Mauro Santayana
Se tivéssemos alguma dúvida sobre o desprezo que nos concedem os países europeus — e que é compartilhado no outro lado do Atlântico Norte — ela estaria resolvida pelo desaforo cometido contra o presidente da Bolívia, Evo Morales, tratado como um indesejável pela França, Espanha, Itália e Portugal. E tratado também com insolência pela Áustria, que lhe concedeu pouso de emergência, mas o reteve em Viena por 17 horas, antes de autorizar o voo de retorno a La Paz.
Não foi só o presidente da Bolívia o desfeiteado no episódio.
Todos os latino-americanos, incluídos os cidadãos do México, foram atingidos pelo insulto. E não adiantam disfarces de esfarrapada diplomacia: para essa atitude contribuiu o sentimento racista que no fundo os anima. Somos mestiços — e isso basta.
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Um comentário:
Citando do texto:
"A Convenção de Chicago, de 1944, que regula o tráfego aéreo (no caso de Morales, combinada com a Convenção de Viena sobre as relações diplomáticas) prevê que os aviões estrangeiros devem solicitar permissão de sobrevoo no território de qualquer nação, e que ela só pode ser negada em situações muito especiais, nenhuma delas poderia ser aventada pelos países que lhe negaram o direito de passagem."
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