Primeiro veio o aviso de Alvin Toffler, em «The Third Wave» (1980): o desenvolvimento da tecnologia no sentido da portabilidade e da sua utilização doméstica ia permitir que o trabalho pudesse ser feito em casa e não, necessariamente, num open space empresarial.
No despontar da década seguinte, esta já era uma realidade social e económica. Com um computador, ligação à Internet, um endereço de email e um telefone fixo ou um telemóvel, muitos de nós foram mandados dos escritórios para os seus apartamentos.
Depois, impôs-se a precariedade como forma de laboração: em vez de empregar os seus «colaboradores» (uma infeliz designação para referir que o assalariado apenas colabora, estando o núcleo das empresas nos seus serviços administrativos e de gestão), o sistema corporativo passou a encomendar serviços externos.
Surgia o estatuto de «trabalhador independente», precário, sem remunerações mensais fixas e sem direito a subsídio de desemprego no caso de os «clientes» se mudarem para a Tunísia ou para a China.
Finalmente, com a crise global dos sistemas monetários e dos mercados, veio a vulgarização do desemprego. Quem trabalhava em casa, ficou em casa sem o que fazer. A sua, se ainda a consegue manter, a casa dos pais, se nela havia um cantinho para onde pudesse voltar, ou apenas um quarto alugado na floresta de cimento.
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