A imprensa fez a sua parte: contrariando os critérios elementares que levam um fato a se tornar notícia, cobriu os mais insignificantes atos em favor do impeachment, como o promovido por um grupelho de direita que destila seu ódio nas redes sociais e reuniu 20 (vinte) pessoas no Centro do Rio de Janeiro, na quarta-feira (11/3). Na sexta (13/3), dia da manifestação organizada pela CUT, ao mesmo tempo favorável e crítica ao governo, O Estado de S.Paulo dedicou em seu site uma notícia de cinco parágrafos (ver aqui) para a presença de oito (repito: oito) pessoas que, em Brasília, protestaram contra Dilma. (A notícia original falava em seis, mas foi atualizada.)
Na semana que culminou com a monumental manifestação em São Paulo, a Folha de S.Paulo foi “desequilibrada”, ora com a avalanche de notícias negativas para o governo, ora com o tratamento díspare dedicado aos atos a favor e contra Dilma. Assim avaliou a ombudsman do jornal, que entretanto não apontou o cúmulo da parcialidade, revelado num detalhe: ao pé de reportagem sobre os protestos, na página 6 do caderno principal da edição de 10/3, o jornal publicava um quadro no estilo “serviço”, informando os “Atos contra Dilma”, “quando” e “onde”. O que levou o escritor e humorista Gregório Duvivier a publicar uma montagem no Instagram: “Onde? Shopping JK Iguatemi. Serviços: babá, empregada e open bar”.
O pequeno “tijolinho” provocou também a ironia de uma jovem jornalista, que lembrou a campanha publicitária do jornal e sugeriu um texto mais honesto: “A Folha é contra a Dilma. Eu também”.
Confira o texto completo no Observatório de Imprensa.
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