quinta-feira, 12 de setembro de 2013

FIM – O testamento de Salvador Allende (1908-1973)

Com o La Moneda bombardeado por caças e tanques, Salvador Allende pronunciou sua derradeira mensagem aos chilenos, pelo último meio que lhe restava, a Radio Magallanes _antenas de outras emissoras já haviam sido destruídas.
Foi como se Getulio Vargas, em vez de deixar uma carta testamento em 1954, a tivesse lido ao vivo, com o Palácio do Catete sob o ataque dos militares golpistas.
Antes do sacrifício, Allende começou, 40 anos atrás: “Compatriotas, esta será seguramente a última oportunidade em que eu poderei me dirigir a vocês”.
Referiu-se aos generais que o enganaram: “Minhas palavras não têm amargura, e sim decepção”.
Resistiu: “Diante desses fatos, só me cabe dizer aos trabalhadores: eu não vou renunciar. Colocado em uma encruzilhada histórica, pagarei com minha vida a lealdade do povo”.
“A história é nossa e a fazem os povos”, declarou.
Agradeceu a quem o levara ao governo: “Trabalhadores da minha pátria, quero lhes agradecer a lealdade que sempre tiveram, a confiança que depositaram em um homem que só foi intérprete de grandes anseios de justiça, que empenhou sua palavra de que respeitaria a Constituição e a lei, e assim o fez”.
Nomeou os pais do golpe: “O capital estrangeiro, o imperialismo, unido à reação, criou o clima para que as Forças Armadas rompessem com sua tradição…”.

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