Prostituição e machismo
El puto amo
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"A prostituição não é o resultado da decisão das mulheres, elas são obrigadas a exerce-la desde a origem da história. É a imposição do machismo para que os homens reforcem sua masculinidade.". |
Em que momento da história as mulheres introduziram de maneira livre e voluntária a prostituição como mais uma opção profissional? A resposta é simples: em nenhum.
A prostituição é uma criação machista para benefício dos homens e de seu modelo de sociedade, um modelo que necessita da coisificação das mulheres como parte essencial do mesmo. Se olharmos com perspectiva, o que ocorre não é muito diferente da estratégia machista em muitos outros âmbitos e com outros temas. É sempre o mesmo: primeiro se impõe uma ideia ou referencia que obriga, submete, domina, limita as mulheres, depois se normaliza sobre o hábito e o costume, e finalmente, naquelas questões mais transcendentais, se legaliza para que não reste a subjetividade nem a intempérie das circunstancias.
Um exemplo; primeiro se considera que as mulheres são inferiores aos homens e menos capazes, logo se levanta toda a estrutura social e de relações sob esse critério que as limita no pessoal e no laboral, depois se desenvolve uma série de normas que lhes impedem de votar, trabalhar, viajar... mais adiante, quando a situação se torna insustentável, são criadas normas que lhes permite trabalhar e viajar, mas com a permissão do marido... e assim até que a própria reação social e os movimentos e organizações de mulheres impedem os desvios e corrigem as injustiças que supõe essa construção. Contudo, o próprio sistema se encarrega de que incida o mínimo sobre esse machismo original, e que somente o faça sobre alguma de suas manifestações, o qual permite que suas ideias e valores se mantenham e se adaptem à situação sem renunciar a seus objetivos, ainda que lhe obrigue a mudar de estratégia.
Prostituição como imposição do machismo
A prostituição não é o resultado da decisão das mulheres, elas tem sido obrigadas a exerce-la desde a origem da história. É a imposição do machismo para que os homens reforcem sua masculinidade e sensação de poder através do sexo. Se as mulheres não tivessem sido consideradas como objetos e sexualizadas desde a infância a prostituição não seria possível. E se o machismo não houvesse criado as circunstancias para que muitas mulheres ao longo da história entenderem a prostituição como uma opção a mais dentro da normalidade, as mulheres não a escolheriam, do mesmo modo que nunca se aceitou a escravidão como uma opção laboral, posto que não se conseguiu normalizar essa forma de exploração.
Quando se tenta passar de uma prostituição forçada e obrigada para uma prostituição "livre e decidida", o êxito não é de quem era explorado e diz liberar-se fazendo o mesmo que fazia, mas do contexto que havia normalizado essa situação e que agora a mantém sob outras referencias.
Não devemos esquecer que a prostituição beneficia os homens e o machismo, e o faz a custa das mulheres e da igualdade. A prostituição não proporciona sexo aos homens, mas sim poder. A imensa maioria dos homens que consomem prostituição mantém relações sexuais com outras mulheres, e ainda assim acodem à prostituição para satisfazer seus desejos de poder das formas mais diversas, mas sendo eles os amos dessa mulher durante o tempo de contato, e reforçando para sempre sua ideia de homem e masculinidade para ser também os amos da sociedade.
A prostituição não é o resultado da decisão das mulheres, elas tem sido obrigadas a exerce-la desde a origem da história. É a imposição do machismo para que os homens reforcem sua masculinidade e sensação de poder através do sexo. Se as mulheres não tivessem sido consideradas como objetos e sexualizadas desde a infância a prostituição não seria possível. E se o machismo não houvesse criado as circunstancias para que muitas mulheres ao longo da história entenderem a prostituição como uma opção a mais dentro da normalidade, as mulheres não a escolheriam, do mesmo modo que nunca se aceitou a escravidão como uma opção laboral, posto que não se conseguiu normalizar essa forma de exploração.
Quando se tenta passar de uma prostituição forçada e obrigada para uma prostituição "livre e decidida", o êxito não é de quem era explorado e diz liberar-se fazendo o mesmo que fazia, mas do contexto que havia normalizado essa situação e que agora a mantém sob outras referencias.
Não devemos esquecer que a prostituição beneficia os homens e o machismo, e o faz a custa das mulheres e da igualdade. A prostituição não proporciona sexo aos homens, mas sim poder. A imensa maioria dos homens que consomem prostituição mantém relações sexuais com outras mulheres, e ainda assim acodem à prostituição para satisfazer seus desejos de poder das formas mais diversas, mas sendo eles os amos dessa mulher durante o tempo de contato, e reforçando para sempre sua ideia de homem e masculinidade para ser também os amos da sociedade.
