO ESPECIALMENTE PARA AMEAÇAR JORNALISTA DE MORTE

Essa é a foto que está na capa de um blog criado especialmente para ameaçar de morte o jornalista Ricardo Santos, do Maranhão, que é integrante do SIVUCA, o Sistema de Muvuca na Internet, uma reunião informal de blogueiros cujo único compromisso é o de combater o pensamento único. O grupo foi criado por sugestão minha, no ano passado, e é uma espécie de espaço comunitário. Os integrantes dele não têm qualquer compromisso político ou ideológico uns com os outros. Eu nem sei quantos são os matizes político-ideológicos representados no SIVUCA, pelo simples fato de que não perguntei e não pergunto quando aparecem novos candidatos. O Ricardo Santos, por exemplo, dedica seu blog a divulgar informações que não são do agrado político do grupo ligado ao senador José Sarney. Fui "informado... Leia aqui o restante da matéria!




O texto sobre uma ameaça de morte a um blogueiro maranhense continua no Vi o Mundo.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

THE GUARDIAN: COMO MUDAR UM REGIME SEM USAR FORÇA

GOVERNOS PRÓ-OCIDENTAIS NA UCRÂNIA (LARANJA NO MAPA) E GEÓRGIA (VERDE) SIGNIFICARAM UM AVANÇO ESTRATÉGICO ATÉ A FRONTEIRA DA RÚSSIA (AMARELO) Em 26 de novembro de 2004, o jornal britânico The Guardian publicou a seguinte reportagem [o que aparece entre colchetes é meu, Azenha]: "Campanha americana por trás da agitação em Kiev por Ian Traynor Com seus sites na internet e seus colantes, com seus slogans que buscam espalhar o medo generalizado de um regime corrupto, os guerrilheiros democráticos do movimento jovem Ucrânia Pora já obtiveram uma famosa vitória - seja qual for o resultado do impasse em Kiev. A Ucrânia, tradicionalmente passiva em política, foi mobilizada pelos jovens ativistas da democracia e nunca será a mesma. SÍMBOLO DO MOVIMENTO PORA É UM SOL NASCENDO. A PALAVRA SIGNIFICA: "CHEGOU A HORA" Mas e... Leia aqui o restante da matéria!





Veja o final da matéria no Vi o Mundo

Electronic Arts suspende a venda de 'Counter-Strike' no Brasil

A Electronic Arts, reponsável pela distribuição de "Counter-Strike" no Brasil, anunciou nesta terça-feira (22) que suspendeu a venda do jogo de tiro em território nacional.

A empresa recomenda que lojistas retirem os jogos "Counter-Strike source" e "Counter-Strike antology" das prateleiras, até segunda ordem.

Ao lado do RPG on-line "Everquest", "Counter-Strike" foi considerado "nocivo à saúde dos consumidores" pelo juiz federal Carlos Alberto Simões de Tomaz, da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais.

Na última sexta (18), o Procon anunciou que estava recolhendo das lojas do estado de Goiás os jogos mencionados pelo juiz. A decisão tem validade em todo o território brasileiro, mas o recolhimento dos jogos depende da decisão de cada representação do Procon. Ouvido pelo G1, o Procon de São Paulo disse que estudava a ação.

A decisão do juiz proíbe a comercialização dos jogos, mas não seu uso. Portanto, usuários e lan-houses que já tiverem os games não estão impedidos de jogar. A multa para infração de lojistas é de R$ 5 mil.

A notícia continua no G1.

JOBIM E A INVENÇÃO DO “CAUSAÉREO”

JOBIM E A INVENÇÃO DO “CAUSAÉREO”

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 891

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.

. “Jobim libera escalas em Congonhas – Ministro também recua na questão da ampliação em Cumbica: terceira pista não será mais construída”

. (Clique aqui para ler a íntegra da reportagem na pág. C1 do Estadão de hoje)

. Vale a pena voltar a 17 de julho de 2007, dia da tragédia da TAM, em Congonhas.

. Vale a pena voltar a 29 de setembro de 2006, dia da tragédia da Gol.

. O PIG e a elite branca (e separatista, no caso de São Paulo) manipularam as duas tragédias para derrubar o Presidente Lula.

. Nas cordas, o Presidente Lula nomeou um tucano, Nelson Jobim, Ministro da Defesa.

. A primeira coisa que Jobim fez foi avisar ao presidente eleito José Serra e ao Farol de Alexandria que ia ser ministro.

. Imediatamente, o presidente eleito avisou à Folha e, no dia seguinte, a Folha deu o “furo” ...

. Jobim tomou posse como um General Patton a subir a Sicília (clique aqui para ler).

. Foi descortês com o antecessor, Waldyr Pires – que tem uma biografia que dificilmente Jobim conseguirá emular – e anunciou, tonitruante: “Ou faça ou saia da frente !”.

. Foi um frenesi: o PIG, extasiado, saudou a chegada de alguém, enfim, eficiente (não fosse ele um tucano ...) !

. Jobim anunciou logo duas providencias: acabar com as escalas excessivas no aeroporto de Congonhas; e construir uma terceira pista em Guarulhos.

. Ele seria “inflexível”: ou faça ou saia da frente !

. Leia o abundante noticiário do PIG sobre as providenciais decisões do novo Ministro :

O Globo

Anac veta escalas e vôos de mais de 1.000km de distância em Congonhas

Jobim diz que será inflexível com mudanças em Congonhas

Jobim diz que obras vão começar imediatamente em Cumbica

Estadão

Jobim: parte dos jatinhos de Congonhas vai para Jundiaí

Jobim determina redução de 151 vôos em Congonhas

Cumbica: definição sobre 3ª pista sai na próxima semana

Jobim e Serra discutem PPP de R$ 3,38 bi para Cumbica

Folha

Jobim volta atrás e anuncia início de reforma em Cumbica

Veja

Governador Serra propõe construção de terceira pista

. A terceira pista de Guarulhos, como se percebe, foi idéia (!) do presidente eleito, José Serra.

. Agora, segundo o Estadão, a idéia (!) do presidente eleito carece de “viabilidade técnica” ...

. O recuo do Ministro Jobim demonstra, agora, claramente que o “causaéreo” (clique aqui para ler o verbete) não passava de um capítulo do golpe de Estado contra o Presidente Lula.

. (Clique aqui para ler Marilena Chauí sobre “A Invenção da Crise” e o papel lamentável dos “colunistas” do PIG)

. Agora se sabe que o “causaéreo” derivou de:

- os pilotos do Legacy desligaram o transponder;

- os controladores de vôo se amotinaram, com o apoio irrestrito do PIG, que convocava – como fez o Estadão – as greves de controladores que não se concretizavam. A Lei puniu os líderes do motim;

- O então presidente da TAM, Marco Antônio Bologna, para aumentar os lucros, fez overbooking, amontoou os passageiros de três vôos num avião só, cancelou vôos, substitui vôos de rotina por charters, não empregou funcionários para enfrentar o aumento da demanda e, segundo avaliações preliminares – portanto, não conclusivas – comprometeu a segurança dos aviões da empresa.

(Clique aqui para ler sobre a fabricação de outra crise, a da febre amarela e a participação da “colunista” Eliane Cantanhêde na fabricação do “causaéreo”)



Do Conversa Afiada.


Êxtase

PURO ECSTASY
Aumentou oito vezes o volume de ecstasy apreendido pela Polícia Federal entre 2006 e 2007. Saltou de 19.094 comprimidos para 157.984 unidades. No mesmo período, a maconha confiscada pelos federais caiu cerca de 10%, para 154,5 toneladas. "Há uma tendência mundial para o aumento do consumo de drogas sintéticas", diz o delegado da PF Júlio Danilo.

Notinha da coluna da Mônica Bérgamo, na Folha de São Paulo, de 23 de janeiro de 2008 (para assinantes).

JATENE E A EPIDEMIA QUE O PIG CRIOU

JATENE E A EPIDEMIA QUE O PIG CRIOU

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 889

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.

"A corrida pela vacina (de febre amarela) por pessoas que não precisam dela reduz sua disponibilidade para os que efetivamente têm necessidade."

"Não há... nenhuma razão para vacinar as pessoas que não residem em área endêmica nem pretendem adentrar a mata dessas áreas."

"Vi na televisão pessoas que sempre residiram na cidade de São Paulo e que não pretendem viajar desesperadas, em filas para se vacinarem, alegando que tinham direito. Certamente, não tinham necessidade e se expõem aos efeitos adversos de uma vacina com vírus vivo."

