Campanhas políticas estão enraizadas em um momento específico da história. Algumas decisões que parecem fazer sentido num período tornam-se tão idiotas que os envolvidos pensam, retrospectivamente, em desaparecer da face da Terra.
Principalmente quando a coisa é registrada numa fotografia.
Em 27 de maio de 2015, um grupo de aproximadamente 300 almas apareceu na Câmara dos Deputados para se reunir com Eduardo Cunha. Cunha, então, já enganava alguns trouxas, mas era a grande esperança branca do impeachment.
Eram militantes do MBL, uma relíquia da era da indigência virtual de extrema direita, que haviam terminado a tal Marcha da Liberdade, entre São Paulo e Brasília. Estavam acompanhados dos companheiros dos Revoltados On Line na figura de seu fundador Marcello Reis e da moça que vende camisetas na loja.
Kim Kataguiri, um fóssil megalomaníaco de 19 anos, falou para a imprensa: “O Eduardo Cunha se comprometeu a analisar tecnicamente o nosso pedido de impeachment e não engavetar diretamente como fez com os outros”.
Encaminhados para uma sala, os personagens se aboletaram em torno de uma mesa, abriram seus melhores sorrisos (o esgar reptiliano de EC é lindo) e posaram para as câmeras com um inexplicável dedo indicador para cima (pedindo uma Brahma? Chamando o copeiro?).
Com o gigante Cunha à cabeceira, simulando interesse na tigrada, podemos ver ainda os políticos que tentaram pegar uma carona: Jair e Eduardo Bolsonaro, Alberto Fraga (réu no Supremo Tribunal Federal, acusado do crime de cobrar vantagens indevidas em razão do cargo) e Carlos Sampaio, o pitbull do PSDB.
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Um comentário:
Agora relembrando Cunha e os manifestantes anticorrupção.
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