Olhando de fora as bravatas políticas (fracassadas mas daninhas) de JD eu lembrei de uma passagem de "Furacão sobre Cuba", onde Sartre comenta os últimos tempos do corrompido governo de Batista, em 1957, e analisa a reação ambígua e deletéria da pequena burguesia esclarecida da ilha que, mesmo considerando que "há algo de podre no reino de Cuba" não admitia apoiar a guerrilha de Fidel Castro e Che. Por isso, fazia o que Sartre chamou de a "política do rato morto", em que "a gente sente um odor pútrido e procura o cadáver do rato", mas as motivações ideológicas da pequena burguesia fazem com que o animal morto nunca apareça.
José Dirceu carrega um rato morto na pasta, em meio a papéis velhos e denúncias requentadas e ressentidas, e supõe candidamente que com isso esteja fazendo a alta e justa política.
Cristóvão Feil comentando as possíveis motivações de José Dirceu sobre as declarações que este ofereceu à revista Piauí, em entrevista. Texto completo no Diário Gauche.
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