"... a decisão... perversa – que permitiu retirar R$ 40 bilhões destinados a atender a população de baixa renda e entregá-los a empresas e parcelas da população, mais bem aquinhoadas, causando sério risco ao esquema financeiro para o setor."

. Estes são trechos do artigo “Febre Amarela” de Adib Jatene, publicado na página A3 da Folha de hoje (clique aqui para ler a íntegra - apenas para assinantes).

. A crise da febre amarela tem a mesma origem do "causaéreo" (clique aqui para ler o verbete) e do "apagão elétrico": o PIG.

. Recomenda-se a leitura na página A2, também da Folha de hoje, da "colunista" Eliane Cantenhêde, uma das heroínas do "causaéreo" e, agora, estafeta do "apagão elétrico".

. Será que a Eliane Cantanhêde e o Paulo Skaf, presidente FIE P, se vacinaram contra a febre amarela? (Clique aqui para ler "Acabou a CPMF, começou a sonegação").

. Será que a FIE P cogita de, com a economia que fez da CPMF, fazer uma doação à Fiocruz para produzir vacinas e distribuir aos pobres?

. Sobre o "causaéreo" da Eliane Cantanhêde, o Conversa Afiada tratará brevemente, diante da decisão do marechal tucano Nelson Jobim de cancelar a terceira pista em Guarulhos e devolver a Congonhas, um dos aeroportos mais seguros do mundo, as atribuição que tinha antes da tragédia da TAM.



Texto do Conversa Afiada.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Requião: "Sou um governador amordaçado"

A TV Educativa do Paraná interrompeu sua programação normal nesta terça-feira, dia 22, e transmitiu apenas uma nota da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), a cada 15 minutos, conforme determinação da Justiça, um depoimento do presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e uma resposta do Governo do Estado. Em vez da programação normal, a TV Educativa deixou no ar o Hino do Paraná e o Hino Nacional.

Requião disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta quarta-feira, dia 23, que é um "governador sem voz" e que se sente amordaçado (clique aqui para ouvir o áudio).

"Eu me sinto impotente aqui. Censurado e impotente... amordaçado, sou um governador sem voz", disse Requião.

Roberto Requião disse também a Paulo Henrique Amorim que o problema é a Globo, que faz uma campanha contra o Governo dele. "O negócio é a Globo mesmo. Porque todas as vezes que eles publicaram uma mentira, eu botei a mentira deles e desmenti com uma reportagem, filmes e fatos. E foi ao ar na Educativa. Eles estão furiosos", disse Requião.

Requião disse que não pode criticar a Globo no seu programa na TV Educativa. "Eu não posso criticar a Globo, fui expressamente proibido de criticar a imprensa e a imprensa que eu critico aqui é a Globo, por causa da desinformação, não posso criticar o Judiciário, não posso falar das instituições. Ou seja, é tão maluca a coisa que como o Governo do Estado, o Executivo é uma instituição, eu não posso criticar nem o meu Governo. Não é uma instituição da República?", disse Requião.

Requião disse que está decepcionado com o silêncio da sociedade civil e da OAB. Ele disse que vai recorrer a organismos internacionais.


O texto completo, com entrevista do governador do Paraná, no Conversa Afiada.

Lula admite regulamentar piso nacional da educação por Medida Provisória


Em encontro reservado com a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira, o presidente Lula se comprometeu a enviar uma Medida Provisória para o Congresso Nacional caso não seja aprovado até maio o projeto de lei que fixa o piso salarial para os professores. Segundo a presidente da CNTE, Juçara Dutra Vieira (petista, ex-presidente do retrógrado sindicato Cepers, dos professores públicos do Rio Grande do Sul), Lula foi mais "incisivo" na possibilidade de apressar por meio de uma Medida Provisória a aprovação do piso salarial. A proposta enviada pelo governo fixava o piso em R$ 850,00 mas foi elevada para R$ 950,00 durante as negociações entre professores e os deputados federais. O valor deverá valer para professores do ensino médio com carga de trabalho de 40 horas semanais.


Do saite VideVersus. Como eu já havia comentado, o editor do VideVersus usa a palavra petista como ofensa. Mas neste caso o Governo Lula está, mais uma vez, usando uma medida provisória, pela morosidade do Congresso.


Desembargador é acusado no Superior Tribunal de Justiça

O desembargador federal Ricardo Regueira, do Rio de Janeiro, outros quatro juízes federais, entre eles a mulher de Regueira, Lana Maria (da 8ª Vara Federal), três advogados e dois peritos foram denunciados, em dezembro, no Superior Tribunal de Justiça, pelos crimes de estelionato, peculato (desvio de dinheiro público em proveito próprio ou alheio) e formação de quadrilha. Na denúncia, Claudia Sampaio Marques, subprocuradora da República, acusa o grupo de ter cometido crimes contra a administração federal, causando prejuízos aos cofres públicos, através de decisões judiciais tanto no juizado federal de primeira instância como no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio de Janeiro e Espírito Santo). Em apenas um caso citado (equiparação salarial de escrivães, peritos, agentes e papiloscopistas da Polícia Federal aos salários de delegados), o prejuízo calculado foi de R$ 1 bilhão. A denúncia é resultado de inquérito instaurado em março de 2004, por iniciativa do então subprocurador José Roberto Santoro. O caso tramita na Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça. Além do casal Regueira, a denúncia atinge os juízes Simone Schreiber (da 5ª Vara Federal Criminal), Regina Coeli Medeiros de Carvalho Peixoto (da 18ª Vara Federal) e Washington Juarez de Brito Filho (da 1ª Vara Federal de Barra do Piraí). No rol de acusados estão os peritos Luiz Fernando Botelho Peixoto (ex-marido de Regina Coeli) e Ronaldo Rodrigues de Oliveira Rosa. Os advogados denunciados são José Francisco Franco da Silva Oliveira, Francisco das Chagas Paiva Ribeiro e Geraldo Magela Hermógenes da Silva. A investigação foi feita em cima de diversos processos que tramitaram pela Justiça Federal do Rio de Janeiro nos anos 90. Conforme a denúncia, Regueira e o advogado Franco da Silva Oliveira articulavam, junto com os demais réus, artimanhas jurídicas que lesaram os cofres públicos. José Francisco Franco da Silva Oliveira, segundo procuradores da República do Rio de Janeiro, é o advogado que teria cobrado US$ 600 mil de Alberto Cacciola para obter decisão favorável ao banqueiro no Tribunal Regional Federal. Ele acabou condenado no escândalo do Banco Marca. Entre os casos investigados pelo Ministério Público Federal constam os processos de levantamento de FGTS impetrado por uma associação de servidores públicos da Bahia, com sede no Rio, e que teve liminar concedida por Lana Regueira. Há ainda a briga de Júlio César de Araújo Lutterbach com a Receita Federal. Nesta ação, depósito inicial em torno de R$ 550 mil se transformou, devido a cálculos tendenciosos de juros e correção monetária, em crédito de R$ 18,6 milhões, segundo informaram procuradores. A denúncia também esmiúça o processo da empresa Fiducial, que promoveu execuções extrajudiciais de créditos hipotecários para a Caixa Econômica Federal e depois a acionou na Justiça. A ação, avaliada em R$ 1 mil, passou a valer R$ 56 milhões. Também o escândalo do Papa-Tudo (títulos de capitalização lançados em 1994 e 1995 pela Interunion Capitalização, do empresário Artur Falk) é citado. Pelo relato dos procuradores, Regueira (cuja filha teve Falk como padrinho de casamento) deu decisões liminares favoráveis ao empresário em processos nos quais ele não tinha nenhuma atribuição.

Notícia do VideVersus.

Preciosismos

Para Bush, o mínimo que se poderia dizer era: assassino!

Lendo algumas edições de ZH da semana que se encerra, deparo com um detalhe que me causou curiosidade em uma notícia: o jornal colou ao nome de Fidel Castro a alcunha de ditador. O texto era sobre um fato prosaico, típico de agendas presidenciais, e iniciava-se assim: "O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ditador de Cuba Fidel Castro na próxima semana depende do aval dos médicos que tratam [do] presidente cubano". E seguem-se as linhas, sem maiores sobressaltos ou revelações.

Não pretendo discutir aqui o acerto ou não em classificar Fidel como ditador, mas o que me espanta é o preciosismo, a opção semântica, a postura ideológica revelada pela escolha da palavra por se tratar de tema concernente à Cuba. Se a motivação e o princípio fossem equânimes a qualquer sujeito, deveríamos ver estampadas nas páginas do jornal coisas do tipo:

- o assassino George W. Bush, que, comprometido com a indústria bélica e petrolífera do seu país, fez de tudo para tentar legitimar a invasão do Iraque...

