quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Dólar, o rejeitado

O mundo abandona a moeda americana, que derrete à luz do dia. Será esse o começo do fim do império?

Durante décadas, aquele papel esverdeado com a foto de um sujeito meio careca, meio cabeludo significou bem mais do que um simples mecanismo de pagamento. O dólar, com a face de Benjamin Franklin e a inscrição In God We Trust (Em Deus Nós Confiamos) no verso, representava a grande reserva de valor mundial. Era um dinheiro que poderia repousar debaixo do colchão e continuar valendo a mesma coisa muitos anos depois. Graças a essa solidez, a riqueza árabe se converteu em petrodólares, as exportações asiáticas geraram trilhões investidos em títulos americanos e os Estados Unidos desfilaram vitoriosos como o império econômico global. Na semana passada, porém, essa realidade parecia desmoronar, com a surra que o dólar tomava de várias moedas. O euro, que nasceu a US$ 0,85, era negociado a US$ 1,50 e ninguém enxergava o fundo do poço. Num encontro em Cingapura, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, elevou a tensão ao sinalizar que poderá aplicar suas divisas – uma montanha de US$ 1,4 trilhão – em euros ou ienes. “Estamos preocupados em preservar o valor das reservas”, disse ele. Dias antes, na Arábia Saudita, exportadores de petróleo começaram a discutir fórmulas de fixar o preço do barril com base numa cesta de moedas – e não mais em dólar, apenas. Nada, porém, causou tanto impacto quanto a decisão da modelo brasileira Gisele Bündchen, que exigiu ser paga em euros ao assinar um contrato com a multinacional americana Procter & Gamble. O estrago foi tão grande que a debâcle do dólar passou a ser chamada de “efeito Gisele” Ela fez mais para restabelecer a verdade no mundo do que qualquer economista”, avalia o banqueiro Paulo Guedes, fundador do Pactual e um dos sócios da gestora de recursos Fidúcia.

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2 comentários:

Anônimo disse...

Se uma modelo da futilidade e da gastança sem necessidade e elitista comanda as regras monetárias internacionais fica claro que uma mudança existe.Ou será que por ser brasileira e conhecer a cotação do dolar e do euro tem uma visão melhor do que as modelos americanas e européias?A diferença de dois reais no cachê final dela faz uma baita diferença.100%.

José Elesbán disse...

Uma vez, eu li em algum lugar que o Saddam queria trocar parte das reservas iraquianas para euros. Isto teria acelerado os motivos para a invasão.
Se isto é verdadeiro, não adiantou. Por sinal, parece que a invasão apressou a decadência.