Na zona sul de São Paulo um sítio isolado
guarda histórias de terror que podem ajudar a entender um dos pontos
obscuros da ditadura - os centros clandestinos de tortura. E a
assombrosa colaboração civil
Você foi apanhado na Avenida Brigadeiro Luis Antônio,
uma das mais movimentadas de São Paulo. Te enfiaram dentro do carro,
dois homens grandes, meteram o capuz. Então você é todo ouvidos e corpo,
e cada balanço ou ruído vai se gravando na sua mente tão vivo que você
se lembrará deles para o resto da vida.
Minutos depois, pegam a estrada. Tráfego intenso. Saem
da cidade, estradinha de terra, passa um trem, devagar. Quando o carro
finalmente estaciona, você ouve a frase de boas-vindas e, apavorado,
consegue memorizar o chão de cimento, por onde é empurrado antes de ser
arremessado por escada que leva a um lugar subterrâneo. Os seus algozes
chamam aquilo de “buraco”, com razão. Não tijolos, nem paredes, o calor é
forteç cada vez que você apalpa à volta, caem blocos de terra molhada. O
chão é lodoso. Seu cativeiro é úmido e infinito.
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