- o torturador George W. Bush, responsável por métodos de depoimentos que ferem gravemente os direitos humanos de cidadãos muçulmanos ou de ascendência árabe sem nenhum vínculo com atividades terroristas...

- o irredutível George W. Bush, que não assinou o Protocolo de Kyoto, causando graves danos ao ambiente...

- o intervencionista governo norte-americano, que manteve uma esquadra no litoral brasileiro em 1964 para entrar em ação caso o golpe dos militares não desse certo...

- o ex-governador Antônio Britto, que privatizou o sistema de telefonia do Estado e depois passou a compor o conselho de administração de um dos bancos envolvidos na operação...

- o ditador Getúlio Vargas...

- o ditador Ernesto Geisel, o ditador João Baptista de Oliveira Figueiredo, o ditador Emílio Garrastazu Médici... o mesmo valendo para seus comparsas de farda que encostaram a baioneta no Palácio do Planalto e se autodenominaram estadistas...

- o governo de Israel, que mantém há décadas uma política intervencionista e não devolve as terras que tomou de países vizinhos...

- o esperto José Serra, que - acertadamente, deve-se reconhecer - estimulou a produção de medicamentos genéricos, ao mesmo tempo em que seu filho é dono da maior fábrica brasileira do gênero...

- o displicente prefeito de Porto Alegre, que transformou a malha viária em uma sucessão de buracos...

Seria interessante, bem interessante se os jornais fossem tão realistas e fidedignos como nas ocasiões em que chamam Fidel de ditador. Para Bush, o mínimo que se poderia dizer era: assassino!

Texto do Cacto.

Overdose



Do Kayser.

Campanha pela redução da jornada de trabalho

Seis centrais sindicais lançaram nesta segunda-feira, em São Paulo, uma campanha nacional pela redução da jornada de trabalho sem perdas salariais. Os sindicalistas definiram um calendário de mobilizações em todo o país para recolher 1 milhão de assinaturas e entregá-las ao Congresso Nacional. A proposta das centrais é reduzir a carga horária de 44 para 40 horas semanais. Essa medida, segundo os sindicalistas, possibilitará a criação de cerca de 2 milhões de novos empregos com carteira assinada e maior distribuição de renda no país. As centrais sindicais também querem que os empresários dividam os ganhos de produtividade com os trabalhadores. Participam da campanha a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Na Constituinte de 1988, a jornada de trabalho foi reduzida de 48 para 44 horas semanais. Essa jornada, assinalam os sindicalistas, ainda é maior que a de países desenvolvidos e de outros latino-americanos. Alguns exemplos: na Alemanha, a jornada semana é de 39 horas, nos Estados Unidos, 40 horas, no Canadá, 31 horas. No Chile, a jornada é de 43 horas e na Argentina, de 39 horas semanais. Em todos esses países, destacam as centrais sindicais, a jornada foi reduzida nos últimos 20 anos. Desde 2001, tramita no Congresso Nacional uma proposta de emenda à Constituição, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), propondo a redução da jornada de trabalho no país para 40 horas semanais, com uma redução futura e gradual até chegar ao nível de 36 horas semanais. As entidades empresariais são contrárias à proposta.


Texto do RS Urgente. E você achando que lutas e disputas de classes eram coisa do passado. O grifo final é deste editor. Aliás, pensando em entidades empresariais, como falou o Cristóvão Feil, estamos esperando reportagem do Zé Agá, sobre quanto tempo o Dr. Sperotto ficou, e ficará, à frente da FARSUL.

Canadá cita Estados Unidos como país que tortura

WASHINGTON - Notinha que saiu no Washington Post, no pé de página, para não abalar ainda mais a auto-imagem dos americanos: "Canadá acrescenta Estados Unidos na lista de nações que torturam Por Robin Wright e Julie Tate No Canadá, os Estados Unidos se juntaram a um grupo de países - Irã, Arábia Saudita, Síria, Afeganistão e China, dentre outros - em que estrangeiros correm o risco de sofrerem tortura e abuso, de acordo com um manual de treinamento para diplomatas canadenses que acidentalmente foi entregue a advogados da Anistia Internacional. O manual tem o objeto de criar "maior alerta entre as autoridades consulares para a possibilidade de que canadenses presos no Exterior sejam torturados". Parte dele tem o objetivo de ensinar diplomatas como identificar pessoas que foram torturadas. Inclui uma seção sobre "métodos de interrogatório nos Estado... Leia aqui o restante da matéria!


Ou seja, veja o restante no Vi o Mundo.

Reinaldão não quer brincar

A blogosfera é engraçada: terceiro colocado até agora no ranking do prêmio iBest na categoria Blog de Política (na qual estas Entrelinhas também estão concorrendo), o direitoso Reinaldo Azevedo pediu para sair do concurso. Pelo que deu para entender, ele não aceita concorrer com Mino Carta e reclama de não ter se inscrito no iBest. Noves fora tal atitude demonstrar o padrão de democracia de gente como Reinaldo Azevedo, fica aqui uma sugestão para os organizadores do iBest: criar a categoria Blogs Reacionários. Reinaldão teria a alavanca da Veja, mas é bem possível que terminasse atrás de seu amigo Olavo de Carvalho, aquele que diz dia sim e outro também que o Brasil já vive sobre a ditadura do proletariado, processo iniciado sob o perigoso comunista Fernando Henrique Cardoso e continuado pelo stalinista Luiz Inácio.

No fundo, Azevedo lembra aqueles meninos mimados que deixam o jogo quando o time está perdendo. Da nossa parte, continuamos humildemente pedindo os votos dos leitores e agradecendo a audiência, pequena, mas qualificada. Não temos a máquina da Veja para nos trazer internautas a rodo, mas temos bastante vontade de contribuir para o bom debate sobre a política brasileira e os rumos do país. Já o Reinaldão, como diria a minha filha de 8 anos, está se achando a última bolacha do pacote... É, ele só aceita conversar com sua própria turma. Uma pena, no fundo.

PS de 19/01, às 18h17: Reinaldão já está em primeiro. A tropa de Veja está animadinha e o blog do rapaz já alcança quase 40% dos votos. No fundo, o ato de desdenhar o prêmio não deixa de ser um bom jeito de pedir votos. Aliás, Reinaldo agora decidiu pedir votos para o MSM, do Olavão, para o DEM e PSDB, na categoria Cidadania/Política. Continua fazendo troça do iBest, mas baixou o tom. Ao que parece, as reclações eram só birrinha de criança mesmo. Em primeiro lugar no concurso, o menino ficou todo feliz. Se os organizadores atenderem ao pedido inicial e retirarem o blog, podem ter certeza que Reinaldão dirá que está sendo vítima de uma censura hedionda. A vida é mesmo complicada...

Do Blog Entrelinhas.

RS QUER PRENDER O HOMEM QUE PODE SALVAR O PLANETA...

Ayrton Centeno escreve: Henry Saragih passou por maus bocados em março de 2006, em Porto Alegre. A começar por uma entrevista coletiva onde baixou o Caboclo Paulão e alguns dos perguntadores, possuídos pela Entidade, só faltaram dizer “Mentiu pro tio, contou pro vô? A casa caiu, a cobra fumô!” e bater com o jornal na mesa. Ali mesmo, Saragih foi intimado pela polícia a se apresentar em uma delegacia. Deu explicações durante horas. Acabou indiciado com mais 34 pessoas. Deixou o Rio Grande do Sul com um processo no lombo e sob o ladrar uníssono dos cães de guarda do pensamento único.

Independentemente do juízo que cada um possa ter sobre a arremetida, no dia 8 de março de 2006, Dia Internacional da Mulher, de centenas de colonas contra o viveiro da empresa Aracruz, em Barra do Ribeiro – incluindo-se aí quem julga que foi uma grande e necessária façanha até aqueles que trataram o assunto como a versão vegetal do Holocausto, passando por quem avalia que não passou de um singelo tiro no pé – o único crime provado, confesso aliás, de Saragih foi dar declarações favoráveis à razzia contra a transnacional. Talvez amanhã ou depois, não se sabe, o quadro mude e haja uma condenação e a operosa polícia gaúcha possa, enfim, fazê-lo ver o sol nascer quadrado, o que agradaria sobremaneira a singular - no sentido mais preciso de que não é plural - mídia bombachuda.

