[...] Acima está um pequeno resumo dos últimos acontecimentos políticos do Irã, uma teocracia com uma fina camada de democracia. Entretanto, um fato merece destaque: os eleitores votaram, o Conselho de Guardiães apurou e totalizou os votos, o candidato derrotado não concordou com o resultado, denunciou oficialmente a fraude e tudo indica que irão recontar os votos.
Ótimo para o Irã. Péssimo se as suspeitas de fraude eleitoral tivessem acontecido no Brasil. Ao contrário dos iranianos, os brasileiros não podem recontar votos. No Brasil, caro leitor, usa-se urnas eletrônicas e paga-se um preço muito caro pela modernidade: é impossível recontar os votos. [...]
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3 comentários:
Se houve fraude ou não, eu não posso precisar. Porém, ao que tudo indica, uma coisa não pode ser negada: a intromissão, uma vez mais, do Sistema de Poder que domina os Estados Unidos nos assuntos internos de um país soberano.
O analista político belga, Thierry Meyssan, afirma que a CIA tenta repetir o que fez há 56 anos, quando derrubou um outro governo legitimamente eleito pelo povo iraniano. Segundo Meyssan, o principal detonador de toda a agitação no Irã é a guerra psicólógica desatada pela CIA através de dezenas de milhares de mensagens transmitidas via telefone móveis. O objetivo: causar desconfiança no povo e jogar os partidários do derrotado contra os do vencedor.
No artigo, Meyssan afirma, entre outras coisas:
"Simultaneamente, num esforço novo, a CIA mobiliza os militantes anti-iranianos nos EUA e no Reino Unidos para aumentar a desordem. Um Guia prático da revolução no Irão foi-lhes distribuído. Ele inclui vários conselhos práticos, tais como:
acertar as contas Twitter no fuso horário de Teerão;
centralizar as mensagens nas contas Twitter @stopAhmadi, #iranelection et #gr88;
não atacar os sítios internet oficiais do Estado iraniano. "Deixem isso para o exército dos EUA" (sic).
Uma vez aplicados, estes conselhos impedem toda autenticação das mensagens Twitter. Já não se pode saber se eles são enviados por testemunhas das manifestações em Teerão ou por agentes da CIA em Langley, e não se pode mais distinguir o verdadeiro do falso. O objectivo é criar cada vez mais confusão e levar os iranianos a lutarem entre si."
O artigo do analista belga pode ser lido acessando http://www.resistir.info/irao/meyssan_17jun09.html.
Já em outro artigo, Paul Craig Roberts, que foi secretário-assistente do Tesouro no governo Reagan, afirma:
"Ex-comandante militar paquistanês, o general Mirza Aslam Beig, disse à Rádio Pashtum, na 2ª-feira, 15/6, que o serviço secreto paquistanês tem provas irrefutáveis de que os EUA trabalharam para tentar alterar o resultado das eleições no Iran. "Há provas de que a CIA gastou 400 milhões de dólares em território iraniano para fazer eclodir uma revolução 'pacífica', 'colorida', contra o governo dos aiatolás, imediatamente depois das eleições."
Roberts, que pertenceu a um governo de extrema direita, não pode, creio, ser tachado de comunista, socialista, esquerdista ou mesmo antiamericano.
No comentário anterior, esqueci-me de inserir o endereço para a leitura do artigo de Paul Craig Roberts, que é http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/todos-a-postos-para-a-guerra-contra-o-demonio-iraniano/.
Derrubar Ahmadinejad no voto, não puderam...
Aí Barack Obama, em entrevista na TV, afirma que Ahmadinejad e Mousavi são iguais (nenhum serve?) e então mata uma mosca com um golpe de direita...
Agora pipocam ``protestos'' na Europa e nos EUA por ``democracia no Irã''...
``Democracia''... tal como no Iraque atual?
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