José Steinsleger
La Jornada
Reyna (1), belo nome (pseudônimo?) de um@ leitora, me disse: "você vive nos anos 60". Aceitei como elogio e lembrei as palavras de Paul Nizan ao iniciar "Adén Arabia", livrinho estimulante para viagens: "Eu tinha vinte anos. Não permitirei que ninguém diga que é a mais bela idade da vida" (1932).
Creio que a geração de 60 teve a coragem de escapar da caverna de Platão. Júlio Cortázar cismava então sobre as misérias do hic et nunc, e "...o sentimento do absurdo pelo qual nos definimos e ao mundo".
Em "A volta ao dia em 80 mundos", Cortázar nos apresentou a Jules Laforgue (poeta e amigo de comunidade de Arthur Rimbaud), o qual para resumir mostrou um recurso simples: "...para que a vaporosa metafísica quando temos à mão a física palpável?".
Alguns já intuiram que outro Julio (Verne) havia sido algo mais que um autor de ficção-científica. Localizemo-nos. É correto associar aos "60" (e parte dos 70) com o passado e o antigo, mas não seria conveniente igualar as três vertentes revolucionárias da época: a real (Cuba), a ideal (París 1968), e a virtual que, sigilosamente, começou a programar o mundo de nossos dias.
Texto visto em REBELIÓN.ORG com tradução livre no blog NEBULOSA.DE.ÓRION
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