Segundo um informa da APRAM, 39% dos homens de nosso país tem consumido prostituição, esses mesmos homens que também cometem violações, abusos sexuais, assédio sexual... nas circunstâncias mais diversas, e a tudo isso o fazem culpabilizando as mulheres por provocar, por agir com perversidade e engana-los, ou por arrepender-se e tirar maldade para denuncia-los falsamente, como temos visto recentemente após conhecer a sentença do caso "La Manada", cuja vítima, não por acaso, foi considerada em muitos comentários como uma "puta".
O que sucedeu estes dias com a solicitação para criar um "sindicato de trabalhadoras do sexo" reflete muito bem essa estratégia adaptativa do machismo, e como utilizam o teórico interesse e preocupação pelas condições de trabalho das mulheres que a exercem para benefício, mas sem questionar em nenhum momento o trabalho nem as circunstâncias que levaram a essas condições.
A estratégia é clara: primeiro as obrigam, as exploram, abusam, agridem... e depois, criadas algumas condições objetivamente inaceitáveis, ocultam a prostituição após as circunstâncias em que se exerce e pedem que se aja para melhorar as primeiras sem fazer nada sobre as segundas. E tudo isso sob a conversa fiada de fazer crer que se as condições de trabalho são mudadas vai se supor uma mudança na prostituição.
A chave, o plano social
Por essa razão, para ocultar o significado social e cultural da prostituição dentro do machismo, acode-se à voz individual de mulheres que livremente, e com todo o respeito e consideração de minha parte, pedem exercer a prostituição em condições adequadas.
A reivindicação dessas mulheres tem todo o sentido, tanto pelas condições em que desenvolvem sua atividade, que já temos comentado que são não assumíveis, como do ponto de vista de sua posição individual; mas a chave, como em tantos outros temas, não está no plano individual, mas no social, posto que são as referencias da sociedade as que criam o mito de crer escolher livremente num contexto machista que dá significado à realidade, até o ponto de criar um imaginário em que muitos homens dizem, "se a meus filhos lhes faltar comida, eu a roubaria", enquanto que as mulheres afirmam, "se a meus filhos faltar comida, eu me tornaria uma prostituta".
O que sucedeu estes dias com a solicitação para criar um "sindicato de trabalhadoras do sexo" reflete muito bem essa estratégia adaptativa do machismo, e como utilizam o teórico interesse e preocupação pelas condições de trabalho das mulheres que a exercem para benefício, mas sem questionar em nenhum momento o trabalho nem as circunstâncias que levaram a essas condições.
A estratégia é clara: primeiro as obrigam, as exploram, abusam, agridem... e depois, criadas algumas condições objetivamente inaceitáveis, ocultam a prostituição após as circunstâncias em que se exerce e pedem que se aja para melhorar as primeiras sem fazer nada sobre as segundas. E tudo isso sob a conversa fiada de fazer crer que se as condições de trabalho são mudadas vai se supor uma mudança na prostituição.
A chave, o plano social
Por essa razão, para ocultar o significado social e cultural da prostituição dentro do machismo, acode-se à voz individual de mulheres que livremente, e com todo o respeito e consideração de minha parte, pedem exercer a prostituição em condições adequadas.
A reivindicação dessas mulheres tem todo o sentido, tanto pelas condições em que desenvolvem sua atividade, que já temos comentado que são não assumíveis, como do ponto de vista de sua posição individual; mas a chave, como em tantos outros temas, não está no plano individual, mas no social, posto que são as referencias da sociedade as que criam o mito de crer escolher livremente num contexto machista que dá significado à realidade, até o ponto de criar um imaginário em que muitos homens dizem, "se a meus filhos lhes faltar comida, eu a roubaria", enquanto que as mulheres afirmam, "se a meus filhos faltar comida, eu me tornaria uma prostituta".
As decisões individuais não podem ir contra o marco da convivência nem a favor dos elementos que reforçam um sistema de ideias e valores como o machismo, baseado na injustiça da desigualdade. por isso se age contra um agressor ainda que a mulher diga que não se faça porque "é normal" que seu marido lhe bata, nem tampouco se aceitaria um grupo de pessoas que consumiram substancias tóxicas ilegais peçam que as deixem consumi-las em nome de sua liberdade, e de que elas com seu corpo fazem o que querem, ainda que dita decisão as prejudiquem.
O machismo criou a ideia de que os homens são os "fodões" da sociedade, e para isso lhes dá oportunidades para que se sintam assim, treinem seu ego e possam demonstrá-lo, como ocorre, por exemplo, com a violência de gênero normalizada e com a prostituição.
O resultado é claro, e cada homem, se assim o decide, com independência de seu status e circunstâncias pessoais, ao menos conta com um espaço no qual é o "fodão".
Publicidade de prostituição no para brisas de um automóvel.
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