segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Pos-modernismo, pseudociencias, religião e esquerda política

Há alguma relação entre pos-modernismo e pseudociência? Bem, talvez para poder responder com maior conhecimento de causa seja necessário definir ambos os termos. O pos-modernismo é uma corrente intelectual que tem em maior ou menor grau estas caracteristicas: a recusa da tradição racionalista da ilustração, o desapreço a qualquer tipo de comprovação empírica de seus discursos teoricos, e um relativismo cognitivo e cultural que considera a ciência como uma "narração" ou um construção social entre muitas outras.

Por pseudociência a definição que pode valer é: conjuntos de pensamentos, afirmações ou relações sobre realidades ou imaginações em todos os pontos inaceitáveis pela ciência; habitualmente quem a pratica apoia estes pensamentos mediante argumentos ou informações que estão longe de satisfazer os requisitos habituais na ciência.


Vejam o texto completo em KAOSENLARED.NET

3 comentários:

José Elesbán disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Elesbán disse...

Trecho:

"En cambio, el largo capítulo sobre "religión, política y supervivencia" me parece especialmente brillante. Y demoledor. Incluye una discusión con la idea defendida por el ya difunto Stephen Jay Gould sobre los "magisterios no superpuestos". Gould había querido defender con estas palabras la idea de que la ciencia trata cuestiones de hecho, y la religión, cuestiones de ética y significado. Sokal defiende de forma muy convincente que esta posición es insostenible."

Que tal? Onde está o brilhante capítulo?
Sim porque eu sou cristão, bem como Leonardo Boff, e o autor coloca isso na extrema-direita. Ao lado de nazi-fascistas, pois não?

É isto ou estou enganado?

E, a propósito, um titulo de Dawkins, chamado O Gene Egoísta já foi utilizado para respaldar teses que hoje são chamadas de neo-liberal. Mas Dawkins é um profeta da evolução e da ciência. Está na extrema-esquerda de acordo com o artigo.

zejustino disse...

Infelizmente, o capítulo que o autor refere está no livro do Sokal citado no artigo. Eu também fiquei bastante curiso a respeito dele. As criticas apresentadas no primeiro livro a respeito da utilização de conceitos e expressões da área científica em particular da matemática e da física em outros contextos e sem a mínima consideração em justificar sua apresentação ali (comprovação empírica ou demonstração formal) são realmente
demolidoras. O chamado "pos-modernismo" (que foi festejado alegremente pelos neo-liberais e aqui no Brasil teve seu auge na década de 90 com a perseguição midiática e tentativa de desmoralização de varios intelectuais de esquerda, como a filósofa Marilena Chauí) desconstroi a linguagem cientica, faz uma montagem do tipo "Frankstein" em seus discursos e os "vendem" como verdades justamente porque são herméticos e isentos de comprovação formal ou empírica.

Se entendi o foco da crítica do Sokal, ela seria uma "continuação" do primeiro livro mas incluindo a religião e as pseudociencias na mesma situação do discurso anti-racionalista dos pos-modernos e portanto pertencendo também à direita do espectro das ideologias por fazerem uso de uma linguagem avessa à comprovação empírica. Como o marxismo pode ser considerado como um dos grandes exemplos do racionalismo e porque se posiciona logicamente à esquerda do espectro político-ideológico, pode-se perceber o porque do autor colocar a religião e as pseudociencias na extrema-direita, apesar da inexistência no texto de uma referência explícita a ideologias ou posições políticas.

Esse assunto merece um debate mais profundo porque se formos encarar o tema do ponto de vita ideológico veremos um punhado de exemplos contraditórios na História. Por exemplo, a crítica que os pos-modernistas faziam (década de 90) ao racionalismo como fonte do totalitarismo nazista e estalinista. Ora, a técnica e a tecnologia são frutos do racionalismo e são as duas das pricipais vitrines do capitalismo que gerou justamente o nazismo com todas as suas mazelas racistas e tentativas de mitificar e até mistificar sua ideologia racista. No caso do totalitarismo estalinista, a crítica se limitou basicamente às características comuns do Estado com o
controle total da sociedade e ela foi muito intensa neste caso porque havia o interesse de desmoralizar a esquerda (discursos não racionalistas e até irracionais do tipo "chegamos ao fim da História. Vencemos.)