Os mesmos jornais que levaram a sério o trote de Scarpa foram vítimas de outra trapaça – muito mais grave – no STF. Sem conferir nem checar informações publicadas, levaram a sério as alegações, divulgadas pelos próprios ministros, de que os embargos infringentes eram um assunto “em debate” no Supremo, que havia uma “omissão” legal a respeito e que era preciso resolver, em pleno tribunal, no que se deveria acreditar. Era um puro Bentley de Chiquinho Scarpa, como mostrou uma reportagem de Paulo Celso Pereira, do Globo, mas o tratamento foi bem diferente.
Dois dias depois que dez dos onze ministros do STF já haviam votado, com bases em premissas inteiramente falsas, o que dá um tom de teatro do absurdo à troca de argumentos ocorrida durante a primeira sessão, é que se soube que não havia omissão coisíssima nenhuma. Havia falta de cuidado, de conhecimento, de compromisso com a publicação de informações confiáveis. Os embargos são uma garantia prevista em lei. Sua vigência plena foi confirmada por decisão de deputados e senadores em 1998, que rejeitaram uma mensagem de FHC propondo sua extinção. Esta verdade seria lembrada por Celso de Mello no voto da quarta-feira seguinte, mas nenhum jornal destacou o próprio erro ao longo da semana.
Leia o texto completo no blog do Paulo Moreira Leite.
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