Seria uma cena bastante pitoresca e, mais do isso, paradoxal, de interesse muito além do Mampituba. Sim, porque a História, esta dama volúvel, arrumou outra tarefa para Saragih, bem mais nobre do que aquecer o cimento do Presídio Central. E ela manifestou tal capricho através de um painel de especialistas convocado pelo jornal londrino The Guardian. Pois não é que esta turma apontou Saragih como uma das 50 pessoas que podem salvar o planeta? Santa Monocultura! Por mil eucaliptos! Como é que os ingleses fizeram isso?


Este texto continua no RS Urgente. Não sei se a comparação é procedente, mas, um Chico Mendes indonésio?


Os favoritos dos queridinhos da América

O site da Comissão Federal Eleitoral americana lista as contribuições individuais e de comitês para as campanhas presidenciais. Nem as celebridades escapam da exposição – ou da politicamente correta “transparência”.Se o internauta digitar “Barbra Streisand”, além de descobrir a vizinhança da atriz/cantora, vai saber que, na hora de doar, ela se dividiu entre os senadores e candidatos democratas Hillary Clinton e John Edwards.
No mesmo campo de busca, o diretor Steven Spielberg e os atores Michael Douglas e Paul Newman aparecem engordando a conta democrata, com quatro candidatos escolhidos por Spielberg e Newman e cinco por Douglas. Nos “recibos” deles, Hillary e Barack Obama convivem bem.
A apresentadora Oprah Winfrey puxa uma turma que só quer saber de Obama. Acompanham, entre outros, os atores Chris Rock, Eddie Murphy, Halle Berry, Jennifer Aniston e Leonard Nimoy, o “vulcaniano” Spock de “Jornada nas Estrelas”.
No sentido oposto, Jessica Seinfeld, mulher do comediante Jerry Seinfeld, fecha apenas com Hillary na hora de fazer o cheque.
Os republicanos não foram alvo de tanta generosidade. Entre as poucas estrelas do “time A” que doaram, está o comediante Adam Sandler, que escolheu o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani. Como bem lembrou uma reportagem recente da agência de notícias Associated Press, nem Chuck Norris, que faz campanha ao lado do governador Mike Huckabee, o preferido da direita cristã, aparece na lista da Comissão.
O valor máximo permitido para cada doação individual é de US$ 2.300 (pouco mais de R$ 4 mil). Deu no G1.

Tentações do poder

São raras as pessoas que conseguem transformar o presidente da França em coadjuvante. A cantora e modelo Carla Bruni, namorada do atual líder francês, Nicola Sarkozy, com certeza é uma delas. Nas últimas semanas as notícias sobre seu suposto casamento com o ocupante do Palácio do Eliseu ocupou mais espaço nos jornais de todo o mundo que as ações políticas do amado. E parece que a coisa não vai parar por aí.

A revista espanhola DT publica na sua edição de fevereiro um ensaio - anunciado como o “último e mais ousado” – onde Carla mostra suas curvas, vestida apenas com um provocante par de botas.
A propósito: segundo uma recente pesquisa do instituto TNS-Sofres, 93% dos franceses acham que a mídia do país dá mais atenção de que deveria à vida privada do presidente. A mesma pesquisa diz que 52% da população acha que a ação política de Sarkozy não recebe atenção suficiente da imprensa francesa. Deu no G1.

Multidão cruza fronteira entre Gaza e Egito após Hamas derrubar cerca

As pressões de uma Faixa de Gaza isolada explodiram hoje, quando centenas de milhares de habitantes deste território palestino cruzaram a fronteira com o Egito depois de ativistas do movimento islâmico Hamas terem derrubado a cerca da divisa usando dinamite e escavadeiras.

O êxodo em massa deixou Israel e Egito em alerta, mas a imensa maioria das pessoas que atravessaram a fronteira queria apenas comprar comida, combustível, cigarros e outros bens que são escassos na Faixa após sete meses de bloqueio israelense.

Como pôde comprovar a Agência Efe na passagem fronteiriça de Rafah, alguns retornavam com cabras, ovelhas e televisores para revendê-los mais caro no lado palestino.

Desde que o Hamas expulsou da Faixa as forças leais ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, em junho, Israel só permite a entrada de seis tipos de alimentos básicos no local.

"Tenho uma loja em Khan Yunes (sul da Faixa), mas estou sem a maioria dos produtos. Vim comprar o que falta", explicou Hamedan, enquanto carregava várias caixas de detergente com seus dois filhos.

Mufida Abu Zarqa, de 52 anos, se dispôs a atravessar a cerca para visitar sua irmã doente no Egito e "comprar algumas coisas que faltam após sete meses de bloqueio, como comida, combustível e cigarros".

"Não temos escolha, estamos vivendo uma morte lenta", argumentou Suleiman Abdullah, de 24 anos.

Segundo estimativas de testemunhas e fontes das Nações Unidas, entre 350 mil e 400 mil palestinos - um quarto da população da Faixa - optaram hoje por fugir, mesmo que por algumas horas, desta "morte lenta".

A estrada entre a Cidade de Gaza, ao norte, e Rafah está ocupada há horas por centenas de caminhões, ônibus e carros, todos lotados.

Para o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, este "é o resultado natural do estrangulamento e do bloqueio imposto aos civis palestinos em Gaza".

No dia anterior, 60 pessoas ficaram feridas no posto fronteiriço quando a Polícia egípcia interveio contra mulheres e crianças que pediam a abertura da passagem de Rafah diante do bloqueio exercido por Israel nos outros cinco pontos de tráfego entre a Faixa e o exterior.

Faz pouco tempo que a cerca fronteiriça foi colocada novamente de pé, depois de militantes islâmicos terem aberto cerca de 15 buracos com explosivos na madrugada passada e terem derrubado a maior parte da estrutura com escavadeiras na manhã de hoje.

Por ordem do presidente egípcio, Hosni Mubarak, as forças de segurança do país se limitaram a ver a multidão passar, enquanto os ativistas do Hamas controlavam a situação e organizavam uma fila de entrada e outra de saída.

Os militantes do movimento islamita inspecionaram inclusive as bolsas dos que retornavam à Faixa e apreenderam sete pistolas com um homem, segundo a imprensa local.

O Ministério de Assuntos Exteriores israelense lembrou em um breve comunicado ao Egito a "responsabilidade de garantir o correto funcionamento" da fronteira do país com o território palestino, conforme indicado nos acordos assinados em 2005 após a retirada dos colonos e soldados judeus do local.

Estes pactos obrigam o Egito a controlar o contrabando de armas que partem de suas terras em direção à Faixa por meio de túneis subterrâneos e deixam a supervisão da passagem de Rafah, fechada desde junho, nas mãos de um corpo de inspetores da União Européia (UE).

Em declarações à imprensa de seu país, altos comandantes militares israelenses qualificaram a ausência da cerca fronteiriça de "risco de primeira categoria para a segurança de Israel" pela possível entrada de terroristas e de explosivos.

Fontes do Hamas prevêem que os palestinos poderão atravessar a fronteira com o Egito pelo menos durante as próximas 24 horas, antes de a ordem ser restabelecida na região.

O dirigente de fato da Faixa de Gaza, o islamita Ismail Haniyeh, aproveitou a maré humana rumo ao Egito para pedir ao país africano e ao movimento nacionalista Fatah, liderado por Mahmoud Abbas, a obtenção de um novo acordo sobre a gestão das fronteiras deste território palestino.

Por enquanto, Abbas se limitou a acusar os islamitas de terem originado a crise ao abrirem os primeiros buracos na cerca.

Apesar do caos, as operações do Exército israelense prosseguiram no resto da Faixa de Gaza. Um agricultor foi morto no norte e um miliciano do Hamas faleceu durante um tiroteio com soldados no sul.

EFE

Os brancos são mais iguais

No anúncio de sabonete do início do século 20, a menina branca chama o menino negro de sujo (dirty), e pergunta por que ele não se lava com o sabonete Vinólia.

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O anúncio foi publicado no blog Diário Gauche, do Cristóvão Feil. O texto que se segue é de autoria do professor Emir Sader, publicado no Blog do Emir, no site Carta Maior, em dezembro de 2007.

