quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Os dez anos do assassinato de Sandra Gomide

Meu artigo sobre mulheres apedrejadas no Irã e arredores desagradou muitos amigos. Este aqui vai me arranjar inimigos. Me inspirei num comentário bem inteligente de um leitor no blog do Nassif. O de que o Irã, em revanche às críticas feitas no Brasil, poderia pedir para se processar o Brasil pelo assassinato a tiros da jornalista Sandra Gomide, pois o crime ficou sem punição para o culpado, mesmo sendo confesso e tendo sido julgado.

E seria mesmo uma boa se o Irã fizesse isso, deixo aí a idéia para os colegas correspondentes do Irã em Brasília publicarem em seus jornais, em Teerã, qualquer coisa como – Brasil se mete na história da Sarineh, mas no Brasil faz dez anos que mataram a tiros Sandra Gomide sem qualquer condenação. E poderão acrescentar que para mulheres infiéis existe no Brasil o chamado crime de honra ou passional, só que os brasileiros são muito mais clean, não enterram a infiel para jogar pedras. Pode-se dar um ou dois tiros, até pelas costas.


Texto completo disponível no blog do Luís Nassif.

2 comentários:

José Elesbán disse...

Dez anos de mais um caso de impunidade.

zejustino disse...

Aqui no Brasil, alguns "apedrejamentos" geralmente são feitos "por amor", conforme justificam os degenerados à justiça.

(Atenção, patrulheiros de primeira leitura, ninguém está justificando a barbárie nem aqui e nem lá).

Há um livro (prometo que citarei o autor e a editora da próxima vez) em que o autor coloca em quase todas as suas páginas citações de figuras e heróis da história da humanidade vomitando diatribes e piadinhas contra as mulheres. Quem não é chegado à misoginia fica muito aperreado enquanto vai folheando o livro e já pensando em pendurar o autor pelo escroto e dar um picote na jugular dele. Porém, quando o sujeito chega no final, a última citação é a seguinte:

O HOMEM É O ÚNICO ANIMAL QUE MATA A PRÓPRIA FÊMEA.

Para quem gosta de mulheres e das mulheres, é terrível. É vergonhoso pertencer a uma espécie que por uma razão(?) ou outra está disposta ao auto-extermínio ao eliminar a parte responsável pela sua perpetuação.