Estava em marcha, claro, a operação destinada a desestabilizar o governo, da qual fazia parte o esforço para superdimensionar os movimentos dos sargentos e dos marinheiros (ainda que muitos tenham deles participado por ingenuidade, obviamente). Conforme o relato do coronel Juarez, o presidente não sabia que Anselmo planejava falar no Automóvel Clube, mas tinha consciência de que ele era agente infiltrado na esquerda.
“Quem o viu chegar foi o coronel Carlos Vilela, da Casa Militar”, conta o militar aposentado. “Como eu estava mais à frente, acompanhando o presidente, ele me chamou: ‘Está chegando o cabo Anselmo, o que faço¿’ O próprio Jango antecipou-se e deu a ordem: ‘Prende!’ Quando Anselmo começava a entrar, voltei com Vilela, que o segurou pelo ombro, enquanto eu punha a mão no pescoço. Os dois desviamos o cabo à força para outra sala, onde havia um sofá de dois lugares. Vilela mandou que ele se sentasse e comunicou: ‘Por ordem do presidente, o senhor está preso’. Em seguida Vilela foi chamar o coronel (Domingos) Ventura, comandante da Polícia do Exército. Ventura veio e trouxe a escolta para levar Anselmo preso para o quartel da PE.”
O texto completo no blog do Luís Nassif.
2 comentários:
Eu achei o "post" deveras interessante.
Como escrevi no blog do Nassif. O espirito do Cabo Anselmo impregnou o Brasil de Norte ao Sul. É a Yeda assassinando Sem-Terra pelas costas; É o caveirão subindo os morros do Rio; Sãos os indios pisoteados em Roraima; Criminosos fardados no Sul do Pará; Reintegrações de posses nas Periferias de São Paulo; Policiais fantasiados de motoqueiros que passam atirando nas pessoas no litoral paulista. É o "deixa-se fazer" do liberalismo.
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