domingo, 14 de novembro de 2010

RETRATO DA CULTURA NA 56° FEIRA DO LIVRO EM PORTO ALEGRE/RS



Via Twitter do Alex Haubrich.

2 comentários:

José Elesbán disse...

Pois é. E há repressão em Cuba!

Jean Scharlau disse...

Suponho que se um pobre vendedor de cerveja, água ou refri, com caixa de isopor a tiracolo, circulasse por ali expondo seu trabalho e oferecendo sua mercadoria, obteria tratamento semelhante (com a diferença de que teria muito menos público interessado e menos tempo de argumentação com os soldados).

A organização da Feira do Livro, da ExpoInter, da Bienal, de qualquer Feira ou evento, não pode permitir que terceiros, quartos, quintos, sextos e assim por diante usem o evento para fazer sua feira ou mostra particular e isto é fácil de compreender e aceitar.

Porém, como a Feira do Livro é um evento comercial E CULTURAL, que TOMA EMPRESTADA uma praça PÚBLICA, deveria ter um critério de intervenção que considerasse o aspecto cultural de ações não programadas, que agisse com urgência ao constatar incômodo ao público e vagarosamente quando o público aprecia a manifestação. Deveria usar também primeiro, segundo e preferencialmente o expediente cultural da ARGUMENTAÇÃO antes do expediente da COERÇÃO, aqui documentado, o qual deveria ser o último e somente usado em caso de comprovada necessidade.

A falta, por alguém da administração, da orientação aos inscritos na Feira ou a opção inadequada de quem solicitou a intervenção militar preferencialmente à diplomática resultou nisto: um fato muito importante e elucidativo que mostra com suavidade à classe média - que dificilmente põe-se em lugar não permitido ou onde não é solicitada - como aqueles que têm pouco poder são normalmente tratados pelos que têm poder.

Foi uma boa metáfora de como os pobres são diariamente tratados pelas classes médias, ainda que numa versão bastante suavizada.

Parabéns à Telma Scherer e ao público que se envolveu em sua defesa. Parabéns aos soldados da Brigada, pois foram bastante convincentes, ainda que um pouco contidos. Parabéns à eminência que solicitou a repressão, por não ter aparecido - as eminências nunca aparecem mesmo nesses casos.