Durante o discurso de agradecimento pelo recebimento do renomado prêmio espanhol "Príncipe de Astúrias", um dos mais importantes autores israelenses da atualidade, Amos Oz, emitiu um polêmico conceito sobre a coexistência entre árabes e judeus: "Parte da tragédia árabe-judia é a incapacidade de muitos de nós, judeus e árabes, de imaginar-nos uns aos outros. De imaginar realmente os amores, os medos terríveis, a ira, os instintos. Demasiada hostilidade impera entre nós e muito pouca curiosidade. Os judeus e os árabes têm algo em comum: ambos sofreram no passado debaixo da pesada e violenta mão da Europa. Os árabes foram vítimas do imperialismo, do colonialismo, e da exploração e humilhação. Os judeus foram vítimas de perseguições, discriminação, expulsão e, no final, o assassinato de um terço do povo judeu.
Caberia supor que duas vítimas, e sobretudo duas vítimas de um mesmo perseguidor, desenvolveriam certa solidariedade entre elas. Desgraçadamente as coisas não são assim, nem nas novelas, nem na vida real. Pelo contrario, alguns dos conflitos mais terríveis são aqueles que se produzem entre duas vitimas de um mesmo perseguidor. Os dois filhos de um pai violento não tem porque amar-se necessariamente. Exatamente assim é a situação entre judeus e árabes no Oriente Médio: enquanto os árabes vêem nos israelenses novos cruzados, a nova reencarnação de uma Europa colonialista, muitos israelenses vêem nos árabes a nova personificação de nossos perseguidores do passado: os responsáveis pelos pogroms e os nazis".
Do Verdes Trigos.
3 comentários:
É um ponto de vista interessante.
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