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Retomada norte-americana amplia o poder de coação dos capitais que migram da bolsa brasileira em 3ª feira marcada, ainda, por queda na produção industrial e dados ruins na balança comercial. A transição de ciclo econômico se acelera: o Brasil terá que discutir as linhas de passagem para renovar a sua agenda de desenvolvimento. Há escolhas a fazer e não são singelas. O país dará liberdade aos fundos e rentistas internacionais para saquearem as suas reservas em revoadas para o exterior? Oferecerá arrocho salarial e juro alto na tentativa de conte-los aqui? Sacrificará investimentos em infraestrutura para entregar o superávit fiscal cheio', como pede a banca local e forânea? Saberá pactuar prioridades sociais escalonadas em calendário crível e realista? Se as respostas a essas e outras perguntas forem ordenadas pela lógica blindada do interesse financeiro, o resultado é sabido: o Brasil pode virar um imenso Portugal. Portanto, não é apenas a reforma política que requer amplo debate democrático. A travessia para um novo ciclo de desenvolvimento só contemplará os anseios das ruas por mais democracia social, se vier ancorada em sincera e corajosa discussão progressista com a sociedade. É exatamente o oposto do que uivam os centuriões do conservadorismo. Para eles a rua já deu o que tinha que dar: o desgaste do governo do PT. Todo o seu empenho agora é para descongestionar o ambiente político de qualquer contaminação associada a mecanismos de democracia direta. A rejeição nervosa ao plebiscito reflete a ansiedade defensiva de quem sabe que o divisor entre economia e política é tênue; nas crises, desmancha-se no ar.
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