“O Alberto Youssef já disse que no meu partido (PP) só sobrariam dois que não receberam. Eu não sei quem são os dois, mas, se eu recebi algum dinheiro, o partido não levou meu voto para o Executivo”, diz Bolsonaro à coluna Poder Online, do Portal IG. Deputado dizer que não sabe o que os outros fizeram pode ser verdade, afinal quem participa de esquemas mantém segredo entre os participantes. Agora, dizer que não sabe se ele próprio fez uso do dinheiro que ele mesmo tem falado que é de corrupção, já é um pouco demais.
A declaração de Bolsonaro mostra que, para financiar campanhas e se eleger, o deputado conviveu bem melhor do que se imaginava com o dinheiro da corrupção. Na melhor das hipóteses, fechando os olhos para a real origem do dinheiro que financiava suas campanhas.
Desde 1993, Bolsonaro é filiado ao PP (a sigla já mudou de nome algumas vezes), com um intervalo entre 2003 e 2005, quando integrou o PTB de Roberto Jefferson, e de uma brevíssima passagem pelo PFL, retornando ao PP ainda em 2005.
Durante todo esse tempo, Bolsonaro conviveu muito bem com Paulo Maluf, José Janene, entre outros nomes de seu partido envolvidos em escândalos. Só se manifesta contra a corrupção, ou a suspeita de, quando atinge seus adversários políticos.
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2 comentários:
"Vou pegar de noventa a 180 dias de prisão", vem dizendo Ricardo Pessoa a quem consegue visitá-lo na carceragem. Foi com esse espírito que fez chegar a Veja um resumo do que está pronto a revelar à Justiça caso seu pedido de delação premiada será aceito".
Caberia ao próprio Ricardo Pessoa ou ao seu advogado dizer que a reportagem é mentirosa, mas eles não fizeram nada disto, até porque a revista não costuma fazer revelações tão escabrosas sem que possa comprovar a origem da sua informação - sua fonte.
As revelações de Ricardo Pessoa são devastadoras, mas a principal delas é que ele municiou o PT e o caixa de campanha de Dilma, ano passado, com R$ 30 milhões, dinheiro sujo da Petrobrás, entregue ao PT como "contribuição legal". A UTC também financiou clandestinamente as campanhas do ministro Jaques Wagner ao governo da Bahia em 2006 e 2010. O ex-ministro Zé Dirceu recebeu propina, mesmo durante o julgamento do Mensalão. Zé levou R$ 2,3 milhões entre 2012 e 2013.
Ricardo Pessoa mandou dizer a Veja que o ministro José Eduardo Cardozo aconselhou que ele não faça delação premiada, porque o governo encontrou solução para todos.
O ponto fulcral das denúncias é a revelação de que Vaccari Neto, tesoureiro do PT, recebeu o dinheiro doado para a campanha de Dilma.
A reportagem da revista levanta dúvidas sobre o interesse dos procuradores e do juiz Sérgio Moro na obtenção da delação premiada do presidente da UTC, porque segundo ele, há insistência em saber casos de corrupção em outras estatais, ignorando o que ele tem a dizer sobre o Petrolão, portanto sobre Lula e Dilma.
"O PT usou a Petrobrás para financiar seu projeto de poder", revelou o dono da UTC.
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