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O lema fundamental da dominação capitalista e imperialista continua sendo “Civilização ou barbárie”. Civilização para os dominantes e barbárie para todos os outros. Civilização para os brancos, ocidentais, protestantes ou católicos, europeus ocidentais ou estadunidenses. Mas é a cor da pele a bandeira da sua superioridade.
Não por acaso, Hollywood, a maior fábrica de racismo do mundo, promove a criminalização das outras “raças”, sejam índios dos EUA, os africanos, árabes, japoneses, chineses, coreanos, mexicanos ou qualquer outra variante dos não-brancos. O único filme produzido nos EUA contra a potência que promoveu a maior “limpeza étnica” da história da humanidade, a Alemanha, foi realizado por um não-estadunidense, Charles Chaplin, com “O grande ditador”. O clima contra ele ficou tão insuportável que precisou sair às pressas dos EUA, antes mesmo do lançamento do filme.
Hollywood narrou a história do massacre das populações indígenas nos EUA como uma saga da “civilização” resgatando palmo a palmo o território dominado por “peles vermelhas” “traiçoeiros”. Indômitos cowboys, chamados de “mocinhos”, enfrentando os “bandidos” das populações originárias.
Recorrentemente, renascem as teorias e as afirmações racistas sobre a suposta inferioridade intelectual dos negros. Bem antes das declarações do prêmio Nobel sobre o tema, surgiu a “teoria dos sinos”, que repetia a mesma ladainha de sempre. Os negros teriam características que os tornam excelentes para as atividades atléticas. Chega-se ao requinte de elaborar mapas da origem dos africanos, pois certas regiões estariam mais adaptadas para a produção de atletas para corridas de longas distâncias, pela resistência, enquanto, outras, produzem os de curta distância, pela rapidez. Este reconhecimento do desempenho atlético é uma espécie de “compensação” à inferioridade intelectual que se lhes quer impor. Um autor que vive recomendando as melhores leituras para todo o mundo, não hesitou em perguntar onde estaria o Shakespeare africano. Um modo de dizer que só está disposto a rever sua tese sobre a inferioridade intelectual e cultural dos africanos quando estes forem capazes de apresentar conquistas intelectuais similares às européias.
A colonização e a escravidão, que parecem fenômenos passageiros, que não deixaram marcas na trajetória nem dos que se enriqueceram, nem dos que se empobreceram com elas, nunca aparecem nos seus preciosos “cálculos” . Colonização e escravidão foram formas de recrutar uma raça inferior para trabalhar para a raça superior, em nome do “progresso” e do “desenvolvimento”. Colonização e escravidão transformam-se em categorias atemporais, que beneficiaram a “humanidade”, a “civilização”, apropriada pelos brancos ocidentais cristãos.
Esses raciocínios pseudo-científicos procuram desqualificar as outras etnias e combater algumas conquistas políticas, como é o caso especialmente das cotas. Afinal, de que adianta promover os negros, já que sua inferioridade é genética!
Quando esta concepção ganhou a Califórnia, o resultado foi arrasador para os negros, pois os brancos e os de origem asiática se repartiram entre si as vagas das universidades e os negros foram praticamente excluídos. É uma manobra intelectual para justificar a imposição da hegemonia das idéias dominantes na sociedade mercantilizada dos EUA: os pobres – entre eles os negros - não são produzidos pela estrutura econômica e social capitalista, eles são os “perdedores” de um jogo onde tiveram as mesmas oportunidades que os outros, mas foram vencidos no concurso meritocrático da excelência, da produtividade, do custo-benefício.
Todos são iguais, mas os brancos são os mais iguais, os mais “civilizados”, os mais inteligentes – e mais ricos, mais poderosos, mais beligerantes, os mais agressivos, os mais discriminadores, os mais exploradores.
Emir Sader – dezembro 2007


A linguagem do preconceito

Virou moda dizer que “Lula não entende das coisas”. Ou “confundiu isso com aquilo”. É a linguagem do preconceito, adotada até mesmo por jornalistas ilustres e escritores consagrados

Por Bernardo Kucinski

Um dia encontrei Lula, ainda no Instituto Cidadania, em São Paulo, empolgado com um livro de Câmara Cascudo sobre os hábitos alimentares dos nordestinos. Lula saboreava cada prato mencionado, cada fruta, cada ingrediente. Lembrei-me desse episódio ao ler a coluna recente do João Ubaldo Ribeiro, “De caju em caju”, em que ele goza o presidente por falar do caju, “sem conhecer bem o caju”. Dias antes, Lula havia feito um elogio apaixonado ao caju, no lançamento do Projeto Caju, que procura valorizar o uso da fruta na dieta do brasileiro.

“É uma pena que o presidente Lula não seja nordestino, portanto não conheça bem a farta presença sociocultural do caju naquela remota região do país...”, escreveu João Ubaldo. Alegou que Lula não era nordestino porque tinha vindo ainda pequeno para São Paulo. E em seguida esparramou citações sobre o caju, para mostrar sua própria erudição. Estou falando de João Ubaldo porque, além de escritor notável, ele já foi um grande jornalista.

Outro jornalista ilustre, o querido Mino Carta, escreveu que Lula “confunde” parlamentarismo com presidencialismo. “Seria bom”, disse Mino, “que alguém se dispusesse a explicar ao nosso presidente que no parlamentarismo o partido vencedor das eleições assume a chefia do governo por meio de seu líder...” Essa do Mino me fez lembrar outra ocasião, no Instituto Cidadania, em que Lula defendeu o parlamentarismo.

Parlamentarista convicto, Lula diz que partidos são os instrumentos principais de ação política numa democracia. Pelo mesmo motivo Lula é a favor da lista partidária única e da tese de que o mandato pertence ao partido. Em outubro de 2001, o Instituto Cidadania iniciou uma série de seminários para o Projeto Reforma Política, aos quais Lula fazia questão de assistir do começo ao fim. Desses seminários resultou um livro de 18 ensaios, Reforma Política e Cidadania, organizado por Maria Victória Benevides e Fábio Kerche, prefaciado por Lula e editado pela Fundação Perseu Abramo.

Clichês e malandragem
Se pessoas com a formação de um Mino Carta ou João Ubaldo sucumbiram à linguagem do preconceito, temos mais é que perdoar as dezenas de jornalistas de menos prestígio que também dizem o tempo todo que “Lula não sabe nada disso, nada daquilo”. Acabou virando o que em teoria do jornalismo chamamos de “clichê”. É muito mais fácil escrever usando um clichê porque ele sintetiza idéias com as quais o leitor já está familiarizado, de tanto que foi repetido. O clichê estabelece de imediato uma identidade entre o que o jornalista quer dizer e o desejo do leitor de compreender. Por isso, o clichê do preconceito “Lula não entende” realimenta o próprio preconceito.

Alguns jornalistas sabem que Lula não é nem um pouco ignorante, mas propagam essa tese por malandragem política. Nesse caso, pode-se dizer que é uma postura contrária à ética jornalística, mas não que seja preconceituosa. Aproveitam qualquer exclamação ou uso de linguagem figurada de Lula para dizer que ele é ignorante. “Por que Lula não se informa antes de falar?”, escreveu Ricardo Noblat em seu blog, quando Lula disse que o caso da menina presa junto com homens no Pará “parecia coisa de ficção”. Quando Lula disse, até com originalidade, que ainda faltava à política externa brasileira achar “o ponto G”, William Waack escreveu: “Ficou claro que o presidente brasileiro não sabe o que é o ponto G”.

Outra expressão preconceituosa que pegou é “Lula confunde”. A tal ponto que jornalistas passam a usar essa expressão para fazer seus próprios jogos de palavras. “Lula confunde agitação com trabalho”, escreveu Lucia Hippolito. Empregam o “confunde” para desqualificar uma posição programática do presidente com a qual não concordam. “O presidente confunde choque de gestão com aumento de contratações”, diz o consultor José Pastore, fonte habitual da imprensa conservadora.

Confunde coisa alguma. Os neoliberais querem reduzir o tamanho do Estado, o presidente quer aumentar. Quer contratar mais médicos, professores, biólogos para o Ibama. É uma divergência programática. Carlos Alberto Sardenberg diz que Lula “confundiu” a Vale com uma estatal. “Trata-a como se fosse a Petrobras, empresa que segundo o presidente não pode pensar só em lucro, mas em, digamos, ajudar o Brasil.” Esse caso é curioso porque no parágrafo seguinte o próprio Sardenberg pode ser acusado de confundir as coisas, ao reclamar de a Petrobras contratar a construção de petroleiros no país, apesar de custar mais. Aqui, também, Lula não fez confusão: o presidente acha que tanto a Vale quanto a Petrobras têm de atender interesses nacionais; Sardenberg acha que ambas devem pensar primeiro na remuneração dos acionistas.

