Contudo, o que Bachelet e a direita chilena não ousam admitir em público, é que a grande vitoriosa da eleição de 17 de novembro foi a abstenção e que, portanto, os 6,0 milhões de votos amealhados em um universo de 13,5 milhões de eleitores, obrigam, sim, os partidos políticos chilenos a uma segunda leitura: a de que a maioria dos chilenos não se sente mais representada pelos poderes constituídos. Pior: sente-se, sim, excluída do tão decantado “modelo econômico chileno”, erguido pelo gal. Pinochet, cuja continuidade o decrépito ditador exigiu dos partidos democráticos da Concertación, com quem negociou a transição em 1990, que ampliada pelo Partido Comunista, na recente campanha apresentou-se como a coligação Nueva Mayoría.
São favas contadas entre observadores e analistas chilenos, que o preocupante índice de abstenção reflete duas causas principais: o desgaste da democracia amputada, engendrada e legada pelo gal. Pinochet, e o não atendimento das reivindicações dos movimentos sociais – com destaque para as mobilizações estudantis e contra o sistema de aposentadorias – pelo Executivo, mas também pelo ineficiente e desacreditado Legislativo.
Confira no Jornal GGN/Blog do Luís Nassif.
Nenhum comentário:
Postar um comentário