O cidadão comum imagina que a dívida se forma de modo muito simples: o governo pega emprestado R$ 100 para construir uma estrada e precisa devolver R$ 110. Maria Lucia Fattorelli desmonta essa equação tão cara ao senso comum. Ela repetiu para nós o que já havia dito em entrevista para a revista CartaCapital: “Existe um ‘sistema da dívida’. É a utilização desse instrumento como veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro”. O grande golpe se dá pela privatização de recursos públicos por meio da emissão de títulos do Tesouro Nacional e da definição da taxa de juros. Parece trama conspiratória de romance policial? Eis as pistas.
Fattorelli: “O Tesouro Nacional lança os títulos da dívida pública e o Banco Central vende. Como o Banco Central vende? Ele anuncia um leilão e só podem participar desse leilão 12 instituições credenciadas. São os chamados dealers. A lista dos dealers nós temos. São os maiores bancos do mundo. De seis em seis meses, às vezes, essa lista muda. Mas sempre os maiores estão lá: Citibank, Itaú, HSBC…” Esse pessoal privilegiado só compra quando as condições lhe agradam.
Um comentário:
Dívida pública brasileira.
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