Nos primeiros dias de abril de 1964, o então deputado mineiro Aníbal Teixeira tinha duas grandes tarefas: dar garantias ao Congresso Nacional e tentar convencer seu mentor político, Juscelino Kubitschek, a exigir da “revolução” o compromisso de fazer eleições no ano seguinte. Cumpriu apenas uma delas, pois JK já havia batido o martelo, aceitando o comando militar de Castelo Branco.
Conforme relata Aníbal, em entrevista exclusiva ao Última Instância, o ex-presidente Juscelino Kubitschek sabia de tudo. Sabia que civis e militares conspiravam em Minas Gerais. Sabia que a intenção era depor o presidente João Goulart. JK — que havia ele próprio quase sido impedido de tomar posse anos antes — era informado constantemente pelos conspiradores e sabia muito bem que a ordem constitucional seria posta de lado. Fez apenas uma ressalva: “É fundamental que tenha um mínimo de legalidade, e isso tem que ser com garantias ao Congresso”, teria dito JK a Aníbal, dez dias antes do golpe.
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