capitais especulativos continuarão migrando para mercados de commodities, o que afeta o custo dos alimentos e a inflação; intensificam também a busca pelos mercados emergentes, sobretudo aqueles que aliam crescimento robusto e taxas de juros elevadas, caso do Brasil (PIB de 7,5% e Selic de 10,75%). Ingresso excessivo de capitais valoriza o Real, encarece as exportações brasileiras e barateia importações. Cadeias fabris sofrem erosão como resultado da substituição de insumos nacionais pelos importados, mais baratos. Efeito por enquanto é limitado; grosso das importações é de máquinas e equipamentos para aumentar capacidade instalada e melhorar a produtividade. Mas o tempo conspira contra a produção local. Redução de juros e controle de capitais formam o núcleo duro da agenda alternativa para 2011. Ortodoxia defende, primeiro, corte de gastos públicos para reduzir necessidade de captação de recursos pelo Estado. Alega que assim os juros caem naturalmente. O fato, porém, é que as despesas com juros estão entre os maiores dispendios do Estado, cerca de 6% do PIB. Queda de um ponto na Selic já redundaria em corte siginificativo nas despesas públicas -- no item de pior qualidade, que alimenta o rentismo.
(Carta Maior, 15-12)
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