Filosofia da ignorância
A linguagem do preconceito contra Lula sofisticou-se a tal ponto que adquiriu novas dimensões, entre elas a de que Lula teria até problemas de aprendizagem ou de compreensão da realidade. Ora, justamente por ter tido pouca educação formal, Lula só chegou aonde chegou por captar rapidamente novos conhecimentos, além de ter memória de elefante e intuição. Mas, na linguagem do preconceito, “Lula já não consegue mais encadear frases com alguma conseqüência lógica”, como escreveu Paulo Ghiraldelli, apresentado como filósofo na página de comentários importantes do Estadão. Ou, como escreveu Rolf Kunz, jornalista especializado em economia e também professor de filosofia: “Lula não se conforma com o fato de, mesmo sendo presidente, não entender o que ocorre à sua volta”.

Como nasceu a linguagem do preconceito? As investidas vêm de longe. Mas o predomínio dessa linguagem na crônica política só se deu depois de Lula ter sido eleito presidente, e a partir de falas de políticos do PSDB e dos que hoje se autodenominam Democratas. “O presidente Lula não sabe o que é pacto federativo”, disse Serra, no ano passado. E continuam a falar: “O presidente Lula não sabe distinguir a ordem das prioridades”, escreveu Gilberto de Mello. “O presidente Lula em cinco anos não aprendeu lições básicas de gestão”, escreveu Everardo Maciel na Gazeta Mercantil.

A tese de que Lula “confunde” presidencialismo com parlamentarismo foi enunciada primeiro por Rodrigo Maia, logo depois por César Maia, e só então repetida pelos jornalistas. Um deles, Daniel Piza, dias depois dessas falas, escreveu que “só mesmo Lula, que não sabe a diferença entre presidencialismo e parlamentarismo, pode achar que um governante ter a aprovação da maioria é o mesmo que ser uma democracia no seu sentido exato”.

Preconceito é juízo de valor que se faz sem conhecer os fatos. Em geral é fruto de uma generalização ou de um senso comum rebaixado. O preconceito contra Lula tem pelo menos duas raízes: a visão de classe, de que todo operário é ignorante, e a supervalorização do saber erudito, em detrimento de outras formas de saber, tais como o saber popular ou o que advém da experiência ou do exercício da liderança. Também não se aceita a possibilidade de as pessoas transitarem por formas diferentes de saber.

A isso tudo se soma o outro preconceito, o de que Lula não trabalha. Todo jornalista que cobre o Palácio do Planalto sabe que é mentira, que Lula trabalha de 12 a 14 horas por dia, mas ele é descrito com freqüência por jornalistas como uma pessoa indolente.

Não atino com o sentido dessa mentira, exceto se o objetivo é difamar uma liderança operária, o que é, convenhamos, uma explicação pobre. Talvez as elites, e com elas os jornalistas, não consigam aceitar que o presidente, ao estudar um problema com seus ministros, esteja trabalhando, já que ele é “ incapaz de entender” o tal problema. Ou achem que, ao representar o Estado ou o país, esteja apenas passeando. Afinal, onde já se viu um operário, além do mais ignorante, representar um país?

Fontes: João Ubaldo Ribeiro, O Estado de S. Paulo, 2/9/2007. Blog do Mino Carta, 16/11/2007. Blog do William Waack, 2/12/2007. Texto de Lúcia Hipólito no UOL, 24/07/2007. José Pastore, artigo no Estadão, 11/12/2007. Carlos Alberto Sardenberg, “De bronca com o capital”, Estadão, 10/12/2007. Filósofo Paulo Ghiraldelli, Estadão, 29/8/2007. Rolf Kunz, “Lula, o viajante do palanque”, Estadão, 29/11/2007. José Serra, em Folha On Line, 1º/8/2006, em reportagem de Raimundo de Oliveira. Gilberto de Mello, escritor e membro do Instituto Brasileiro de Filosofia, no Estadão de 2/8/2007, reproduzido no site do PSDB. Everardo Maciel, na Gazeta Mercantil de 4/10/2007. Rodrigo Maia, em declaração à Rádio do Moreno, 6/11/2007, 17h20. César Maia em seu blog, 12/11/2007. E Daniel Pizza em texto do Estadão de 2/12/2007.

Bernardo Kucinski é professor titular do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA/USP. Foi produtor e locutor no serviço brasileiro da BBC de Londres e assistente de direção na televisão BBC. É autor de vários livros sobre jornalismo.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Garota, eu vou pra Antártida!

Após as previsões catastróficas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas serem anunciadas no ano passado, a Inglaterra declarou que pretende assumir a soberania de mais de um milhão de quilômetros quadrados do solo gélido. Em seguida o Chile retrucou, pois também pretende conquistar o controle de um naco daquelas terras. As intenções de ambos entram em conflito com os interesses da Argentina e do Brasil, que passaram a reivindicar igualmente suas respectivas fatias do bolo. E ontem (11), a Austrália anunciou que está operando sua própria linha Tasmânia-Antártida, utilizando um Airbus A319 especialmente adaptado para decolar e pousar no gelo. Isso ao mesmo tempo em que o governo australiano prometeu vigiar a costa da região a fim de “inibir a caça de baleias pelos japoneses”. Há ecologistas que apóiam as intenções navais australianas, sem perceberem que assim aquele país vai assumindo, pouco a pouco, o controle de águas internacionais neutras…

Texto completo no blog Vejo tudo e não morro.

Você já comeu a Amazônia Hoje? - Floresta amazônica dá lugar à pecuária de exportação

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, admitiu ontem que há derrubada de floresta amazônica para uso como pasto, reconheceu que o governo trata do tema somente "em tese", disse que está preocupado e torceu para que o rebanho que come a floresta não se destine ao aumento das exportações brasileiras. "Já tinha enviado uma equipe de técnicos do ministério para a região, tenho mais de 250 fotos que não vou divulgar". A informação está na Folha, de hoje.

O ministro Stephanes reconheceu alguns detalhes do problema: terra barata e crédito de bancos estatais estimulam o avanço cada vez maior da pecuária extensiva. Hoje a Amazônia Legal responde por 36% do rebanho nacional e um terço das exportações, segundo relatório compilado pela ONG Amigos da Terra - Amazônia Brasileira.

Virtualmente todo o crescimento do rebanho nacional entre 2003 e 2006 aconteceu naquela região, mas o governo Lula trata o problema apenas "em tese", como confessa o ministro da Agricultura.


Socialismo made in USA

Em “Democracia na América”, texto clássico sobre os então jovens Estados Unidos, no século XIX, Alexis de Tocqueville afirmou que democracias como a americana “não só não desejam revoluções como tem medo delas”. Pelo menos dois candidatos à presidência americana discordam do diagnóstico do mestre francês. Na campanha de 2008, Brian Moore, do Partido Socialista, e Róger Calero, do Partido dos Trabalhadores da América, carregam a bandeira do socialismo, uma causa que, ao contrário do que sugerem os resultados eleitorais recentes, tem tradição nos EUA.
Tanto Moore, um ativista da Flórida, quanto Calero, um jornalista de Nova Jersey, têm poucas chances de superar Eugene Debs, líder socialista que, por duas vezes (uma em 1912 e outra em 1920, quando concorreu preso) somou mais de 900 mil votos. Mesmo assim, eles concorrem para marcar posição.
Os dois sabem que, nem na melhor das hipóteses, estarão nas cédulas de mais da metade dos 50 estados. Pela lei, o registro na ficha de votação é feito estado a estado, e as regras vão do liberal ao restritivo.
"A perspectiva para uma mudança revolucionária é muito grande aqui nos EUA, será uma mudança que virá de nossas próprias lutas", avalia Calero. Moore não só confia no sucesso de sua causa, como se arrisca a imaginar as ações do primeiro presidente socialista, no primeiro dia de governo: sair do Iraque, fechar as bases no exterior, abolir as agências de inteligência ("a começar pela CIA"), garantir acesso gratuito à saúde e à educação e acabar com a "mentalidade do cowboy, de vencer a qualquer custo." A matéria completa está aqui no G1.

Morreu o último trotskista histórico



Na última quarta-feira, 16 de janeiro, em Paris, morreu o companheiro Pierre Lambert (foto), líder da Quarta Internacional e um dos principais inspiradores da corrente petista 'O Trabalho' (* nome também do jornal da antiga Organização Socialista Internacionalista - O.S.I. - informação do blog). Os seus funerais ocorrem nesta sexta-feira, no cemitério parisiense Père Lachaise, onde serão prestadas as últimas homenagens e será cremado, conforme a sua vontade. O presidente do PT, Ricardo Brezoini, divulgou nota de pesar sobre o falecimento de Lambert: “Foi com pesar que tomei conhecimento do falecimento do companheiro Pierre Lambert...Francês, Lambert desde os 14 anos esteve ao lado dos trabalhadores pela sua emancipação. Foi o principal dirigente da 4ª Internacional, foi um lutador incansável contra a exploração em todo o mundo. Também foi dirigente sindical metalúrgico e ajudou a manter ativa a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) em seu país. Registro o meu reconhecimento pela sua atuação e minha admiração por sua história de militante operário e internacionalista. A Pierre Lambert, minhas homenagens e minha gratidão”.

