O tucano Roger Agnelli, presidente da Vale, está com os dias contados na direção da empresa privatizada por FHC em 1997. Seu mandato termina em março e não será prorrogado. O governo Dilma, através dos fundos de pensão das estatais e do BNDES (sócios da Vale), tem condições de interferir na sucessão. Agnelli travou uma queda de braço com o governo Lula nos últimos anos tornando-se um personagem à altura daquele que foi o mais indecoroso capitulo do processo de privatização realizado pelo PSDB nos anos 90. Vendida quando era a principal estatal brasileira, a Vale rendeu ao Estado a bagatela de R$ 3,3 bi, exatamente a metade do lucro líquido obtido em um único trimestre de 2010 (R$ 6,6 bi entre abril/junho do ano passado). FHC não tremeu a voz ao narrar uma fábula tucana no programa ‘Palavra do Presidente', em 26/11/1996: ‘Vendendo a Vale", justificou, ‘ nosso povo vai ser mais feliz, vai haver mais comida no prato do trabalhador ". Nos últimos anos, Agnelli resistiu aos apelos do Presidente Lula para traduzir ‘a felicidade' prometida por FHC em investimentos que agregassem valor às exportações brasileiras, em vez de simplesmente produzir buracos no país mandando minério bruto para o exterior. Não o fez. Pior que isso, a exemplo de todo o setor de mineração, a Vale paga à sociedade menos royalties do que a Petrobrás: 2% contra 10%. Se reverter o processo de alienação tornou-se difícil, que se obtenha da mineradora, ao menos, uma alíquota dos lucros equivalente à propiciada pela estatal que mais adiciona investimentos à economia. No momento em que o governo da Presidenta Dilma se propõe a erradicar a miséria no país, é hora de cobrar uma contribuição justa de quem há 13 anos usufrui riquezas, sem contrapartida proporcional. Não basta trocar Agnelli, é preciso trocar a lógica da espoliação.
Vejam em CARTA MAIOR
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