Brasília - Se há uma linguagem que o brasileiro comum domina e
aprecia é a da telenovela. Farta literatura acadêmica aponta a
popularidade do principal produto cultural de exportação brasileiro como
a razão que lhe confere alta efetividade na construção de consensos
hegemônicos. Há exemplos consagrados de produções que inovaram padrões
estéticos, alteraram costumes, reforçaram esteriótipos e interferiram no
comportamento político da nação. Não por acaso, foi justamente o
formato de telenovela o escolhido para dar corpo ao julgamento da ação
penal 470, o “mensalão”, que invade os lares dos brasileiros há quase
quatro meses, televisionado pela TV Justiça e reverberado em edições do
estilo “melhores momentos” pelo noticiário.
Antes mesmo do
julgamento ter início, os jornais já apresentavam a sinopse do enredo, a
descrição dos personagens. Herói e vilão foram previamente fixados no
imaginário coletivo, assim como quem seriam os protagonistas e os
coadjuvantes do elenco escalado. A nomeclatura adotada não deixou nada a
dever aos cohecidos roteiros da teledramartugia. O processo foi fatiado
em “capítulos”. Os réus, agrupados em “núcleos”. Tudo ao melhor estilo
“padrão globo de qualidade”.
Vejam mais em CARTA MAIOR
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