Ninguém é a favor da corrupção, todos são contra. Mas o processo na luta ANTI-CORRUPÇÃO pode arruinar um País, custando muito mais que a própria corrupção. É fundamental, portanto, o discernimento sobre os processos que se praticam para atingir causas aparentemente nobres, porque os processos podem matar as causas a que se destinam e criar novos problemas sem resolver o objetivo inicial.
A atual luta anti-corrupção no Brasil está destruindo os fundamentos do capitalismo brasileiro. Os EUA como Pais também são contra a corrupção, mas lá os processos nem de longe tocam no resguardo ao seu capitalismo corporativo.
A Lockheed Martin, grande empresa fabricante de aviões militares, nos anos 60 praticou tanta corrupção que foi ela a razão da promulgação da Lei contra Práticas Corruptas no Exterior, a FCPA, de 1973. Mas sendo a Lockheed a razão da lei, a empresa mal foi tocada, o Governo dos EUA exigiu a troca de seu presidente, ninguém foi preso e a Lockheed segue hoje sendo uma das maiores e mais sólidas empresas dos EUA. Muito mais recentemente a Kellog, Brown abd Root, uma das maiores empreiteiras dos EUA, com sede no Texas, da qual o Presidente Lyndon Johnson foi lobista a vida inteira e cujo nome consta de sua monumental biografia por Robert Caro em mais de mil citações, Johnson deveu a Brown and Root a fortuna de 14 milhões de dólares que legou à Lady Bird, sua viúva, a KBR teve recentemente um processo por corrupção na Nigéria, uma propina de US$192 milhões ao ditador daquele País. O executivo Albert Stanley foi punido com dois anos e meio de prisão e o processo terminou aí, a Kellog Brown and Root não foi minimamente afetada em seus negócios.