segunda-feira, 11 de maio de 2009

A discussão do voto em lista

Primeiro, a Ciência Política em geral considera, ao contrário do que articulistas e blogueiros têm dito, que é na lista fechada e não na lista de tipo aberta que os eleitores conseguem fiscalizar e acompanhar melhor seus eleitos. Por uma razão bastante simples: ao invés de ter de escolher 1 nome entre milhares que aparecem rapidamente pela TV no horário gratuito, na hora de fiscalizar e avaliar governos é só julgar se o desempenho do partido para o qual votou foi bom ou não. Desfulaniza-se o debate: para o eleitor, o que importará são os resultados e posturas éticas oferecidos pelo partido como um todo, e não se 3 deputados do partido preferido foram pegos em escândalos de corrupção. É muito mais fácil lembrar que se votou em um partido X do que em um Fulano de Tal. E é exatamente porque nosso sistema dá o voto para Fulanos que surgiu a idéia de que o brasileiro não tem memória política, quando comparado a outros países: apenas Brasil e Finlândia adotam o sistema de lista aberta. Todos os outros países do mundo adotam lista fechada, voto distrital (que é outra história) ou um misto entre esses.

Segundo, (...)

Confira todo o "post" no blog do Luis Nassif.

2 comentários:

Anônimo disse...

Agora, parlamentares carentes de referências doutrinárias procuram importar o voto de lista, aplicados nos dois países da Península Ibérica: Espanha e Portugal.

Eu vivi durante quase três anos em Portugal. Lembro-me de ter conversado com amigos portugueses, sobre a votacão em lista fechada.

A minha opinião, na época, era de que o sistema de votacão em lista era positivo por fortalecer os partidos. Citava como exemplo a miríade de partidos nanicos existentes no Brasil.

Os portugueses eram quase unânimes em criticar o sistema de voto em lista, afirmando que este impedia a responsabilizacão dos parlamentares por seus atos.

Na Espanha, o modelo esgotou-se. Existe um grande movimento na busca da extinção do voto de lista, aquele que perpetua sempre os mesmos representantes nas cadeiras parlamentares.

O que nós precisamos é de um sistema onde o eleitor saiba exatamente em quem votou. Não é possível votar em A e contribuir para a eleicão de B.

Ou seja: devemos acabar é com a transferência de votos para o partido. Se um candidato do Partido Nanico Brasileiro tiver 1 milhão de votos, que seja eleito — mesmo que seu partido seja nanico.

Melhor eleger um grande candidato de um partido nanico, do que um candidato nanico de um partido grande.

José Elesbán disse...

A questão é complicada pois muita gente não se lembra em quem votou para o Congresso, ou a Assembléia, ou a Câmara de Vereadores. Muita gente não liga para quem é eleito no legislativo.
Talvez se ligassem, teríamos um legislativo melhor.