Os jornais brasileiros reagem com certo distanciamento ao entrevero verbal que coloca em rota de colisão o Brasil e Israel. A declaração grosseira do porta-voz da chancelaria israelense – de que o Brasil é um “anão diplomático” e um “parceiro diplomático irrelevante” – tem potencial para detonar uma crise de proporções mais graves. E ganha destaque na imprensa, mas deveria ser minimizada pelas evidências de que se trata de uma manobra friamente calculada.
Ao abrir uma controvérsia com base em ironias e incontinência verbal, o governo de Israel apenas aplica uma das técnicas mais conhecidas de gestão de crise em comunicação. Ou alguém acha que, em meio ao sangrento massacre de civis palestinos, entre os quais grande número de crianças e mulheres, faltaria espaço para o uso calculado de táticas diversionistas? Ao fim das contas, os arquivos da História estarão lotados de declarações que serão usadas para, se não justificar, pelo menos explicar certos crimes que a consciência comum se recusa a aceitar.
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