quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Da credibilidade da grande mí(r)dia

A grande mídia não tem credibilidade junto ao povão. Também não tem credibilidade junto à classe média atenta e enojada com a atual onde de jornalismo marrom. Terá credibilidade junto àqueles que simplesmente gostam de ler o que querem ler?

Difícil responder.

Uma pessoa inteligente desconfiaria de quem engana. Mas estamos falando dos que descartaram o princípio de realidade e se prenderam ao princípio de prazer. Num caso como esse não há porque esperar comportamento conseqüente.

E, ainda assim, dá dó ver quem gosta de auto-enganar-se deixar-se ser enganado.

Para deixar claro, estou falando daqueles poucos que ainda compram jornais e os lêem porque os mesmos simplesmente dizer o que eles querem ouvir. Admitir só o que se quer ouvir é reger-se pelo princípio de prazer. Trata-se de um comportamento infantil. Uma pessoa madura aceita decepções, pois as mesmas fazem parte da realidade.

Uma boa notícia nessa história toda é a atitude profissional de poucos mas bons jornalistas como Luis Nassif e Franklin Martins. Os dois não só preocupam-se em apresentar pontos de vista ponderados como também dão opiniões bastante arrazoadas sobre a atitude auto-estupidificante dos seus pares profissionais menos preocupados com a verdade e o equilíbrio.

Em meio ao mar de tonterias e manipulações das páginas A2 e de editorias dos grandes jornais, esses dois jornalistas conseguem trabalhar sem se contaminar. Bravo para eles. E também para nós, pois precisamos de jornalistas responsáveis.

Atualmente os dois são - com alguns outros, quase todos na blogosfera - o último fiapo de credibilidade da mídia. Que sejam as sementes para um novo começo.

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