Apesar das manifestações de junho de 2013 — carregadas com o
simbolismo de um movimento popular por renovação política e avanço nos
direitos sociais —, o resultado das urnas revelou uma guinada em outra
direção. Parlamentares conservadores se consolidaram como maioria na
eleição da Câmara, de acordo com levantamento do Diap, o Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar.
O aumento de militares, religiosos, ruralistas e outros segmentos
mais identificados com o conservadorismo refletem, segundo o diretor do
Diap, Antônio Augusto Queiroz, esse novo status. “O novo Congresso é,
seguramente, o mais conservador do período pós-1964. As pessoas não
sabem o que fazem as instituições e se você não tem esse domínio, é
trágico”, afirma.
Ele acredita que a tensão criada pelo debate de pautas como a
legalização do casamento gay e a descriminalização do aborto deve se
acirrar no Congresso, agora com menos influência de mediadores
tradicionais, que não conseguiram se reeleger. “No caso da Câmara,
muitos dos parlamentares que cuidavam da articulação [para evitar
tensões] não estarão na próxima legislatura. Algo como 40% da ‘elite’ do
Congresso não estará na próxima legislatura, seja porque não conseguiu
se reeleger ou disputou outros cargos. Houve uma guinada muito grande na
direção do conservadorismo”, diz.
Confira no Pragmatismo Político.
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