O dirigente do Grupo Estado, Júlio César Mesquita, não escondeu sua
frustração. Diante da cadeira vazia na cerimônia de abertura da 68ª
Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa, comparou a atitude
da atual presidente a de seus antecessores, Ernesto Geisel e Fernando
Collor, nos dois convescotes da agremiação anteriormente por aqui
realizados.
A comparação pode ser estapafúrdia, mas o rancor tem sua razão de ser.
As famílias que controlam os meios de comunicação na região, sem aliados
importantes além dos Estados Unidos, ambicionavam aval implícito de
Dilma Rousseff para sua ofensiva contra políticas de democratização e
regulação levadas a cabo por diversos governos progressistas.
Apesar de sua administração manter intactos os privilégios dos
monopólios de imprensa, a presidente pode ter sido eloquente ao dar
silencioso bolo no evento dos marajás da informação. Como não foram
tornados públicos os motivos dessa decisão, é natural que provoquem
especulações. Uma abordagem possível remete à trajetória da associação. A
SIP, afinal, congrega a fatia mais ativa e influente das elites
continentais, com expressiva folha de serviços prestados às ditaduras.
Fundada nos EUA em 1946, a entidade teve papel fundamental durante a
Guerra Fria. Empenhou-se com afinco a etiquetar como “antidemocráticos”
os governos latino-americanos que não se alinhavam com a Casa Branca.
Constituiu-se em peça decisiva do clima psicológico que antecedeu
levantes militares no continente entre os anos 60 e 80.
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