quinta-feira, 18 de abril de 2013

JURO E TOMATE: O MOLHO AZEDO DO LAISSEZ-FAIRE

A instabilidade climática que indexou o país ao tomate nas últimas semanas veio para ficar. 
O Brasil é o quinto lugar do planeta mais alvejado por desastres climáticos na última década. O semiárido nordestino vive desde outubro uma das piores secas em meio século. A resposta ortodoxa para eventos climáticos extremos será sempre a mesma: ‘sobe o juro!'. Não importam os custos, nem as causas. A ausência de uma política estatal de estoques de alimentos acentua a vulnerabilidade ao clima desordenado. Tido como um dos cinco maiores celeiros do mundo, o Brasil simplesmente não dispõe dos ditos celeiros para intervir no abastecimento. A rede pública de armazéns  foi privatizada e sucateada nos governos Collor e FHC. Esta semana, quando já galgava o patíbulo do Copom, o governo, finalmente, decidiu espetar armazéns estatais em áreas estratégicas do território nacional. Nas últimas décadas, a supremacia neoliberal colonizou a agenda da segurança alimentar em todo o mundo. Aos livres mercados -‘mais eficientes e ágeis'-  caberia assegurar o suprimento da sociedade. No ápice da escassez e da fome geradas pelo colapso financeiro de 2007/2008,nações e organismos internacionais viram-se desarmados. Onde estavam os estoques? Onde continuam a repousar. Em celeiros das grandes corporações que dominam o  comércio agrícola mundial. A alta do juro nesta 4ª feira condensa essa trama de interesses e engodos, que compõem o molho azedo do laissez-faire. (LEIA MAIS AQUI)
(Carta Maior;5ª feira,18/04/2013)
 

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