Lev Manovich é autor do livro “The Language of New Media” (A Linguagem das Novas Mídias), traduzido em inúmeras línguas, do chinês ao árabe, e considerado um verdadeiro tour de force dos estudos sobre a cultura digital.
Baseado nos estudos que realizou em Moscou a respeito da história da arte e da computação, bem como em sua experiência com a teoria cinematográfica, Manovich foi responsável por fazer uma relação teórica entre o trabalho do cineasta russo Dziga Vertov no filme “O Homem da Câmera” com a forma de produção não-linear das mídias digitais. Ele também estabeleceu uma relação conceitual entre as ferramentas tecnológicas e as teorias da imagem em movimento, criando um método de análise estrutural das novas mídias que passou a levar em consideração o contexto e a historicidade dos aparatos tecnológicos e a estética digital.
Essa leitura vai além da simples descrição, sintoma que afeta muitos textos sobre as novas mídias. Ela procura perceber um certo espírito do tempo, além de evitar circunscrições temáticas. Um dos exemplos de sua ousadia é a crítica ao conceito de interatividade. Aclamada como a solução para a passividade do leitor, a interatividade, porém, carrega consigo o problema da repetição ativa e reativa de comandos predeterminados, confinando o usuário numa infinita rede de escolhas que nada mais é do que uma quimera inflada pela apologia das novas tecnologias pensadas como emancipação.
Atualmente, Manovich é professor no Departamento de Artes Visuais da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) e diretor do Laboratório para Análise Cultural no Instituto da Califórnia para Telecomunicações e Tecnologias da Informação (Calit2). Em 2008, ele virá ao Brasil, como curador da exposição “Motion Graphics e Novas Mídias, com co-curadoria feita por Jane de Almeida e por mim.
Na entrevista a seguir, realizada em seu estúdio, Manovich fala do seu novo livro “Info-Aesthetics” (Infoestética), que será lançado pela MIT Press, e de suas impressões sobre as novas mídias nos dias de hoje.
A entrevista segue este texto na revista eletrônica Trópico.
3 comentários:
A Era da Infoestética.
Será que não dá para trazer para Poa?
Eis aí uma pergunta para o César responder.
Postar um comentário