Também a CUT enviou mensagem sobre a morte de lambert: “A Direção Executiva Nacional da Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasil – recebeu com pesar a notícia do falecimento do companheiro Pierre Lambert...Durante a ocupação nazista da França na 2ª Guerra Mundial ajudou a manter viva a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) na clandestinidade como dirigente sindical metalúrgico. Ao longo de sua trajetória militante, o companheiro Lambert também ocupou responsabilidades sindicais em representação dos trabalhadores do setor de Seguridade Social em seu país. Como militante internacionalista, Lambert ajudou a organizar várias reuniões de sindicalistas realizadas em Genebra por ocasião das conferências anuais da OIT, colocando no centro a defesa da independência sindical e das convenções da OIT que protegem os direitos trabalhistas. Com seus companheiros de idéias do Brasil, muitos deles militantes de nossa central, Pierre Lambert insistia na necessidade de defender a CUT, conquista da classe trabalhadora, contra políticas que levam à sua divisão e enfraquecimento. Assim, ao expressar o nosso pesar e enviar nossas condolências aos companheiros, amigos e familiares de Pierre Lambert, estamos homenageando a memória de um velho militante do movimento operário francês e internacional que sempre foi solidário com a Central Única dos Trabalhadores”.

Pierre Boussel-Lambert morreu aos 87 anos de idade. Ele era o último representante vivo daquela geração denominada de “trotskismo histórico”, da qual faziam parte Ernest Mandel, Nahuel Moreno, Cannon, Livio Maitan, Joseph Hansen, Pierre Frank, Michel Pablo, Pierre Broué, Healy, Ted Grant, Raymond Molinier e tantos outros. Claro, não havia entre eles uma unanimidade, a não ser a defesa das idéias essenciais de Léon Trotsky. Tanto é assim que, no início dos anos 50, um debate dividiu a 4ª Internacional, opondo Pablo, Mandel, Livio e Frank a Lambert. Este tinha maioria do PCI (Partido Comunista Internacionalista) francês e outros mantiveram o controle da Internacional, constituindo o que logo depois veio a se chamar o Secretariado Unificado da Quarta Internacional. Nunca mais houve possibilidade de reconciliação entre as duas principais correntes do trotskismo mundial. Lambert permaneceu firme e irredutível nas opiniões firmadas nos anos 50 do século passado. Foi mentor do ex-primeiro ministro francês Lionel Jospin e sempre exerceu uma considerável influência intelectual na esquerda francesa e mundial. (Por Luiz Pilla Vares, do portal PTSul)

*Do Blog do Júlio Garcia http://jc-garcia.zip.net

As belas e as feias




Um professor de filosofia neozelandês fez em sua página da internet um ranking um tanto quanto polêmico: elegeu as melhores e as piores bandeiras do mundo, levando em conta apenas o valor estético. Para ele, a nossa bandeira é a “mais feia entre todas as nações independentes”. Já a bandeira da Argentina é considerada bela, com “boa escolha de cores”. A das Ilhas Marianas do Norte, que ficou em último lugar, “parece feita de um clip art”, segundo ele.
Para fazer sua classificação, Josh Parsons usou critérios como o fato de usar frases e mapas (o que ele considera abominável em uma bandeira) e misturar cores que “não combinam”. O professor deu notas de 0 a 100 e conceitos que variam de A+ a D- para cada bandeira. O top 10, de acordo com seus critérios, é o seguinte:
As mais bonitas:
1º Gâmbia (foto 2), 2º Paquistão, 3º Japão, 4º Somália, 5º Turquia, África do Sul, Israel, Cuba, Suíça,Vietnan, 6º Canadá, Ilhas Feroé, Coréia do Norte, Chile, 7º Botsuana, Eslováquia, Finlândia, São Cristóvão e Nevis, 8º Síria, Porto Rico, 9º Islândia, Gabão, Namíbia, Catar, Bélgica, Áustria, 10º Dinamarca, Congo, Noruega, Emirados Árabes Unidos, Libéria, Djibuti
As piores bandeiras:
1º Ilhas Marianas do Norte (foto3), 2º Ilhas Virgens Americanas, 3º Guam, 4º Brasil, 5º El Salvador, 6º Moçambique, 7º Turcomenistão, 8º Ilhas Falkland, 9º Samoa Americana, Bielorússia, Niue, 10º Zimbábue, Brunei, Tadjiquistão, Santa Helena, Aruba, Nicarágua, Belize, Bermudas, Granada, Paraguai, Fiji, Portugal, Ilhas Virgens Britânicas, Guatemala, Montserrat, Ilhas Cayman, Vaticano, Dominica, Ilhas Turks e Caicos, Chipre, Ruanda e Uganda. Saiu no G1.
Nota do Editor: sou mais a bandeira do RS.

O holocausto brasileiro


Publicado no blog do Luiz Weis, no Observatório da Imprensa:
Decerto para não machucar os seus leitores no momento mesmo em que batem os olhos no jornal, o Estado deste domingo preferiu chamar discretamente na primeira página, em vez de alertar em manchete, como seria mandatório, para o pacote de matérias devastadoras que ocupa o espaço útil de quatro páginas do seu caderno Metrópole.
Trabalhando com os números do Data-SUS, do Ministério da Saúde, "a mais antiga e confiável base de dados sobre mortes no Brasil", o repórter Wilson Tosta, da sucursal carioca do Estado, estima que, no período de 30 anos a se completar em 2008, o país terá contabilizado 1 milhão de homicídos. Os registros iniciais do SUS datam de 1979. Não incluem os mortos na selva do trânsito.
Naquele ano, teriam sido 11.194 os assassinados no Brasil. Em 2005 (últimos dados disponíveis), 47.578. O repórter do Estado projeta 45.553 para 2006, 43.801 para 2007, 42.068 para 2008 e ainda 40.336 para 2009.
O ano em que mais se matou foi 2003, com 51.043 vítimas. Desde então, a tendência é declinante. (Antes, só em 1985, 1991 e 1992, morreu-se menos do que nos anos imediatamente anteriores.)
Ao longo desses três decênios, ocuparam o Palácio do Planalto os milicos Ernesto Geisel e João Figueiredo, os paisanos José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique e Lula da Silva. Todos tiveram ou disseram ter políticas de segurança.
Vá dizer isso para Inês Maria da Silva, de 67 anos. A sua história é contada pela correspondente do Estado no Recife, Angela Lacerda. Inês teve cinco filhos. Todos foram assassinados. O primeiro, há 20 anos. O último, em 2007.
Para mim, nada do que tenham dito, escrito e assinado as citadas excelências para combater o holocausto brasileiro vale qualquer coisa perto da afirmação de Inês:
"A gente tem que se conformar, ficar calada."
Outra repórter, Adriana Carranca, foi ouvir Tim Cahill, o homem da Anistia Internacional para o Brasil. Diz ele:
"Um milhão de mortes em 30 anos é simplesmente inaceitável."
Errou. É aceitável, sim senhor.
Fosse inaceitável, os assassinados de hoje não seriam quatro vezes mais numerosos do que os de 1979.
Fosse inaceitável, a barbárie desses números ocuparia hoje toda a primeira página de um jornal como o Estado. Fosse inaceitável, um protesto jornalístico dessa envergadura não correria o risco de ser considerado um exagero

Exemplo de imprensa imparcial e apartidária

Um amigo do blog, estava assistindo, sábado à noite, o programa de análise política da GloboNews Fatos e Versões quando ouviu da boca da âncora, a jornalista Cristiana Lôbo, uma pergunta singela aos convidados: "como acham que o presidente Serra vai fazer no caso de...". Cristiana, que também é uma das "meninas do Jô", não chegou a completar a frase e tentou se corrigir, mas derrapou no segundo ato falho: "Ih, gente, olha eu já olhando lá na frente, no futuro..." Este blog concorda: se depender de certa parcela da mídia, não precisa nem chamar os 100 milhoes de eleitores brasileiros para votar em 2010.


E você pensava que era pegação do Paulo Henrique Amorim com o "presidente eleito"...

Notícia do Blog Entrelinhas.

