Arigona Zogai, 15 anos, é uma menina nascida em Kosovo que está a ponto de provocar um racha no governo austríaco. A situação da garota abalou as consciências dos cidadãos da pequena nação centro-européia. O caso surgiu em outubro, quando Arigona fugiu e se escondeu, para evitar ser expulsa do país na companhia de seu pai e seus quatro irmãos. Alguns dias atrás, um estação de TV austríaca exibiu um vídeo no qual ela ameaçava se suicidar caso o governo tentasse forçá-la a retornar a seu país de origem.
Desde que o caso surgiu, o nome de Arigona é presença constante nos pronunciamentos de políticos, nos comentários de intelectuais e nas conversas das pessoas. Alguns defendem a menina, e outros falam contra ela. O pano de fundo da crise é a ausência de uma legislação ágil para assuntos de imigração e asilo político, já que as pessoas que solicitam o status de asilados ao governo austríaco precisam esperar por até cinco anos para obter uma resposta.
O ponto culminante do caso surgiu em 14 de dezembro, quando o ministro do Interior austríaco, o conservador Günther Platter, negou o pedido de residência de Arigona. O ministro, conhecido por uma interpretação restritiva do direito de asilo político, alegou que "as precondições para residência na Áustria não foram cumpridas". A família de Arigona chegou à Áustria em 2002, com a ajuda de traficantes, depois que sua casa foi queimada pelos sérvios em 1999.
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A situação provocou grande indignação popular. Diversos intelectuais e representantes de organizações humanitárias anunciaram, em artigo publicado pelo jornal Der Standard, sua disposição de enfrentar até a prisão em defesa das pessoas que estão no país ilegalmente. "Um país que deportou mais de 120 mil pessoas em 60 anos deve hoje desenvolver uma política humanitária", afirmou o escritor Robert Schindel.
Um comentário:
Ao capital, às mercadorias e aos serviços todas as facilidades para a mobilidade.
Aos seres humanos indesejáveis todas as restrições.
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