[...] É evidente que, neste momento, ocorre uma competição entre praticamente todos os grandes veículos da mídia para saber quem derruba Lula primeiro.
[...] Lula tem erros enormes, como o “mensalão”, mas acertos enormes como a “Bolsa Família” e a incorporação definitiva das classes C e D às políticas públicas. É odiado por uma parte da opinião pública, amado por outra; e há um terceiro grupo que tem a estabilidade e a legalidade como valores maiores. Mais que isso: embora o PT e o governo sejam pródigos em dar motivo para o prosseguimento de campanhas anti-Lula, a catarse não é elemento auto-sustentável. Campanhas baseadas na catarse têm vida curta, cansam, esgotam.
Nesse contexto, jogar todas as fichas na queda de Lula é uma dupla armadilha, da qual não se tem como sair vitorioso. Se Lula fica, a mídia é derrotada. Se Lula cai, a mídia é derrotada. O fogo se alastra, e todos os problemas que o país enfrentar, a partir dali, serão tributados aos que derrubaram o governo, seja mídia, sejam lideranças políticas.
Depois de janeiro, os que estão crescendo, agora, com a exacerbação e a catarse, tendem a cansar. E os negociadores tendem a crescer.
[...] Está-se tentando repetir a história, quando o momento seria propício para o veículo que se colocasse acima das paixões, recuperasse a técnica jornalística e se comportasse como magistrado, duro, inflexível, porém justo, colocando a preocupação com o país acima das conveniências de momento. [...]
Na minha opinião ele tem bastante razão. Seria bom para todos, e inclusive para os negócios midiáticos, haver uma imprensa preocupada em respeitar as bases éticas e profissionais do jornalismo. Do jeito que a coisa anda não há porque comprar jornais, a não ser os populares, pois os mesmos são feitos para rir mesmo. E dá vontade de boicotar os produtos dos anunciantes, pois os mesmos ficam totalmente vinculados à mentira e ao espetáculo de mau gosto.
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