Allan McDonald
Rebelión
Os relâmpagos alaranjados dos revólveres não cessam em nenhum momento desta selva emaranhada na miséria centro-americana.
Já nem sequer importa quem mata quem, se é por êrro ou por vingança, ou mêdo ou por cobrar as contas perdidas da humanidade; o que importa é que morreu crivado a bala perdida um músico firme com sua guitarra ao ombro, como quem leva o mundo nas costas, assim morreu Facundo Cabral, apagado de repente no assento de couro de um automóvel de luxo, acompanhado por um êrro de um momento equivocado em sua vida.
Podem ter sido assassinados, em El Salvador Martha Martínez, vendedora de tortilhas, ou Carlos García em Honduras, pedreiro de profissão, ou quem quer que seja na Nicarágua, ou morto por luxúria desenfreada na pacífica Costa Rica, ou na Guatemala Facundo Cabral; o brutal disto é a realidade incandescente que brota do sangue derramado em nossos países, que sem asco só lamentam a dor dos demais, e sem pena e nem glória se enterra no fundo do esquecimento.
Perdão ao mundo por esta América Central Cabral que se leva ao fecundo da existência.
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Texto original em REBELION.ORG (15.07.2011)
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