sexta-feira, 16 de novembro de 2007

A descriminalização do assalto ao Estado

O esquema pré-republicano no Detran/RS (para usar um eufemismo) já durava cinco anos. O esquema dos filatelistas heterodoxos na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul também durou muitos invernos da nossa cidadania. É de se perguntar, pois, pelas auditorias públicas: o que fazem as instituições públicas de auditagem e controle do Estado? Estarão esses órgãos devidamente apetrechados para verificar, denunciar e criminalizar as graves irregularidades que ora a Polícia Federal desvenda em poucos meses de investigação?

É óbvio que não.

Pois, o governo tucano e seus aliados ainda tiveram a pachorra de remeter um projeto de lei à Assembléia que tornam as coisas ainda mais frouxas e facilitadas para a farra com os recursos públicos. No início de outubro último, portanto, há cerca de um mês, a governadora Yeda Crusius apresentou ao Legislativo o chamado projeto das Oscips (sigla para Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público). Esse projeto maroto pega carona no pacote para equilibrar as contas do Estado. A matreirice disfarçada de interesse público universal.

Com o projeto das Oscips, o Estado qualificaria com o selo público determinadas organizações privadas no sentido de torná-las parceiras do governo na gestão administrativa de algumas funções e serviços públicos. São passíveis de entrega à iniciativa privada áreas inteiras da cultura, da assistência social, do fomento à prática esportiva, e as sensíveis áreas da educação e saúde. A estimativa dos burocratas tucanos é de que pelo menos trinta instituições públicas do Estado sejam alvo da cobiça privada. Será a farra da farra.

Este texto continua no Diário Gauche.

Um comentário:

Omar disse...

Schüller.