segunda-feira, 23 de julho de 2007

Das obscenidades midiáticas

Carta aberta a Marco Aurélio Garcia, por Maurício Thuswohl, na Carta Maior.

Trechos:

"Seu gesto foi obsceno, professor. Trata-se de um gesto clássico. Mas, foi um gesto roubado por uma câmera indiscreta. Gesto que, tenho certeza, jamais seria cometido em público. Um amigo meu que trabalha na líder de audiência em Brasília me contou que os cinegrafistas são orientados a "prestar atenção para ver se tem alguma cortina aberta" nas principais salas do Palácio do Planalto. Devem, por orientação da chefia, estar atentos para flagrar eventuais movimentos comprometedores de figurões do governo. Isso também é obsceno."

"A pressa de alguns setores em culpar o governo pelo desastre também foi obscena, professor. O jornal de maior circulação no Rio estampou "as autoridades debocham... e a gente chora", com uma foto de arquivo da ministra Marta Suplicy dando uma gargalhada. Outro jornal publicou uma charge na qual, em alusão aos Jogos Panamericanos, o presidente Lula pendura uma medalha de ouro no pescoço da morte. Um colunista de um jornal de grande circulação em São Paulo escreveu "relaxa e morre". Foi feia a coisa."

Leia o texto completo na Agência Carta Maior.

2 comentários:

Eugênio Neves disse...

Que o capo recomende aos "jornalistas" que vigiem as salas com cortinas abertas, é uma coisa. Outra coisa, são esses criados da casa se sentirem na obrigação de fazerem isso! É impressionante!!! Quando o cara nasce pra ser serviças e capacho, ele só tem um lugar vender a sua servidão: na Globo!!! O que o merda que gravou essas cenas ganhou do capo? Um tapinha nas costas e uma promessa de ganhar um relógio, quando completar 25 anos de senzala?

Eugênio Neves disse...

A charge já foi um espaço de opinião ocupada por uma geração que tinha espírito crítico e que usou dele para alfinetar a ditadura, enquanto os donos dos jornais rezavam pelo manual da caserna. Sem saudosismo, a grande maioria dos chargistas de hoje não passam de desbundados, que querem ver o seu desenhinho publicado custe o que custar. A impressão que eu tenho, quando vejo algumas charges, é a de que o cara as fez sentado no colo do editor. São "profissionais" completamente despreparados, sendo que alguns sabem até desenhar, mas são verdadeiras toupeiras, sem leituras, sem conhecimento de História, sem conhecimento do assunto que estão tratando. Não medem as conseqüências do que fazem e, por isso, o seu trabalho pode ser avaliado pela medida do senso-comum, das conversas de barbearia, de quitandas, onde os palpiteiros pupulam e se limitam a repetir o que os donos do poder determinam. Para isso, não precisamos de chargistas, porque chargista tem que ir além do senso-comum e desvendar o que está por trás.