A notícia que vai reproduzida abaixo está na Folha Online e deveria servir de exemplo para os jornais brasileiros. Ao dizer claramente a seus leitores que candidatos apóia, o jornal The New York Times reforça a sua credibilidade. Sim, pois desta forma o público pode avaliar se as reportagens do jornal têm viés favorável aos candidatos por ele apoiados ou não. Em geral, no NYT, as matérias são bem objetivas e dissociadas da opção eleitoral do jornal.
Aqui no Brasil, se dá o oposto. Salvo raríssimas exceções, como a da revista Carta Capital, que anunciou em 2006 apoio à reeleição do presidente Lula, os jornalões preferem apoiar, digamos assim, certas "teses" em seus editoriais e, o que é pior, acabam "editorializando" as reportagens. Um bom exemplo é a revista Veja, que se tornou um panfleto da campanha de Geraldo Alckmin em 2006 sem jamais contar a seus leitores que ele era o preferido da editora Abril, responsável pela publicação de Veja.
Hoje em dia, para citar outro caso, é possível perceber o viés pró-Serra da Folha de São Paulo. Grave não é a Folha encher a bola de seu ex-colunista – é um direito do dono do jornal mandar apoiar o candidato do seu coração –, grave mesmo é a Folha usar o espaço destinado à informação para manifestar este apoio, por meio de matérias nitidamente enviesadas e, pior ainda, ausência de reportagens que poderiam desgastar o governador. Para quem acha que o blog está pegando no pé da Folha, basta ler a Crítica Interna do Ombudsman do jornal, o excelente Mário Magalhães: dia sim, dia não, ele trata da relação Folha-Serra. Chega a ser engraçado, porque o Ombudsman acaba tendo o papel de dizer à redação algo como: "menos, pessoal, menos. Vamos pelo menos disfarçar um pouco o apoio a Serra, está ficando muito descarado...".
O texto completo no Blog Entrelinhas.
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