Por exemplo, se vamos observar um jornal como a Folha de S.Paulo, que supostamente propõe uma relação mais transparente com o público, não apenas por abrigar opiniões aparentemente díspares, mas principalmente pela instituição do ombudsman, é preciso ir além dessa diversidade formal e descobrir o viés predominante por baixo da suposta liberdade de opinião. A conclusão pode surpreender o leitor que se satisfaz por encontrar, aqui e ali, um texto que parece andar na contramão da corrente predominante na imprensa nacional.
Ainda que o observador procure evitar citações ad nominem no exercício diário de analisar a imprensa, é preciso definir que, no caso da Folha, os dois nomes que cumprem esse papel são Janio de Freitas e Ricardo Melo, sendo que este protagoniza mais explicitamente o confronto com os autores do discurso conservador, que são maioria na rotina do jornal.
O que se está a propor, aqui, é que a presença desses dois articulistas não faz da Folhaum jornal mais diversificado e equilibrado do que os outros. Apenas mostra que a Folha é mais sutil, mas igualmente reacionária, e a instituição do ombudsman serve como um salvo-conduto para a manipulação.
Confira no Observatório da Imprensa.
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