Eugenia Reemergente

Estudo vai mapear cérebro de homicidas

RAFAEL GARCIA - Folha de S. Paulo (26/11/2007)

Projeto de universidades gaúchas examinará mais de 50 menores infratores para investigar base biológica da violência

Grupo vai analisar aspectos genético, psicológico, social e cerebral de adolescentes; secretário da Saúde do RS é um dos mentores do projeto

"Eu estava sozinho na rua. Não tinha recurso. Ninguém queria me dar serviço. O que queriam me dar não dava dinheiro. Comecei a traficar, roubar, matar." A história de D.S., de 17 anos, interno da Fase (Fundação de Atendimento Socio-Educativo, antiga Febem gaúcha) parece ser comum entre as dos mais de 50 adolescentes homicidas que vão ter seus cérebros mapeados por um aparelho de ressonância magnética num estudo em Porto Alegre, no ano que vem.
Cientistas da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e da UFRGS (Universidade Federal do RS) querem saber se o que determina o comportamento de um menor infrator é sua história de vida e se há algo físico no cérebro levando-o à agressividade.
"Algo que sempre foi negligenciado foi o entendimento da violência como aspecto de saúde pública", diz Jaderson da Costa, neurocientista da PUC-RS que coordenará os trabalhos de mapeamento cerebral. A idéia é entender quais pontos são mais relevantes dentro da realidade brasileira na hora de determinar como se produz uma mente criminosa.
Para isso serão avaliados também aspectos genéticos, neurológicos, psicológicos e sociais de cada pesquisado. Serão examinados dois grupos: um de internos da Fase e outro de meninos sem passado de crime, para efeito de comparação. O projeto vai olhar para questões sociais, mas o foco é mesmo o fundo biológico da questão.
"Estamos nos baseando em trabalhos que já existem mostrando que há um período crítico no início da vida e que se uma criança é maltratada entre o 8º e o 18º mês ela adquire comportamento alterado na idade adulta", diz um dos mentores do projeto, o secretário de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra, aluno de mestrado de Costa. "Decidi no ano passado retomar a neurociência como uma opção de vida; minha opção não é fazer política até morrer", diz.

O texto continua no Olho-Dínamo.

190 Mil ricos detêm metade do PIB brasileiro

Em um ano, o Brasil elevou o número de milionários em 60 mil, segundo levantamento do BCG (The Boston Consulting Group). No ano passado, havia 190 mil milionários no país. Em 2006, eles eram 130 mil - expansão de 46,1%. A informação está na Folha, de ontem.

A fortuna desses milionários está estimada em aproximadamente US$ 675 bilhões, o que equivale a praticamente metade do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Para o BCG, milionários são aqueles que têm mais de US$ 1 milhão aplicado no mercado financeiro. André Xavier, sócio-diretor do BCG no Brasil, diz que, para identificá-los, os especialistas entrevistaram gestores de fortunas de 111 instituições financeiras em 60 países.

Foi a primeira vez que uma equipe veio pessoalmente ao Brasil para fazer o levantamento."A concentração de riqueza no país é um fenômeno que está chamando a atenção dos bancos e dos gestores do mundo", diz Xavier, que monitora o comportamento dos endinheirados há cerca de sete anos.

Depois de cinco anos de lulismo no poder, já pode-se constatar, pois, o verdadeiro espetáculo do crescimento.... dos ricos.

Do Diário Gauche. O texto no Diário Gauche é ilustrado.

O dia em que o DEM denunciou o PIG

O dia em que o DEM denunciou o PIG


Gilson Caroni Filho (*)



Fonte:Agência Carta Maior

Bastou que seu projeto político fosse ameaçado pelo movimento de boicote ao IPTU, que uniu moradores de oito barros da Zona Sul, um da Zona Norte e um da Zona Oeste, para o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (DEM) admitir o que, até então, apenas setores das forças democráticas afirmavam explicitamente: a imprensa está estruturada como partido e atua com tal.

Embora com ingredientes folhetinescos, a trama que nos interessa envolve mídia e poder. A ação se passa em terras cariocas e seus protagonistas têm origens distintas e propósitos inconfessos. São dois aliados que, já algum tempo, trocavam escaramuças: a direção regional do DEM (PFL) e a TV Globo.

César Maia, dublé de regente de vaias e prefeito blogueiro, vinha acusando a emissora de promover uma campanha direcionada, com objetivos de atacar sua imagem pessoal junto à classe média, estrato que sempre lhe deu sustentação político-eleitoral. As queixas remontam à cobertura dada à intervenção que o governo federal fez na área de saúde, em março de 2005. Ano passado, Maia voltou a reclamar do foco dado ao tema favela. Segundo ele o alvo era sua administração.

Para ele, “a diversidade de matérias, de uso de imagens fortes com até fotomontagem na capa, o que não há caso no jornalismo internacional de ponta, a personalização de responsabilidade na figura do prefeito, exatamente quando a taxa de crescimento das favelas no Rio se aproxima da taxa de natalidade tinha por objetivo servir a uma campanha política e, portanto, destrutiva e criminalizar a população favelada".

Mas a gota d'água para “o imperador dos factóides” ainda estava por vir. O protesto, motivado pela situação calamitosa em que se encontra a cidade, e que pode comprometer 34% da arrecadação da prefeitura com o IPTU. Ameaçando só pagar em novembro ou dezembro, os representantes do movimento deixam claro seus objetivos: reduzir o caixa do município em ano eleitoral e chamar a atenção do Ministério Público quanto ao gasto dos recursos. Um ato público está marcado para domingo, dia 20, na orla do Leblon, bairro da Zona Sul.



O texto continua no Comunique-se.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Com a caveira no corpo ( O horror, o horror...)


Saiu no Blog Verbo Solto, do Luiz Weis, no Observatório da Imprensa:
Este, sabemos, é um blog de observação da imprensa. Mas, com perdão pela obviedade, todo olhar sobre a mídia é também um olhar sobre a realidade que ela retrata – exemplarmente, pavorosamente, ou qualquer coisa entre esses extremos.
Muitas vezes, pelo menos no meu caso, a crítica dos fatos emparelha com a apreciação do material jornalístico a seu respeito, quando não se lhe impõe pura e simplesmente.
É o caso do relato de Talita Figueiredo, no Estado de hoje, sobre as fantasias que “não param nas prateleiras” do comércio de carnaval, no Rio de Janeiro.
E quais são essas tão desejadas fantasias? As de policiais do Bope. E quem as procura? Crianças como Paula, 8 anos, neta do dono de uma loja do gênero. No ano passado, ela se vestiu de princesa. Neste, vai sair de short, colete com o símbolo da caveira, coldre e boina.
A fantasia é um hit, informa a reportagem. Fantasia, como em roupa de carnaval. Fantasia, como desejo de ser o que se veste. E hit, como em sucesso. Hit, como o tiro que acerta o alvo, num dos sentidos originais da palavra.
“Achamos que ia dar certo, mas não que ia vender tanto”. Comenta um comerciante. “Desde o início do mês, já quadrupliquei os pedidos.”
“Todas as variações que aqui chegam são vendidas rapidamente”, confirma outro.
Em algumas lojas, os vendedores já usam o colete. “Aqui, eu sou o capitão Nascimento”, se vangloria um deles.
Observação de mídia numa hora dessa? Só se for para agradecer à repórter do Estadão a amarga oportunidade de me fazer lembrar, pela enésima vez, da pergunta que fechava um artigo (já comentado aqui) do jornalista Alcino Leite Neto, da Folha, em março passado:
“É isto um país? É isto um povo?”

Salto mortal


O bicho deu um salto fora do normal. Quase quatro metros de altura. Escapou do "habitat" em que estava confinado no zoológico de São Francisco, matou o adolescente filho de uma brasileira e atacou os dois jovens que o acompanhavam.

A polícia levou 18 minutos entre a chamada de emergência e o momento em que enfrentou a tigresa Tatiana. Quatro policiais descarregaram as armas nela, alegando que Tatiana se preparava para atacá-los. É preciso dar um desconto aos americanos. Eles se dizem os mais preparados para lidar com emergências. Eu boto mais fé em um bombeiro brasileiro do que na SWAT americana. O fato é que a tigresa saltou 3,8 metros para sair do "habitat". Quem mandou colocar o bicho em um zoológico? Autoridades locais passaram a tentar culpar as vítimas, dizendo que o bicho teria sido "provocado". Mais uma vez, é coisa de americano
O fosso tinha 60 centímetros a menos do que o recomendado por especialistas em felinos. E, cá entre nós, qual é a de manter esses bichos selvagens enjaulados para a diversão dos humanos? Eu sou pela extinção dos zoológicos. Vocês sabiam que a vítima é filho de uma brasileira? Saiu aqui no Vi o Mundo.